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Mês crucial de definições

Por David S. Moran

O mês de setembro é crucial e definirá muitas coisas no Oriente Médio. O Tsahal (FDI) entrará na cidade de Gaza para limpá-la dos terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica. Israel convocou novamente 60.000 reservistas (muitos pela quinta, sexta vez). Todos querem vencer a guerra, mas há divergências nos métodos para alcançar esta vitória.

Netanyahu que parece ter só um objetivo em mente, o de permanecer na chefia do governo, por ter uma pequena maioria, teme que se fizer algo contra a vontade dos líderes de dois partidos radicais – Ben Gvir e Bezalel Smotrich – perderá o governo, faz atos absurdos ditados por estes dois, que já cumpriram penas de prisão e nada entendem de Exército. Eles querem a conquista e ocupação da Faixa de Gaza e até estabelecer assentamentos judaicos na região. Em vazamento de gritos que aconteceram no Gabinete de Segurança, o chefe do Estado-Maior do Exército, Major-General Eyal Zamir (que foi secretário militar de Netanyahu, diretor-geral do Ministério da Defesa e recebeu o cargo, em março, do próprio Netanyahu) discutiu (31/08) com Netanyahu e seus ministros (sim, master) dizendo: “vocês são o gabinete de 7 de outubro, agora vocês se lembram de falar em derrotar Hamas. Onde vocês estiveram dois anos? Desde que assumi o posto, em março, 70% de Gaza foi conquistada. Agora vocês se lembram em falar de derrotar o Hamas”. Zamir, que estava zangado mesmo, pois sabe que os políticos encabeçados por Netanyahu, o colocarão como bode expiatório se não alcançarem seus objetivos, acrescentou: “se vocês querem disciplina cega, tragam outra pessoa”.

Zamir deu seu parecer de que se opõe a conquista de Gaza, que ameaçaria a vida dos 20 sequestrados supostamente ainda vivos e pelo fato de que há outra oportunidade melhor de negociação. Sua posição é que Israel deve cercar Gaza e fazer incursões militares. Na quarta-feira (03/09) o presidente Trump dirigiu-se ao Hamas e lhes disse: “Libertem todos os reféns e então as coisas vão mudar rapidamente. Isto terminará”. A reação do Hamas foi rápida e num drible enganador disse concordar com negociação definitiva de todos os reféns (e não parcial), aliás, como foi a proposta do Netanyahu. A resposta israelense a isto foi que a resposta do Hamas é enganosa.

Mesmo assim, ante a decisão do Gabinete, o exército levará adiante os combates. Aos 60.000 reservistas convocados, Zamir disse (02/09): “Nós não pararemos a guerra até derrotar o inimigo. Estamos atuando em lugares que não estivemos até hoje”. Netanyahu parece ter uma só coisa em mente, manter-se no poder e por isso adota medidas mais radicais, para não ter que enfrentar ameaças dos partidos extremistas de Ben Gvir e de Smotrich. A saber, dos grandes “entendidos” em assuntos militares, Ben Gavir não fez serviço militar, Smotrich só aos 29 anos, por alguns meses. Os filhos de Netanyahu em idade de reservistas não o fazem, um em Londres e um em Miami (bom exemplo!). Outros que conseguem se esquivar devido a coalizão são os ultraortodoxos. Estes só recebem mais verbas e não cooperam para o serviço comum de todo.

Hoje faz exatamente 700 dias que 48 israelenses estão no cativeiro, esfomeados em túneis, sofrendo fisicamente e mentalmente. O povo escuta, se identifica, sai as ruas e faz manifestações, às vezes violenta, mas, o governo nada. Nenhum ministro, mesmo o deputado pelo Likud, Avi Dichter, que foi chefe do Shabak (ex-Shin Bet) e sabe algo de segurança.

Gaza tem uma rede de túneis, mais ampla do que a de São Paulo e Rio juntas. Em muitos pontos, estão postos explosivos e por isso quando as tropas agirem, tem que o fazer com cuidado e devagar, isto sem falar dos 20 sequestrados vivos, que ninguém sabe serão tratados pelos terroristas quando estiverem encurralados. A população de Gaza, que foi orientada a evacuar ao sul, onde receberão tendas, comida e assistência médica, não foge de Gaza, muitos impedidos por ativistas do Hamas. Isto torna a conquista de Gaza mais difícil, pela cautela em não atingir vítimas inocentes.

O ocidente acorda tarde

Em muitos países ocidentais há manifestações contra Israel (pode ser legítimo) e contra judeus (não é legítimo) e ações violentas nunca antes vistas. A maioria destas manifestações é organizada por grupos islâmicos. Islamistas tomam as ruas de Paris, Londres, Bruxelas, Amsterdam, entre outas, para onde emigraram milhares e milhares de muçulmanos. A conquista da Europa por muçulmanos é lenta, mas certa. Os europeus criam um ou dois filhos, os muçulmanos tem seis a oito filhos. Há áreas em algumas cidades dominadas por imigrantes muçulmanos, onde nem a polícia ousa entrar.

É interessante notar que os países árabes/muçulmanos que conhecem as atividades dos radicais da Irmandade Muçulmana, a colocaram fora da lei. Sabem o porquê. Agora certos países estão arrependidos de terem aberto os portões para estes imigrantes. Na Austrália, dezenas de australianos saíram às ruas em protesto contra a política de imigração local. Na Inglaterra, milhares hastearam a velha bandeira inglesa (Saint George) e do Reino Unido para manifestar seu patriotismo, ante a crescente atividade de protestos violentos pró-palestinos e violência sexual por parte de imigrantes muçulmanos.

O mesmo ocorre na França, onde 10% da população é muçulmana e em certas cidades eles já são maioria. Acontece que o Ocidente tem memória curta e quem perpetrou terrorismo como o ataque às Torres Gêmeas (Nova York), invasão e matança na vila olímpica (Munique), ou sequestro de aviões, foram palestinos. Certos governos europeus pagaram à OLP propina para que não atue em seu país.

Agora, quando alguns países europeus declaram que querem reconhecer o estado palestino, que nem tem fronteiras conhecidas, o governo americano nega visto de entrada aos Estados Unidos ao presidente palestino, Mahmoud (Abu Mazen) Abbas e elementos do seu governo, que participariam da Assembleia Geral da ONU, a ser realizada este mês. A alegação é que eles ainda apoiam o terror e o financiam. Basta ler livros escolares para ver o ódio contra judeus e Israel que há lá e ver o salário mensal que recebem terroristas encarcerados ou familiares de terroristas que mataram israelenses.

Foto: Gabinete do Primeiro-Ministro (X)

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