Ao soar das sirenes
Por Roni Szuchman
Este dias, estava distraído quando ouvi a sirene. Não me mexi, pois afinal já estava no Mamad (sigla para espaço protegido residencial), um quarto seguro que mais parece um cofre. A ideia da sirene é simples, tem um míssil, foguete, drone ou algo do gênero disparado pelos inimigos em nosso direção, vamos tentar derrubar, mas podemos falhar ou pedaços do objeto podem cair na sua cabeça, vá para uma área segura agora!
Lembro sempre de uma cena, logo que começou a guerra, de um pai que foi comprar algo, quando toca a sirene, ele sai correndo para buscar os filhos no carro e quando ele volta pra loja com os filhos, um foguete atinge o carro o explodindo!
Gatos e cachorros, já acostumados com a rotina, correm para o Mamad, antes mesmo que seus donos, quando toca a sirene. Do tipo: “Não sei o que estou fazendo, mas é melhor fazer o mesmo!”.
Voltando à sirene do começo, fiquei sentado no quarto seguro, mas aí caiu a ficha e eu me levantei, não era um aviso de foguete e sim o um minuto pela Memória do Holocausto. No ano passado eu estava na rua e foi bem bacana ver os carros pararem para as pessoas saírem e ficar em pé em respeito. No dia seguinte, toca outra sirene, desta vez eu estava com outras pessoas, comecei a andar em direção a área de segurança, quando me seguram pelo braço para ficar em pé em silêncio, era Dia da Lembrança pelos soldados caídos e vítimas do terrorismo. Poucos dias depois, pela manhã, mais uma sirene. Estava novamente acompanhando. Me levantei e fiquei em pé em silêncio, respeitosamente, enquanto os outros se dirigiam ao Mamad. Típico de olê chadash (novo imigrante) ainda perdido.
Dica útil: Se estiver em Israel e tocar a sirene, siga os gatos e cachorros!