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A desinformação promove antissionismo

Por David S. Moran

Na guerra usa-se muita munição e de toda a espécie. Uma que é muito importante Israel, infelizmente, não sabe usar. A arma da informação certa e que corra pelo mundo todo. Israel pegou vídeos das roupas dos terroristas do Hamas, que mostram as atrocidades por eles cometidos, como matar civis inocentes, estuprar jovens e mulheres, arrancar a cabeça de crianças e os saques das casas dos kibutzim invadidos. O filme produzido por Israel é de apenas 47 minutos, mas parece que está arquivado e não difundido suficientemente, para que conheçam o DNA desta organização terrorista.

Ao mesmo tempo, a imprensa internacional, que nem envia jornalistas ou fotógrafos ao local, publica para o mundo inteiro informações passados a ela por jornalistas ou fotógrafos palestinos que, sem dúvida, relatam o que o Hamas, que é organização terrorista e governa a Faixa de Gaza, quer.

Além disso, é de conhecimento público que muitos na mídia tem orientação esquerdista que vê em Israel um país capitalista e colonialista e o picham sem comparação com outros países do mundo. Só para exemplificar, a guerra que a Ucrânia trava contra o invasor russo (ainda considerado país socialista embora não o seja), que já está no seu terceiro ano de combates e causou a morte e ferimento em mais de novecentos e cinquenta mil soldados russos, não tem a mesma cobertura da Guerra Espadas de Ferro e nem manifestações antirrussas.

Um bom exemplo desta desinformação é a rede BBC, uma das marcas mais fortes da imprensa mundial, que desde sempre foi e é anti-israelense. Os árabes fascinaram os ingleses e até Lawrence das Arábias se vestia como tal. Uma equipe encabeçada pelo advogado inglês Trevor Asserson e que passa parte do tempo em Israel, fez uma pesquisa sobre os relatos da BBC da atual guerra. A equipe analisou 9 milhões de palavras pronunciadas ou transmitidas nos quatro primeiros meses da guerra e notou total desequilíbrio nas informações, pro-organização terrorista Hamas. Asserson diz: “a BBC mente e deturpa os fatos, não acreditem no que veem na BBC”. Primeiramente a BBC não chama de terroristas, os terroristas do Hamas ou da Jihad Islâmica. Chama os de “combatentes”, “atiradores” ou “armados”, mas não “terroristas”. Quando relatam as atividades de Israel, descrevem-nas de “massacre”, “violação das leis internacionais”, “crimes contra a humanidade”, “novos níveis de horrores” e “esfomeia uma inteira população”. O Hamas que iniciou este ciclo de violência foi chamado de praticar crimes de guerra apenas 98 vezes e Israel 592 vezes. Os relatos em inglês são mais de 90% favoráveis ao Hamas e na língua árabe mais de 95%.

O relato de Asserson foi também publicado no jornal britânico The Telegraph, mas ele não tem muita esperança de que a BBC se retrate dos equívocos que difunde. Ao mesmo tempo, acusa os governos de Israel que, há dezenas de anos, fracassam no combate às ameaças da mídia.

O renomado diário The New York Times também adotou uma linha anti-israelense e muitas reportagens são distorcidos, quando deveriam antes ser investigados e depois publicadas. Um exemplo é a notícia no Times, “segundo fontes do Hamas”, e depois copiada no mundo todo, no dia 17/10/2023 de que Israel havia atacado um hospital em Gaza matando 500 pessoas. É trágico. Na verdade, apurou-se que o Hamas havia lançado um míssil das cercanias do hospital, houve uma falha e o míssil caiu no estacionamento do hospital e causou a morte de 50 pessoas e não 500. Mas, mesmo retratar-se alguns dias depois não tem o mesmo efeito e, na cabeça dos leitores, continua a primeira notícia. O New York Times, como outros meios de comunicação, publica dados do “ministério da saúde de Gaza”, sem mencionar que esta é a fonte. Quando o prefeito de Gaza publicou sua opinião anti-israelense, o NYT esqueceu de mencionar que ele foi colocado no posto pelo Hamas. Durante a guerra, o NYT chamou o Exército de Defesa de Israel (Tsahal) de “Exército da Ocupação israelense”.

Poderia continuar e até dar um testemunho meu, de 1979, quando fizemos manifestação na frente do MASP contra o governo que apoiou chamar o Sionismo como uma forma de racismo. O Estadão, que era pro Israel, publicou uma foto com jovens do Bnei Akiva e o solidéu e escreveu “uma manifestação pró-palestina em São Paulo”. No dia seguinte, fomos a redação e pedimos que corrigissem o erro, na primeira página e com a mesma foto. Passaram-se 14 longos dias de discussão e, no fim, foi publicada na página 12 a correção: “no dia 29/11, houve em São Paulo duas manifestações, uma pró-Israel e outra pró-palestina”. A rede CBS, por exemplo, não reconhece o direito dos judeus em Jerusalém, nem mesmo na parte Ocidental. Apesar de que Jerusalém é a capital de Israel e lá estão o Parlamento, o Tribunal Superior da Justiça e os ministérios e até a embaixada americana.

Atualmente, as fake news são muito populares, principalmente pelas redes sociais que não têm nenhuma obrigação ética de relatar fatos verídicos e confirmados. A mídia é considerada o quarto poder e Israel que tanto fez pelo mundo, ainda não soube lidar com ela. A onda de antissionismo que ora passa por muitas partes do mundo é também devido a má imagem que a mídia irresponsável projeta ao público. Só que, com o crescimento do poder islâmico e do desconhecimento dos fatos da “esquerda” no mundo, ele se projeta num antissemitismo. O governo israelense e os governos de bem têm que agir contra essa onda.

Foto: Porta-voz da Casa Branca acusa a BBC de basear-se nas informações do Hamas

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