Terror em Sydney deixa pelo menos 11 mortos
Pelo menos 11 pessoas morreram em um ataque terrorista na praia de Bondi, em Sydney. Além das 11 mortes, pelo menos 29 pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança e dois policiais.
Um homem que se acredita ser um dos atiradores também foi morto e outro suspeito está sob custódia em estado crítico.
A polícia foi chamada por volta das 18h47 de domingo (9h47, horário do Israel), para atender a relatos de disparos de arma de fogo no Archer Park, em Bondi Beach.
O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, disse que dois indivíduos atiraram contra um “grupo de famílias aglomeradas” no parque, em um “ato covarde de violência aterradora”.
Um vídeo mostrou dois homens armados aparentemente abrindo fogo de uma pequena ponte com vista para a praia. Outras imagens mostraram uma grande multidão na praia fugindo do local. Um terceiro vídeo mostra um espectador aparentemente lutando com um dos atiradores para tomar a arma deles.
Segundo a polícia, mais de mil pessoas participavam de um evento na praia de Bondi para celebrar a festividade judaica de chanucá no momento do tiroteio.
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“Este ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney no primeiro dia de chanucá”, disse Minns. “O que deveria ter sido uma noite de paz e alegria, celebrada naquela comunidade com famílias e apoiadores, foi destruída por este ataque horrível e maligno”. Ele acrescentou: “Nossos corações sangram pela comunidade judaica da Austrália”.
O primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, classificou o tiroteio como um ataque terrorista “devastador” contra judeus e afirmou que seu governo “dedicará todos os recursos para garantir que vocês estejam seguros e protegidos”.
A líder da oposição australiana, Sussan Ley, disse que o ataque ocorreu enquanto “nossa comunidade judaica se reunia na celebração de Chanucá à beira-mar”.
O presidente de Israel Isaac Herzog afirmou que judeus que haviam ido acender a primeira vela do feriado de Chanucá na praia foram atacados por “terroristas vis”.
O ministro do Exterior de Israel, Gideon Saar, também falou sobre o tiroteio: “Estes são os resultados da onda antissemita nas ruas da Austrália nos últimos dois anos, com os apelos antissemitas e incitadores de ‘globalizar a intifada’ que se concretizaram hoje”.
O ministro do Esporte e Cultura de Israel, Miki Zohar, disse que “o reconhecimento de um estado palestino pela Austrália foi um endosso a terroristas”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que, “em 17 de agosto, há cerca de quatro meses, enviei uma carta ao primeiro-ministro Albanese, da Austrália, na qual o alertava de que a política do governo australiano estava promovendo e incentivando o antissemitismo na Austrália”.
“Escrevi: ‘Seu apelo por um estado palestino alimenta o fogo antissemita, recompensa os terroristas do Hamas, encoraja aqueles que ameaçam os judeus australianos e incentiva o ódio aos judeus que agora assola suas ruas. O antissemitismo é um câncer. Ele se espalha quando os líderes se calam; ele recua quando os líderes agem. Apelo a vocês para que substituam a fraqueza pela ação, a complacência pela determinação'”.
“Em vez disso, Albanese, trocou fraqueza por fraqueza e apaziguamento por mais apaziguamento. Seu governo não fez nada para impedir a disseminação do antissemitismo na Austrália. O senhor não fez nada para conter as células cancerígenas que cresciam dentro do seu país. O senhor não tomou nenhuma providência. Deixou a doença se espalhar e o resultado são os horríveis ataques contra judeus que vimos hoje”.
Menachem Werkheimer, membro da comunidade judaica australiana comentou: “Quando o primeiro-ministro se referiu ao massacre, não mencionou a palavra ‘judeus’. E quando você não chama o problema pelo seu nome, não consegue resolvê-lo”.
Um dos suspeitos do ataque foi identificado como Naveed Akram, de 24 anos. Sua carteira de motorista indica que ele reside em Bonnyrigg, um subúrbio de Sydney.
