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Antissionismo e antissemitismo

Por David S. Moran

Uma coisa muito intrigante aconteceu no mundo, depois de 7 de outubro. Israel, foi atacado e recebeu apoio do mundo todo mas, em pouco tempo, o cenário mudou e o país tornou-se o vilão da história. Manifestações anti-israelenses e antissemitas surgiram em vários pontos do globo.

Há vários explicações para tal. O sentimento antissemita está embutido em muitos e, agora, de repente, veio à tona. Países como o Irã e, principalmente, o Catar esbanjaram bilhões de dólares para universidades ocidentais, grupos estudantis, sindicatos trabalhistas, partidos políticos, etc. que, na hora H, destilaram seu ódio que lhes foi induzido o tempo todo.

A rede de mídia do Catar, al Jazeera, é uma grande produtora de ódio e mentiras a respeito dos judeus e de Israel e, como diz o provérbio, uma mentira que é dita muitas vezes, transforma-se em “verdade”. O Catar é um país insignificante em tamanho e população. Sua população é de 3,1 milhão de pessoas, dos quais apenas cerca de 300.000 são nativos e os demais os servem. Sua grande riqueza é devido à enorme quantidade de petróleo e às reservas de gás natural (a terceira maior do mundo). Tudo isso lhe deu um acúmulo de fundos no valor de 500 bilhões de dólares (da família real que pode assim investir em organizações terroristas, islamistas, extremistas). O Catar foi da Inglaterra, de 1916 até 1971. De 1996 a 2009 mantinha relações comerciais com Israel. O país financiou Hamas com “apoio” de Israel, que queria enfraquecer a Autoridade Palestina. Todo mês, um enviado do Catar trazia 30 milhões de dólares em dinheiro vivo a Gaza.

Outro motivo para esta onda de anti-Israel é o ideológico, da esquerda no mundo. Esta deveria estar mais ao lado de Israel que segue os padrões ocidentais, respeita as mulheres, os LGBT, as minorias, etc. No entanto, o dinheiro fez os esquerdistas cegos e eles preferem os que não consideram que as mulheres devam ter direitos iguais, que perseguem minorias (vide o que acontece na Síria), os que perseguem e matam os LGBT’s.

Isto nos leva a outro ponto. A grande maioria dos agitadores e participantes de manifestações anti-israelenses, nunca estiveram em Israel e não conhecem a realidade local. Israel não tem bom serviço de informação, apesar de ter ótimo produto. Eu sempre fui de opinião que devíamos incentivar, mesmo os anti-israelenses a viajar a Israel e constatar por si mesmos e vivenciar, mesmo que por poucos dias, a realidade local. Muitos árabes talvez tivessem medo de se expressar publicamente a favor do país onde vivem, por medo de ameaças, mas há os que falam abertamente, entre eles Yoseph Hadad, árabe cristão e Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores da Hamas. Vale a pena ver no YouTube suas falas a respeito de Israel.

Israel também perde numericamente. Em Israel, único país do mundo com maioria de judeus, onde vivem cerca de 10 milhões de habitantes, dos quais 7,5 milhões são judeus, 2,1 milhão árabes e cerca de 500.000 de religião indefinida. Isto ante uma população de 1,5 bilhão de muçulmanos espalhados em 56 países islâmicos, dos quais 22 são de árabes. No século XX, começou uma grande emigração de muçulmanos para países ocidentais e sua influência aumentou politicamente. Na Inglaterra, muitas prefeituras, inclusive a de Londres, são dirigidas por prefeitos muçulmanos. O mesmo ocorre na França e, por isso, há países, como a Hungria que barram a entrada de muçulmanos. No Brasil é de conhecimento público que as cidades fronteiriças com Uruguai e Argentina, têm grande influência da emigração árabe e muçulmana. Basta ver o que se passa na cidade de Foz de Iguaçu. Com os árabes cristãos, emigrantes do Líbano e da Síria, nunca houve nenhum problema com a comunidade judaica do país. Infelizmente, esta relação está mudando e, agora, a leva é de emigrantes muçulmanos.

No mundo todo, com 8,1 bilhão de habitantes, o número de judeus ainda não chegou ao número de 18 milhões que existiam antes da II Guerra Mundial. Atualmente, no mundo todo, vivem cerca de 16 milhões de judeus, mas que se destacam em todas as áreas isto gera em alguns setores uma certa inveja e então é mais fácil acusar o judeu e não a si mesmo por não conseguir se destacar.

Israel está travando uma árdua guerra contra a organização terrorista Hamas, mas no mundo há manifestações que não envolvem críticas ao Estado de Israel, mas agem contra judeus cidadãos dos países onde vivem. Isto é antissemitismo e não antissionismo. É pena que muitos governos não têm a compreensão de que Israel está lutando por sua sobrevivência, mas também protege o mundo cristão. Se os islamistas conseguissem sair vitoriosos, eles seguiriam para outros países, pois esta é sua ideologia religiosa. Transformar o mundo todo em islâmico. Basta ver o que acontece em Marselha, na França, ou em Malmo na Suécia, ou mesmo em certas áreas de Amsterdam na Holanda, ou em Michigan nos EEUU ou na Inglaterra, cuja capital Londres tem, desde 2016, Sadiq Khan, o primeiro prefeito muçulmano da cidade.

Infelizmente, nos dias atuais, artistas israelenses, jogadores de futebol, ou mesmo turistas tem anulações de concertos ou reservas em hotéis e restaurantes, ou sentem atos de violência. Espera-se que esta onda de antissionismo e antissemitismo desapareça o mais breve possível.

Foto: Alisdare Hickson (Wikimedia Commons). Londres, 2018

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.

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