Hamas diz sim com ressalvas ao plano de Trump
O Hamas anunciou, ontem, que enviou sua resposta à proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra de Gaza, declarando que está disposto a libertar todos os reféns restantes, conforme termos estabelecidos no plano, e que está pronto para iniciar imediatamente negociações com os mediadores para discutir os detalhes.
O grupo está ostensivamente se referindo às negociações que ainda precisam ser realizadas sobre as identidades dos cerca de 2.000 prisioneiros de segurança palestinos e dos corpos de moradores de Gaza mortos que seriam libertados em troca dos 48 reféns, dos quais acredita-se que 20 estejam vivos.
Mas a declaração do Hamas estipula que os reféns serão libertados “com o cumprimento das condições necessárias para o processo de troca”.
O documento não entra em maiores detalhes sobre essa questão, mas a posição sugere que talvez não seja possível libertar todos os 48 reféns dentro de 72 horas, após a assinatura do acordo, como prevê o plano dos EUA, se as condições no terreno não forem adequadas. O grupo terrorista já informou a mediadores que desconhece a localização de alguns dos corpos dos reféns mortos e que pode levar algum tempo para entregá-los de volta a Israel.
O Hamas também reitera sua disposição de entregar o controle de Gaza a um órgão independente de tecnocratas palestinos, conforme previsto na proposta dos EUA.
“Quanto ao que foi incluído na proposta do presidente Trump em relação a outras questões relacionadas ao futuro da Faixa de Gaza e aos direitos inalienáveis do povo palestino, isso será discutido por meio de um plano nacional palestino, do qual o Hamas fará parte”, diz o grupo terrorista.
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Todas as outras questões relativas ao futuro de Gaza incluiriam a questão de se o Hamas irá se desarmar, um componente essencial da proposta dos EUA, algo que tem sido uma linha vermelha para o Hamas e algo que a declaração do grupo não dá nenhuma indicação de que ele esteja disposto a aceitar.
Além disso, o desejo do Hamas de fazer parte de um diálogo nacional palestino sobre as futuras aspirações políticas do povo palestino também parece entrar em conflito com os termos do acordo, que estipulam que o Hamas não pode ter nenhum papel, direto ou indireto, na governança de Gaza.
O Hamas diz que está realizando conversas com outras facções para chegar à resposta apresentada aos mediadores.
O grupo disse que aprecia os esforços internacionais sobre o assunto, incluindo o de Trump, destacando as disposições da proposta dos EUA que encerram a guerra, libertam prisioneiros palestinos, aumentam a ajuda a Gaza, rejeitam a ocupação da Faixa e rejeitam o deslocamento de palestinos do enclave.
Também não ficou claro se a resposta formal enviada aos mediadores é a mesma que a declaração pública, já que esta última também não menciona as dúvidas do Hamas em relação à retirada das FDI de Gaza prevista na proposta.
Steve Witkoff, o enviado especial dos EUA, e Jared Kushner estão viajando para o Egito neste fim de semana para ajudar a finalizar os detalhes do plano dos EUA para acabar com a guerra em Gaza, confirmou uma autoridade dos EUA ao The Times of Israel.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: FDI (cortesia das famílias)