Testemunhas descreveram o terror e a confusão enquanto multidões de pessoas fugiam da praia.
Arsen Ostrovsky (foto), que estava na Austrália há duas semanas ficou ferido e disse que o tiroteio foi um “verdadeiro banho de sangue”. Ele disse que também “sobreviveu ao dia 7 de outubro” no ataque do Hamas a Israel há dois anos .
Ostrovsky disse, “vivi em Israel nos últimos 13 anos. Viemos para cá há apenas duas semanas para trabalhar na comunidade judaica, para combater o antissemitismo, para combater esse ódio sanguinário e devastador. É por isso que estou aqui. Sabe, já passamos por coisas piores. Vamos superar isso”.
Ele acrescentou: “Vi pelo menos um atirador disparando. Parecia uma espingarda, atirando aleatoriamente em todas as direções. Vi crianças caindo no chão, idosos, deficientes… foi um verdadeiro banho de sangue”.
Elodie Obkircher contou à Sky News que ela e o namorado estavam no clube North Bondi RSL, que fica nas proximidades, quando o tiroteio aconteceu. “Ouvimos 10 tiros. Então, todos se jogaram no chão. Muitos de nós estávamos chorando e tremendo. Foi muito traumático. Foi um caos absoluto”.
“Ouvíamos os disparos. No início, todos pensaram que eram fogos de artifício, mas eu vi pessoas correndo pela praia. Nunca vi tanta gente correndo. A gente conseguia ver todo mundo se escondendo atrás dos carros. E aí, assim que ouvimos os tiros, uns 10 disparos, a gente soube que era um atirador”.
Outra testemunha disse que “milhares de pessoas estavam correndo. Então eu abri o portão dos fundos do café do meu amigo e deixei todo mundo entrar. Mulheres grávidas, mulheres com filhos, todo mundo estava correndo. Foi um pandemônio”.
O rabino Levi Wolff, da Sinagoga Central de Sydney, foi ao local assim que soube do tiroteio. Ele disse à Sky News: “Estamos na véspera do feriado judaico de chanucá, conhecido como o Festival das Luzes, e estava prestes a haver uma cerimônia pública de acendimento da menorá na primeira noite do feriado judaico. Os homens armados estavam simplesmente atirando naqueles que estavam presentes para o acendimento da menorá”.
O rabino Wolff disse que seu colega e amigo, o rabino Eli Schlanger, foi morto no ataque terrorista. Ele era “cheio de luz, cheio de energia inacreditável” e “dedicou muito de si a esta comunidade”.
Durante o ataque, cidadãos australianos “correram em direção ao perigo para ajudar os outros”, disse o primeiro-ministro do país, Anthony Albanese.
Imagens mostram o que um pedestre vestindo uma camiseta branca correndo por trás em direção a um dos terroristas imobilizando e desarmando o atirador. Em seguida, o homem aponta a arma para o agressor, que parece correr em direção ao seu cúmplice em uma ponte. O cidadão então coloca a arma perto de uma árvore.
A mídia australiana identificou o cidadão como Ahmed al-Ahmad, de 43 anos. Ele é muçulmano e está sendo aclamado como herói nas redes sociais. “Ele é um herói. Cem por cento um herói. Assim que vimos nas redes sociais, ele se tornou 100% um herói”, disse Mustafa al-Ahmad, primo do “herói”.
Seu primo contou ao canal australiano News 7 que ele foi baleado uma vez no braço e outra no ombro. Ele está passando por cirurgia e espera-se que se recupere completamente. Chris Minns disse foi “a cena mais inacreditável que já vi”.
A polícia informou que diversos itens suspeitos localizados nas proximidades estão sendo examinados por agentes especializados e uma unidade antibombas da polícia estava trabalhando em diversos dispositivos explosivos improvisados suspeitos.
Um dos suspeitos foi morto e outro está em estado crítico após o tiroteio. A polícia informou que está investigando se um terceiro atirador está envolvido.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post e Sky News
Foto: Cortesia de Arsen Ostrovsky e Redes Sociais

