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Lula acusa Israel de “aniquilar sonho de nação palestina”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais uma vez atacou Israel, durante seu pronunciamento na Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, realizada paralelamente à 80ª Assembleia Geral da ONU, nesta segunda-feira.

Lula defendeu o reconhecimento imediato de um estado palestino e acusou a comunidade internacional de inação diante da “limpeza étnica em tempo real” cometida por Israel em Gaza.

Em seu discurso, Lula afirmou que o conflito no Oriente Médio se tornou o “símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo” e criticou duramente o uso do direito de veto no Conselho de Segurança. Segundo ele, a “tirania do veto” inviabiliza decisões e sabota a própria razão de ser da ONU.

O presidente brasileiro reiterou que os fundamentos de um estado vêm sendo “sistematicamente solapados” no caso palestino. “O direito de defesa não autoriza a matança indiscriminada de civis”, disse ele.

Lula citou dados da ONU sobre a destruição de 90% dos lares em Gaza, o uso da fome como arma de guerra e o número de mais de 50 mil crianças mortas ou mutiladas. Para ele, trata-se de “extermínio do povo palestino e do aniquilamento de seu sonho de nação”.

Além das críticas, o presidente defendeu a adoção de medidas práticas: reforço no controle da importação de produtos de assentamentos ilegais e manutenção da suspensão da exportação de material de defesa para a região. Também demonstrou apoio à criação de um órgão específico da ONU, inspirado no comitê anti-apartheid, para supervisionar a questão palestina.

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Lula recordou ainda que a partilha da Palestina, aprovada há 78 anos em uma sessão presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, previa dois estados soberanos. “Só um se concretizou. Efetivar o estado palestino é uma questão de justiça e de reconstrução da credibilidade da ONU”, disse.

Logo após o pronunciamento de Lula na ONU, quando o povo judeu comemorava a entrada do ano novo judaico, a Confederação Israelita do Brasil (CONIB) divulgou um comunicado lamentando o novo ataque do presidente a Israel.

“A CONIB lamenta que, em pleno feriado do Ano Novo judaico, o presidente Lula mais uma vez faça acusações mentirosas contra Israel, agora em foro internacional. Acusar judeus de matar mulheres e crianças deliberadamente é uma das mais antigas acusações antissemitas da história. E Lula faz isso desconsiderando os fatos e a tradição diplomática brasileira de moderação e busca do diálogo. O trágico conflito no Oriente Médio começou há quase dois anos, depois de um ataque bárbaro e genocida de terroristas do Hamas contra civis israelenses, o maior ataque contra judeus desde o Holocausto. Se o presidente Lula está interessado no fim da guerra, deveria pedir que o Hamas devolva os reféns que mantém nas masmorras de Gaza há quase dois anos e que o grupo terrorista deponha suas armas. Suas manifestações desequilibradas em nada contribuem para a paz na região”.

Como é tradição, desde 1955, Lula será o primeiro representante entre os 193 países-membros a discursar no Debate Geral da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, nesta terça-feira, logo após as falas do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da presidente da 80ª Assembleia Geral, Annalena Baerbock, da Alemanha.

Fonte: Revista Bras.il a partir de TVT News e CONIB
Foto: Captura de tela (ONU)

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