Israel ataca o Irã e elimina líderes militares
Israel lançou um intenso ataque aéreo em território iraniano, na manhã de sexta-feira, visando instalações nucleares, bases de mísseis e altos líderes militares iranianos, no que autoridades israelenses estão chamando de Operação “Rising Lion”.
O ataque coordenado, que envolveu dezenas de aeronaves, é o confronto mais direto até o momento entre as duas potências regionais e está sendo encarado por Israel como um último recurso para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.
A onda inicial de ataques começou aproximadamente às 3h, horário local, e desencadeou alertas de emergência em todo o país, além de mobilizações de defesa aérea retaliatória no Irã. Todo o país foi acordado com o toque de sirenes e alertas do Comando da Frente Interna soaram em todos os celulares do país.
Explosões foram relatadas em várias grandes cidades iranianas, incluindo Teerã, Isfahan e Arak. Avaliações iniciais sugerem que os principais alvos de Israel eram centros de comando, sistemas de defesa aérea e instalações ligadas ao desenvolvimento nuclear e aos programas de mísseis de longo alcance do Irã.
A mídia estatal iraniana confirmou que as defesas aéreas do país foram ativadas e que os voos no Aeroporto Internacional Imam Khomeini, em Teerã, foram suspensos. Aeronaves civis foram retiradas dos céus iranianos e diversas fontes relataram incêndios generalizados e danos estruturais na capital. A televisão iraniana confirmou que ataques israelenses atingiram a sede do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e mataram membros de alto escalão do exército.
Entre os mortos estavam o chefe do Estado-Maior iraniano, Mohammad Bagheri, e o comandante-chefe do IRGC, Hossein Salami. Ambos estavam entre as figuras mais importantes do aparato de segurança iraniano. Bagheri, que liderava as Forças Armadas desde 2016, era considerado o arquiteto do programa de mísseis balísticos do Irã. Sua influência foi reforçada por laços familiares com o regime: seu irmão foi um comandante célebre durante a Guerra Irã-Iraque, o que ajudou a consolidar a posição de Bagheri entre a elite governante do Irã.
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Embora fosse nominalmente o principal oficial militar do país, Bagheri frequentemente entrava em conflito com o IRGC, mais poderoso e independente, que opera sob uma estrutura de comando separada, reportando-se diretamente ao Líder Supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
Salami, que entrou para o IRGC durante a Guerra Irã-Iraque, ascendeu na hierarquia até liderar a poderosa organização paramilitar. Ele supervisionou uma repressão violenta aos protestos nacionais em 2022 e foi frequentemente a voz mais estridente do regime contra Israel. Apenas um dia antes do ataque, Salami havia alertado que qualquer ataque israelense seria recebido com “uma resposta mais dura e dolorosa do que qualquer coisa que a região já conheceu”.
Também foram confirmadas as mortes do Major-General Gholam Ali Rashid, comandante do complexo militar “Khatam al-Anbiya” em Teerã, e de dois cientistas nucleares de alto escalão: Fereydoon Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, e o físico Mohammad Mehdi Tehranchi. A televisão iraniana noticiou que todos foram mortos nos ataques aéreos israelenses a Teerã e que o complexo de comando do IRGC estava entre os alvos atingidos.
Em um discurso pela TV, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse: “Nosso objetivo é atingir as instalações nucleares e as capacidades militares do Irã até que acabemos a ameaça contra nós”. Ele acrescentou: “O Irã está se preparando para produzir dezenas de milhares de mísseis balísticos que poderiam matar milhões de israelenses mesmo sem ogivas nucleares, mas imagine se algum deles carregasse armas nucleares”.
Netanyahu afirmou que informações de inteligência mostraram que o Irã estava a apenas alguns meses de ser capaz de fabricar uma arma nuclear. “O Irã enriqueceu urânio suficiente para nove bombas nucleares”, disse ele. “Essas medidas deixaram o Irã perigosamente perto de obter uma arma nuclear em um curto espaço de tempo”.
Netanyahu disse que a operação atingiu a principal a instalação de enriquecimento do Irã em Natanz, o que ele chamou de “o coração do programa de mísseis balísticos do Irã”.
Paralelamente aos ataques, o ministro do Exterior, Gideon Sa’ar, realizou uma maratona de negociações políticas com os ministros do Exterior de vários países sobre a decisão do gabinete de remover a ameaça iraniana de aniquilação e a ação subsequente das FDI.
Sob a direção de Sa’ar, o Ministério entrou em modo de emergência e uma força-tarefa de emergência foi criada para operar todas as missões israelenses ao redor do mundo. As missões israelenses atuarão politicamente e por meio da mídia em todas as áreas para criar uma camada de legitimidade política para a operação militar.
Os fiéis que estavam na praça do Muro das Lamentações quando a notícia do ataque israelense ao Irã se tornou pública recitaram Salmos e tocaram o shofar.
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Fonte: Revista Bras.il a partir de The Media Line
Fotos: Captura de tela e Wikimedia Commons