“Não haverá Palestina, mesmo sem acordo com Riad”
Em entrevista ao canal Abu Ali Express no Telegram, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que nenhum estado palestino será estabelecido, mesmo que isso signifique não normalizar relações com a Arábia Saudita. Ele prometeu reabrir Rafah após a devolução dos restos mortais de todos os reféns.
Questionado se sua oposição à criação de um estado palestino se mantém mesmo que isso coloque em risco a normalização das relações com Riad, que exigiu um caminho viável para a criação de um estado palestino como condição, Netanyahu respondeu: “A resposta é: um Estado palestino não será criado. É uma ameaça existencial para Israel”.
O primeiro-ministro observou que a guerra em Gaza atrasou o progresso rumo à normalização das relações com a Arábia Saudita, mas acrescentou que “as condições podem se desenvolver”, agora que a guerra está chegando ao fim.
“Mas as condições devem ser aceitáveis para ambos os lados, termos que sejam bons para ambos os lados”, disse ele. “Sei como me manter firme em nossas condições essenciais sem colocar em risco nossa segurança. E se esse processo amadurecer mais tarde, excelente. Caso contrário, salvaguardaremos nossos interesses vitais”.
Netanyahu também abordou a questão da passagem de fronteira de Rafah, afirmando que Israel a reabrirá assim que os restos mortais dos três reféns mortos restantes – Dror Or, Ran Gvili e Sudthisak Rinthalak – forem devolvidos de Gaza pelo Hamas.
“Concordamos em abrir a passagem depois de recebermos todos os nossos reféns. Estamos muito perto de concluir esse processo – está previsto para acontecer – e, assim que estiver concluído, abriremos a passagem”, disse ele.
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Netanyahu acrescentou que acolheria com satisfação a permissão do Egito para que os habitantes de Gaza que desejassem sair pudessem fazê-lo: “Qualquer habitante de Gaza que queira sair deve poder fazê-lo, e esse direito tem sido negado a eles. O plano de 20 pontos de Washington para Gaza incluía esse direito. Se o Egito aceitar isso, acho que será muito positivo”.
Sobre a venda dos caças F-35 para a Arábia Saudita, em conversa do primeiro-ministro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, Netanyahu disse que este prometeu que os EUA manterão a superioridade militar de Israel, especialmente no contexto da venda destes caças.
Em relação à Turquia, Netanyahu afirmou que Israel busca um acordo com Ancara, mas não pode ignorar a ameaça potencial.
“Espero que essa ameaça não se materialize, mas não podemos descartá-la”, disse ele, referindo-se ao apoio do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao Hamas e às acusações de genocídio contra Israel durante os dois anos de guerra em Gaza.
“Preferimos um modus vivendi com a Turquia”, disse Netanyahu. “Eles são muito teimosos e falam de forma extremista, e nós resistimos a isso. Mas, na prática, impedimos a entrada deles no sul da Síria. Também não queríamos que eles entrassem no centro da Síria pela base T-4 e até atacamos aquele pista de pouso”.
Apesar das tensões, Netanyahu afirmou que Israel mantém um diálogo discreto com a Turquia para evitar uma escalada. No entanto, enfatizou que o planejamento militar israelense levará em consideração as capacidades turcas.
“Não pretendemos renunciar à nossa superioridade militar”, disse ele. “Não estamos à procura de inimigos, mas não permitiremos que nenhum país da região nos ameace”.
Sobre o recrutamento dos haredim, Netanyahu disse ao site Abu Ali Express, que “espero ser o primeiro primeiro-ministro a aprovar uma lei de recrutamento que aliste 17.000 haredim em três anos. Espero que os rabinos permitam isso”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Abu Ali Express
Foto: Captura de tela (Abu Ali Express)


Este Primeiro Ministro tem beitsim (.c…….lhoes)! Kol hakavod pra ele!❤️