BlogsDeborah SrourÚltimo

Dia Nacional de Luto em Israel e o ataque ao Irã

Por Deborah Srour Politis

Hoje, Israel declarou o dia nacional de luto pelas vítimas do 7 de outubro e de todos os soldados e soldadas que morreram defendendo Israel até agora. Um preço em vidas inimaginavelmente dolorido. Um preço que continua a ser pago. Um dia em que definimos um novo tipo de crime: o kinocídio. O assassinato de famílias inteiras. As famílias alvejadas pelo Hamas. Shiri e Yoram Bibas e seus dois meninos, Kfir de 1 ano e Ariel de 5 que continuam em Gaza. A linda família Kedem Siman-Tov: o pai Yonatan de 36 anos, a mãe Tamar de 35, suas filhas gêmeas Shachar e Arbel de 5 anos e o filho Omer de apenas 2 anos, queimados juntos, no abraço do pai que tentou proteger seus filhos.

Somente hoje, começamos o dia com quatro reservistas mortos no sul do Líbano em batalha contra o Hezbollah. Tivemos um ataque terrorista perto de Tel Aviv, em que um motorista de caminhão pesado, se jogou sobre um ônibus num ponto próximo de uma base militar. 35 feridos, 6 em estado grave. Outros dois foram feridos num ataque de drone vindo do Líbano e as sirenes no Norte não param de soar.

Mas tudo não são más notícias. Nesta madrugada, Israel destruiu um armazém de armas e mísseis do Hezbollah. Ontem Israel explodiu um túnel enorme completamente equipado para adentrar as comunidades do Norte. A explosão necessária para destruir o túnel foi tão forte que foi registrada erroneamente como um terremoto.

Mas na madrugada da sexta para sábado, mais de 100 aviões de combate de Israel, incluindo caças e drones não tripulados, viajaram cerca de 1.600 Km atravessando território inimigo e alvejaram mais de 20 alvos militares sensíveis em várias ondas em todo o Irã e todos retornaram para casa em segurança. Por qualquer medida, esse foi um feito notável.

A primeira onda de ataques alvejou as defesas aéreas do Irã, para assegurar a liberdade de ação agora e no futuro. A segunda onda alvejou as fabricas de drones e mísseis balísticos do Irã assim como os locais de lançamento de tais armas. Depois de três horas de ataques, às 6 da manhã, Israel declarou que todos os objetivos foram alcançados. A vitória é ainda mais doce, contra um país que mata moças por não cobrirem o cabelo como eles querem, e foram duas navegadoras que lideraram os caças para seus alvos.

Muitos dizem que Israel deveria ter usado a legitimidade que tinha para responder e destruir as instalações nucleares do Irã, seus campos de petróleo ou ambos. Isso só teria sido possível se Israel não fosse obrigado a considerar a posição de Biden e dos países do Golfo Persico.

Os Estados Unidos deram assistência militar ajudando a desviar as centenas de mísseis balísticos enviados nos dois ataques do Irã. Um ataque contra os campos de petróleo iria enviar os preços da gasolina para o espaço justo antes das eleições. E os países do Golfo ficaram com medo que um ataque à infraestrutura do petróleo do Irã levaria a um ataque iraniano à sua própria infraestrutura da indústria petrolífera.

Mas o fato é que a Força Aérea de Israel destruiu as baterias de defesa aérea e radares na Síria, Iraque e no próprio Irã para abrir caminho para seus caças. Em outras palavras, o Irã está completamente exposto. Algumas dessas baterias eram supostamente as S-300s de última geração fornecidas pela Rússia.

A Rússia, envolvida na Ucrânia, não será capaz de repô-las rapidamente. E se Israel atacou uma vez – e abriu caminho – ele pode fazê-lo novamente. Uma verdadeira humilhação para a República Islâmica. O Irã com quem Israel tinha ótimas relações diplomáticas até o golpe dos aiatolás em 1979.

E só porque Israel não atingiu as instalações nucleares ou petrolíferas iranianas agora, não significa que não o fará no futuro. O Irã, e todos os outros na região, agora viram as capacidades de Israel – e elas são reais, e restauraram seu poder de dissuasão.

Esta marca a primeira vez que Israel assumiu a responsabilidade por ataques no Irã, levando a luta diretamente ao inimigo, e essa não é uma linha insignificante que foi cruzada.

O aiatolá Ali Khamenei diz estar muito doente e como toda boa ditadura, ele irá nomear seu filho como sucessor. Mas numa ação inexplicável, ele decidiu no final de semana abrir um canal no Twitter em Hebraico! E como sua primeira ação, ele se seguiu a si próprio e postou Em Nome De D-us o Mais Clemente, o Mais Piedoso! Ele realmente não tem mais o que fazer.

