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A hipocrisia de Mahmoud Abbas

Por David S. Moran

Nesta terça-feira (11) o presidente da Autoridade Palestina participou de discussão no Conselho de Segurança da ONU sobre o Plano do Século, que foi anteriormente apresentado pelo presidente Trump. Mesmo antes da apresentação formal do plano, Abbas rejeitava-o e até falava no “plano que nascia morto”.

Em Ramallah, na sede do seu governo e quando fala aos árabes, Abbas fala em árabe cheio de palavrões, ameaças e incitações. Falando aos ocidentais, em seu gabinete em Ramallah, ou ao mundo, Abbas continua falando em árabe, mas meigo e dócil. Ele guarda uma linguagem a cada interlocutor.

No Conselho de Segurança, a Indonésia (maior país islâmico do mundo) e a Tunísia prepararam, a pedido da Autoridade Palestina uma moção para ser apresentada e votada no Conselho e que seria vetada pelos EUA. Depois de mais algumas correções para amenizar e quando entenderam que não teria nem apoio de países árabes, retiraram a moção.

Seguindo este ato, Abbas subiu a tribuna e em tom muito moderado ele disse que está disposto a negociar com Israel, mas sob os auspícios do “Quarteto” – este é formado pelos EUA, a Rússia, a União Europeia e a ONU – e outros países. Abbas mente, pois não negocia e recusa falar com Israel há mais de seis anos.

Continuou dizendo: “estendemos as mãos para obter a paz, não precisamos perder a última chance”. Outra falsidade do líder palestino. Se quer realmente a paz, não pode permitir que em suas escolas lecionem odiar os judeus e os israelenses. Não pode permitir que nos seus jornais oficiais publiquem caricaturas antissemitas. Ele que escreveu seu doutorado em Moscou negando o Holocausto, não pode deixar publicar alegações que o Holocausto não existiu. Ou se existiu foi uma manobra de Israel para que os judeus da Europa imigrem para o Estado que seria criado três anos após o fim do nazismo. Abbas paga a terroristas condenados e ou a familiares deles salários altos, que chama de ajuda social. Mas, ele sabe que estes pagamentos servem de incentivo para o terror, quando ao mesmo tempo diz que não incentiva o terror armado.

Mahmoud (Abu Mazen) Abbas acusa Israel de ser Estado Apartheid. Esquece ele que a minoria árabe está integrada na sociedade geral israelense, tem deputados no Knesset, professores universitários, locutores na TV e rádio, médicos, artistas, farmacêuticos, etc… Quem diz publicamente que não permitirá que judeus vivam num futuro estado palestino é o próprio Abbas. Isto é apartheid.

A velha politica dos palestinos sempre aparece. Já o líder palestino Yasser Arafat fazia manobras falsas, mentirosas e hipócritas e seu sucessor Abbas, faz o mesmo. Fala dupla, depende do interlocutor.

Só ultimamente, irritado com a apresentação do “Plano do Século” apresentado por Trump, Abbas xingou o presidente americano com o pior dos palavrões, chamando-o de “Kalb ibn Kalb” (“Cachorro filho de cadela”). A saber que os árabes odeiam e temem cachorros, que para eles também são profanos. Dias depois, continuou incitando contra o plano e quando o Jared Kushner, um dos mentores do mesmo, explicou que nada vai acontecer por enquanto e não haverá imediata anexação, Abbas lhe chamou de “infantil que repete as coisas como um papagaio”.

Para o desagrado da direita israelense e para apagar o incêndio com os palestinos, a embaixadora americana na ONU, Kelly Kraft disse: “o plano do Presidente Trump é aberto. É o início para negociações e não o fim delas, não se trata de plano absoluto”.

O Abbas, e já escrevi isto, é velho de 84 anos, sem forças para levar avante a vontade dos palestinos. Ele quer ser registrado na história palestina, mas não chegou a algo que almeja, o estado palestino. Agora ameaça, constantemente em quebrar o jogo. Cada passo israelense ou americano que não lhe agrade, ele ameaça parar com a coordenação nas áreas da segurança com Israel. Mesmo no sábado (1) na reunião da Liga Árabe, quando viu que não conseguiria o apoio que quer, fez novamente esta ameaça. Mas, ela não tem fundamento. A coordenação é muito mais do que apenas a segurança. Também tem objetivos civis de propriedades e ajuda econômica. Os produtos da A.P. entram e saem através de entradas e saídas controladas por Israel. Até para imprimir passaportes palestinos, eles recebem autorização israelense. A economia palestina depende de Israel, que também lhe fornece água potável, energia elétrica, gás, gasolina e até faixas de transmissão de telefone. Israel assegura a sobrevivência do Abbas. Se parar a cooperação, a economia palestina, que já é ruim, piorará e isto beneficiará a Hamas.

Outra ameaça do Abbas, é fechar a loja. Isto é, largar tudo e deixar Israel tomar conta de cerca de 2,5 milhões de palestinos. Isto seria um enorme retrocesso ao que foi conseguido, desde 1994, quando os líderes palestinos obtiveram permissão de entrar da Tunísia para a Faixa de Gaza e para a Cisjordânia.

 

O estranho encontro de Abbas com Olmert em Nova York

O ex-Primeiro Ministro de Israel, Ehud Olmert, estava em Nova York para uma convenção da organização J-Street. Aproveitou para encontrar-se com Abbas. Devo dizer, um encontro muito estranho de todos os pontos de vista. Estes dois velhos tiveram sua chance. Tiveram negociações e em 2007. Olmert apresentou ao Abbas, a proposta mais abrangente jamais oferecida antes aos palestinos por Israel. O homem do “não”, Mahmoud Abbas, não voltou com resposta até hoje. De repente na ONU ele diz estar disposto a negociar. É como disse um alto funcionário palestino, que prefere ficar no anonimato: “Em 1947 foi decidido um Estado Árabe e outro Judeu, nós rejeitamos. Cada vez que aparecia um plano a nos dar um Estado, nos rejeitamos e o nosso território foi encolhendo”.

O que levou o Olmert a sentar ao lado do Abbas, que agora, em 2020 diz em NY: “tínhamos uma negociação promissora e perto de concluir. Estamos dispostos a renovar a negociação do ponto que terminamos com o Olmert”. Se foi promissor e quase concluído e, você Abbas, fugiu e nem respondeu, a oferta já não é mais válida. Olmert já esteve na prisão, não mais exerce nenhuma função, tem que negociar com quem está no poder. Abbas não tomou a grande oportunidade, ele não é David Ben Gurion, que foi aconselhado a não aceitar a Partilha, disse que não perderá a oportunidade e declarou a criação do Estado de Israel, em 1948. Na ONU Abbas e seus acompanhantes perceberam que já não têm a mesma importância, nem mesmo ao mundo árabe. Alguns de seus acompanhantes admitem: “entre nós prevalece um sentimento de decepção, nós retornamos com o rabo entre as pernas… tomamos um choque da falta de apoio dos países árabes”.

Há 16 anos que não há eleições na Autoridade Palestina, talvez já seja hora de realizá-las e eleger um jovem que realmente queira fazer paz com Israel. Seguir o aquecimento de relações entre Israel e países árabes, por interesses mútuos. Quem ganharia com isto seria o povo palestino e o israelense.

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