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Hamas ridiculariza Trump

Por David S. Moran

O presidente americano Donald J. Trump veio ao Oriente Médio como um tufão e declarou que conseguiu trazer a paz, a tão almejada paz, após 3.000 anos de lutas (que exagero). Todos os israelenses rezam para que isto seja verdade, mas Trump não conhece a região. Isto é o Oriente Médio e o pensamento é diferente.

Tudo foi assinado, até os dois tutores da organização terrorista Hamas – Catar e Turquia – assinaram. Papel é importante, as ações são mais e nem sempre elas correspondem. Segundo o acordo e a fala do Trump, o Hamas deveria devolver todos os 48 sequestrados, vivos ou mortos, em 72 horas. Já se passaram mais de 720 horas e o Hamas ainda mantêm 13 sequestrados mortos. Constantemente viola o acordo para ganhar tempo e se apoderar de novo da Faixa de Gaza, depois da retirada de tropas israelenses, conforme o acordo.

O Hamas mostrou sua violência assassinando a sangue frio dezenas de palestinos que eram contrários ao seu governo e transmitiu vídeos do ato para amedrontar os outros.

O Hamas zomba de Trump quando brinca com os nervos dos familiares de sequestrados mortos e anuncia que entregará um corpo. Quando o faz, como foi há três semanas, é o corpo de um palestino de Jenin, que foi acusado de colaborar com Israel e se refugiou em Gaza. Na violação do acordo, terroristas do Hamas, saem de túneis ocultos e atiram em soldados israelenses, matam e ferem soldados. Segundo o ministro da Defesa de Israel, só 40% dos túneis do Hamas foram destruídos. Israel nem sempre reage. Nesta terça (28/10), Israel reagiu com vigor depois que o Hamas matou um soldado. O Hamas alegou que o atentado foi realizado por outra organização, mas sabe da verdade.

O presidente Trump, a caminho de convenção na Malásia, fez uma escala no Catar para se encontrar com seu amigo o Emir Tamm bin Hamad al Thani e seu primeiro ministro. Na ocasião, Trump ameaçou retaliar o Hamas se não entregasse os sequestrados em 48 horas. O Hamas não ligou para a advertência e, um dia mais tarde, entregou os restos mortais de um israelense que já tinha sido enterrado e cujas partes do corpo manteve em seu poder. A falta de humanismo do Hamas é que tira um saco com restos mortais de refém, o enterra e ai chama a Cruz Vermelha para desenterrar o saco e toda esta operação foi filmada por um drone israelense

Quem melhor conhece a mentalidade árabe são os próprios árabes. A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein avisaram que o processo de paz entrará em colapso se os países mediadores não desarmarem o Hamas. Estes países também dizem que não enviarão militares a Gaza enquanto Hamas não for desarmado. Estes avisos vêm enquanto o Hamas liquida sistematicamente seus oponentes palestinos, faz demonstrações de poder militar em Gaza, faz coleta por proteção de negociantes e protesta contra o desarmamento. Estes países ameaçam que, se os EUA não impuserem o acordo ao Hamas, eles não farão parte dele e não passarão verbas para a reconstrução. Os EAU dizem que continuarão na reconstrução nas áreas que Israel domina, mas não o farão na parte do Hamas até ele se desarmar. Estes países também avisaram que não enviarão tropas enquanto Hamas mantiver suas armas. A Arábia Saudita não menciona o nome, mas deu para entender que se refere ao Catar quando avisa da crescente influência “de países que desestabilizam a região”.

A cada dia que passa, o Hamas dá a entender que devolverá a Israel um ou dois restos mortais de israelenses, mas não o faz. Israel está com as mãos atadas, pois os americanos não lhe permitem revidar. Hoje chegará a Israel o chefe do Estado-Maior do Exército americano e também estará em Kyriat Gat, onde se montou o Quartel-General da Força Internacional.

Israel sabe que Hamas tem 8 a 10 corpos prontos para serem entregues, mas eles brincam com os nervos dos familiares dos sequestrados e com todo o povo de Israel solidário com eles. O Hamas tenta enganar Israel, mas nos exames forenses é constatado de quem são os restos mortais.

Todas as violações do acordo pela organização terrorista Hamas, são também um desaforo a Trump, mas este se cala, ou ameaça (em vão) que o Hamas tem 48 horas para devolver os reféns e, quando não o fazem, não há reação americana e, pior, impede que Israel reaja.

Hamas e o mundo

Depois de algumas dezenas de anos, o Hamas teve um grande feito, trouxe à atenção do mundo o problema palestino. O Catar investiu muitos bilhões de dólares preparando o terreno e, quando Israel reagiu ao ataque da Hamas, explodiu o ódio aos israelenses e aos judeus no mundo. Esta atitude é difícil de ser compreendida.

Vou tentar analisar os fatos o mais objetivamente possível:

O que é que os “bonitos de espirito” tem a ver com os terroristas do Hamas? Onde estão os direitos humanos. O Hamas, durante 734 dias, não permitiu à Cruz Vermelha ou qualquer outro órgão mundial (ONU?) visitar ou tratar dos sequestrados de Israel, violação clara a todas as normas de guerra.

Quem faz bagunça em muitos países, principalmente na Europa e Estados Unidos?

O que é que a esquerda, geralmente tida como ateísta, tem a ver com uma organização religiosa, islâmica e radical? O que a esquerda, que geralmente é tida como defensora dos direitos humanos e direitos de igualdade entre os sexos tem a ver com a organização terrorista que mata homossexuais e lésbicas? O que a esquerda, que geralmente apoia a democracia, tem a ver com organização terrorista, ditatorial, violenta e autoritária?

Como gente decente pode apoiar uma organização que se esconde atrás de civis, em hospitais, escolas e outros recintos públicos, usando-os como protetores humanos?

Na sua “carta magna”, o Hamas diz textualmente que quer destruir Israel e matar todos os judeus do mundo. Os cristãos serão exterminados depois disso.

O Hamas só consegue sobreviver graças às verbas que recebe de dois padrinhos islâmicos radicais: Catar e Turquia. Seus terroristas não têm nenhum problema em atacar e assassinar árabes e palestinos que se opõem a eles.

Segundo fontes militares, o Hamas sofreu graves perdas, inclusive a morte do Yahya Sinwar e de Mohammed Deff, mas tem 20.000 terroristas armados e só cerca de 40% dos túneis foram destruídos. Assim, ainda tem centenas de quilômetros debaixo da terra. Tem um arsenal de centenas de misseis. O seu desejo é acionar pequenas unidades para matar israelenses e/ou capturá-los para depois negociar. Sua essência, como diz o General (res.) Giora Eiland, é “fazer Israel sangrar. O Egito, o Catar, a Turquia e outros não tem interesse em governar Gaza e parar o sangramento”.

Na quinta-feira à tarde (30/10), o Hamas anunciou que devolvera a Israel os restos mortais de dois israelenses sequestrados. Isto depois de uma semana que pôs os nervos à flor da pele dos familiares de sequestrados, anunciando todo dia que devolveria sequestrados sem fazê-lo.

Foto: rawpixel

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