Agora, hoje é realmente um dia triste e solene. Nos canais de rádio e TV aqui todos lembram os que morreram e os que continuam em cativeiro. Uma carta de adeus de um soldado, Ilai Levy, ficou comigo. Ele disse aos seus pais: “saibam que estamos lutando por amor à nossa pátria e não por ódio ao inimigo”.

E isso segue a nossa tradição. É só comparar a nossa Declaração de Independência e a Constituição da OLP.

Na abertura da Declaração de Independência de Israel está escrito: “A Terra de Israel foi o berço do povo judeu. Aqui é que sua identidade espiritual, religiosa e política foi moldada”. “Nós estendemos nossa mão a todos os estados vizinhos e seus povos em uma oferta de paz e boa vizinhança, e apelamos a eles para estabelecer laços de cooperação e ajuda mútua com o povo judeu estabelecido soberanamente em sua própria terra”.

Em contraste, a carta da OLP diz o seguinte: “A libertação da Palestina, de um ponto de vista árabe, é um dever nacional e tenta repelir a agressão sionista e imperialista contra a pátria árabe, e visa a eliminação do sionismo na Palestina”. Ela continua: “A luta armada é a única maneira de libertar a Palestina. Esta é a estratégia geral, não apenas uma fase tática. O povo árabe palestino afirma sua determinação absoluta e firme resolução para continuar sua luta armada e trabalhar por uma revolução popular armada para a libertação de seu país e seu retorno a ele”.

Vemos esta diferença todos os dias em Israel. O compromisso do povo judeu com a paz em contraste com a violência árabe.

Muito espanto é visto quando ouvimos uma chamada telefônica de um terrorista aos seus pais no 7 de outubro passado, se vangloriando de ter matado 10 judeus com suas próprias mãos e sua mãe então dizendo como estava orgulhosa e como queria estar junto do filho para ajudá-lo. Que tipo de seres humanos são estes? Vejam o contraste dos tantos atos heroicos de jovens judeus que se sacrificaram para salvar outros.

A mídia, em sua maioria, por seu lado, continua a demonizar Israel, focando somente na situação dos árabes em Gaza e na sempre “iminente” crise de fome que assola a Faixa. Alguém viu a mulher do Sinwar? Muito bem alimentada e segurando uma bolsa Hermes de 32 mil dólares?

Isso passa batido na mídia vendida e até para os estudantes universitários que com seu lema “por todos os meios disponíveis” justificam o assassinato, o sequestro e o estupro de inocentes. Sua desculpa dos atos mais hediondos perpetrados contra judeus desde o Holocausto foi ultrajante. Nos quatro milênios de sofrimento judaico, que remontam da escravidão egípcia às intifadas palestinas, os judeus nunca sequer consideraram estuprar, queimar ou decapitar os filhos de seus opressores como os palestinos fizeram durante seus ataques selvagens.

Tal barbárie é tão abominável aos valores judaicos que a mera sugestão vira o estômago de qualquer judeu. Isso nos mostra exatamente o tipo de degeneração que é valorizada por esta geração.

A qualquer momento, de 1948 em diante, os palestinos poderiam ter optado por reconhecer o direito judaico à sua autodeterminação em sua pátria histórica, a Terra de Israel e a viver junto, como o fazem os dois milhões de muçulmanos, drusos, circassianos, chechenos, cristãos e tantas outras denominações. Em vez disso, eles escolheram a violência e o terrorismo para destruir o estado judeu.

Muitas pessoas culpam Israel de colonialista, culpam os assentamentos e as várias políticas militares israelenses pela falta de paz no Oriente Médio. Todas essas são tentativas equivocadas de caluniar o estado judeu. Não há maior obstáculo à paz do que a violência e o terrorismo palestino. O sionismo é um dos maiores movimentos de libertação do mundo e, se os palestinos tivessem acolhido o direito histórico do povo judeu, suas vidas seriam muito melhores do que são hoje.

Foto: Oren Rozen (Wikimedia Commons)

Um comentário sobre “Dia Nacional de Luto em Israel e o ataque ao Irã

  • Parabéns, Deborah, por esse artigo que contribui tanto para a nossa “Hasbará”! Ele pode ser entendido e ajudar qualquer pessoa que ponha de lado seus preconceitos e queira ouvir “o outro lado” — não somente o que a imprensa ocidental lhe impinge como “neutra”!

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo