Até a última vela

Por Roni Szuchman

Alguns anos atrás, cerca de 2.200 anos, os Macabeus se levantaram contra a dominação grega. Milagres à parte, continuamos até hoje a acender as velas de Chanucá. Quando vejo o que tem ocorrido sistematicamente nos últimos dois anos, fico extremamente triste, como qualquer judeu. Aqui em Israel, como olê chadash, que tem família em outros dois países, a preocupação é ainda maior.

Hoje, os Macabeus continuam vivos, sejam soldados da FDI, do Shabak ou do Mossad. Eu me considero uma pessoa otimista. Por isso, foco nas notícias de ataques terroristas que foram frustrados pela inteligência de Israel – e não foram poucas vezes – além de prováveis operações das quais nunca ficaremos sabendo.

Aqui em Israel, com a segurança reforçada e uma boa parte da população armada, os ataques terroristas são normalmente breves, com a neutralização rápida dos perpetradores, evitando assim um número maior de vítimas.

Pudemos perceber que, em Sydney, no acendimento da primeira vela de Chanucá, apenas dois policiais mal armados faziam a segurança – se é que podemos chamar assim – de nossos patrícios. Ou seja, governos ocidentais não levam a sério os cânticos de “Intifada Globalizada”.

Apesar de ser otimista, sei que, em qualquer aspecto da vida, é mais fácil destruir do que construir, matar do que criar vida e desistir do que continuar. Vemos que a propaganda, de nossos inimigos no Ocidente já conseguiu o que queria ao nos desumanizar, como se o sionismo fosse equivalente ao nazismo, tornando os ataques aos judeus justificáveis. Ou seja, enquanto somente judeus estão sendo mortos, tudo bem…

Só fico pensando que, para os judeus da diáspora, é possível migrar para Israel, mas quando chegarem aos não judeus? Aos outros “infiéis”? Para onde eles irão fugir?

Soube que, um dia após o atentado na praia australiana, havia mais pessoas do que no primeiro dia para acender a segunda vela.

Somos poucos, mas ainda estamos aqui. E digo mais: continuaremos aqui mesmo depois de nossos inimigos deixarem de existir, como tantos outros no passado. O judaísmo, como berço dos valores ocidentais de liberdade e moralidade, sempre foi uma luz em meio à escuridão das tiranias. Por isso querem nos apagar do planeta, mas, assim como as velas de Chanucá, continuaremos brilhando. Até a última vela!

Dica útil: Não deixe a sua identidade judaica derreter. Aqui em Israel, podemos ser nós mesmos.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.