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“Eliminaríamos Khamenei, mas não tivemos chance”

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse em uma série de entrevistas transmitidas nesta quinta-feira por vários canais de TV, que Israel tentou eliminar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, durante o conflito de 12 dias com o Irã, mas a oportunidade nunca se apresentou.

“Se ele estivesse na nossa mira, nós o teríamos eliminado”, disse Katz ao Canal 13, acrescentando que Israel “procurou muito” por Khamenei, mas que a oportunidade operacional não surgiu.

O ministro fez comentários semelhantes em entrevistas ao Kan e ao Canal 12, onde também disse que Israel tinha uma “política de execução” que envolvia manter a superioridade aérea sobre o Irã e garantir, por meio de ataques aéreos se necessário, que o país não reiniciasse seus programas nuclear ou de mísseis de longo alcance.

Ele também informou que Israel não sabia a localização de todo o urânio enriquecido do Irã e que não entrou na guerra sabendo que os EUA se juntariam ao ataque.

Katz disse nas entrevistas que o líder iraniano havia sido marcado para morrer, mas que Israel não conseguiu localizá-lo depois que ele se escondeu em um bunker: “Khamenei entendeu isso, foi muito fundo no subsolo, rompeu contato com os comandantes, então, no final, não foi viável”, disse Katz a Kan.

Questionado se Israel havia buscado aprovação americana para tal ação, Katz disse ao Canal 13: “Não precisamos de permissão para essas coisas”.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, também ameaçou a vida de Khamenei durante a guerra, publicando nas redes sociais, em 17 de junho: “Sabemos exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá, não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto”.

Mas Trump mudou de ideia poucos dias depois, dizendo que a mudança de regime não era aconselhável.

Durante a guerra, Katz foi particularmente veemente a respeito da morte de Khamenei, chamando o líder supremo de “Hitler moderno” que “não pode continuar a existir”. Ele disse a Kan que o objetivo de Israel não era mudar o regime, mas “perturbar o regime no meio da operação e pressionar os iranianos”.

Ele disse ao Canal 13 que Israel não continuará a tentar tirar a vida de Khamenei após o cessar-fogo que ocorreu dois dias antes.

“Há uma diferença, antes do cessar-fogo, depois do cessar-fogo”, disse ele. Mas, falando a TV  Kan, ele também ameaçou Khamenei, comparando-o a Hassan Nasrallah, o líder do grupo terrorista Hezbollah, que Israel matou no ano passado, e o aconselhou a permanecer em um bunker.

“Eu não recomendaria que ele ficasse tranquilo”, disse Katz. “Ele deveria aprender com o falecido Nasrallah, que ficou sentado por muito tempo no fundo do bunker. Recomendo que ele faça o mesmo”.

Katz disse que Israel mantinha superioridade aérea sobre o Irã e estava pronto para atacar novamente.

“Não deixaremos o Irã desenvolver armas nucleares e mísseis de longo alcance ameaçadores”, disse ele ao Canal 12. Ao Canal 13, o ministro da defesa disse: “O ponto principal é que a política do Estado de Israel e do governo de Israel é implementar ações de execução contra o Irã”.

Ele disse que a política seria “como no Líbano”, onde Israel tem como alvo as tentativas de rearmamento do Hezbollah, “mas vezes 100”.

Em declarações ao Canal 12, Katz disse que Israel iniciou a guerra em 13 de junho sem saber se Trump participaria da ofensiva. No entanto, ele observou que Israel estava confiante de que os EUA ajudariam na defesa do país. “Na defesa, sabíamos que os EUA estavam conosco e eles fizeram um trabalho incrível”, disse Katz.

Ele reconheceu que Trump assumiu um risco político ao lançar o ataque, ao qual alguns de seus principais apoiadores se opuseram, mas que a decisão foi influenciada pelo sucesso de Israel nos primeiros dias da campanha. “Esta foi uma decisão dramática do presidente, agir contra metade de sua base”, disse Katz. “Quando ele viu os resultados do ataque israelense, ficou mais fácil para ele tomar a decisão”.

Katz também admitiu que Israel não sabe a localização de todo o urânio enriquecido do Irã, mas afirmou que seus ataques militares destruíram as capacidades de enriquecimento de Teerã. “O material em si não era algo que deveria ser retirado”, disse ele ao Canal 12 em referência ao urânio.

Um debate público tem se desenrolado nos últimos dias sobre o quanto os ataques atrasaram o programa nuclear iraniano. Embora algumas avaliações apontem que o Irã sofreu um atraso de apenas alguns meses, Katz, assim como outras autoridades israelenses e americanas, enquadraram os danos em termos de anos. “Levará muitos anos, mas não deixaremos que isso aconteça”, disse ele ao Canal 12.

Katz também foi questionado, ao longo das entrevistas, sobre a guerra em curso em Gaza, na qual sete soldados foram mortos recentemente em um ataque. Ele disse que não permitiria que se tornasse uma “guerra de atrito”, mas que ela deveria terminar com o desmantelamento das capacidades militares e de governo do Hamas, bem como com o retorno dos 50 reféns restantes.

No Canal 14, Katz falou sobre o programa de emigração voluntária para os moradores da Faixa de Gaza. Ele disse que o programa está em fase de implementação, mas seu potencial de sucesso depende do envolvimento americano. “O presidente dos EUA fez uma declaração, e imediatamente criamos um órgão que está operando em escala limitada no momento, mas está construindo uma infraestrutura significativa para o futuro”, disse Katz.

Katz enfatizou que a verdadeira solução requer ampla cooperação política: “A grande mudança só pode vir por meio do primeiro-ministro, que lida com isso pessoalmente, e em cooperação com os Estados Unidos. Há países com centenas de milhões de muçulmanos, com os quais há contatos em andamento, mas somente os Estados Unidos podem fazê-los absorver os imigrantes”.

O ministro da Defesa atribuiu o sucesso da operação militar em Gaza à promoção da ideia de imigração: “Quanto mais ocuparmos Gaza e libertarmos áreas, mais empurraremos a população para o sul, para Mawasi, onde cerca de um milhão de pessoas já residem, e elas não terão para onde retornar, porque, para nossa defesa, estamos destruindo esses lugares. Portanto, a ideia de encontrar outro lugar para elas no mundo ganhará força”.

Katz reiterou e esclareceu: “Israel não pode fazer isso sozinho. No momento, estamos operando em uma escala de centenas, mas se quisermos atingir dezenas de milhares, centenas de milhares ou mais, isso só poderá acontecer se os EUA fornecerem apoio político e prático”.

Concluindo, ele esclareceu: “Esta é a solução ideal. Não podemos permitir que o Hamas continue a se estabelecer perto de nós. Um vizinho como Sinwar não pode viver aqui”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e C14
Foto: Captura de tela  C14

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