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Netanyahu discursa na ONU com plenário vazio

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu começou seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta sexta-feira, colocando o massacre do Hamas em 7 de outubro no centro de suas observações.

Dezenas de delegados, inclusive do Brasil, abandonaram o local antes que ele começasse a falar, incentivado por uma mensagem da missão da Autoridade Palestina nas Nações Unidas vista pelo i24NEWS.

A mensagem dizia: “A Palestina está entrando em contato para pedir que você se junte à greve da maioria das delegações” quando “o criminoso de guerra israelense Netanyahu estiver prestes a discursar”, escreveu a missão. A missão incentivou os Estados a “levaram o maior número possível de funcionários da missão” e, assim que Netanyahu fosse anunciado, “as delegações deveriam se retirar coletivamente da assembleia”.

Respondendo às recentes decisões dos países de reconhecer o estado palestino, Netanyahu disse: “Sua decisão vergonhosa encorajará o terrorismo contra judeus e contra pessoas inocentes em todos os lugares”.

Enquanto o líder israelense falava, gritos e aplausos ecoavam pelo salão. As poucas potências mundiais presentes, não enviaram seus funcionários mais graduados ou mesmo seu embaixador na ONU para a seção. Em vez disso, ela foi preenchida com diplomatas de baixo escalão.

O discurso também foi transmitido por alto-falantes na fronteira com Gaza, no que seu gabinete chamou de “esforço de diplomacia pública”.

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O Gabinete do Primeiro-Ministro anunciou que as FDI assumiram também o controle dos telefones dos moradores de Gaza e dos membros do Hamas, e que seu discurso seria transmitido ao vivo também pelos telefones.

“Senhoras e senhores, graças aos esforços especiais da inteligência israelense, minhas palavras agora também estão sendo transmitidas ao vivo para os celulares dos moradores de Gaza”, acrescentou. Portanto, aos líderes restantes do Hamas e aos carcereiros dos nossos reféns, eu digo agora: deponham as armas. Soltem o meu povo. Libertem os reféns, todos eles, todos os 48, libertem os reféns”, disse Netanyahu.

O primeiro-ministro apelou aos moradores de Gaza e deixou claro que a guerra poderia terminar imediatamente com o retorno dos reféns, o desarmamento do Hamas e a desmilitarização da Faixa.

Netanyahu utilizou materiais visuais durante o discurso para destacar a brutalidade do ataque, incluindo imagens da destruição no sul de Israel. Ele disse aos delegados que Israel não se desculparia por se defender e apelou à comunidade internacional para que se posicionasse inequivocamente contra o Hamas.

Netanyahu prometeu “terminar o trabalho” de eliminar o Hamas em Gaza. “Os últimos elementos, os últimos remanescentes do Hamas, estão entrincheirados na Cidade de Gaza. Eles prometem repetir as atrocidades de 7 de outubro outra e outra vez, não importa quão reduzidas estejam suas forças”, disse ele. “É por isso que Israel precisa terminar o trabalho. É por isso que queremos fazê-lo o mais rápido possível”.

“Grande parte do mundo não se lembra mais do 7 de outubro, mas nós nos lembramos. Israel se lembra do 7 de outubro”, acrescentou, apontando para um código QR em seu paletó que leva ao site sobre as atrocidades de 7 de outubro.

Ele acrescentou: “Em 7 de outubro, o Hamas realizou o pior ataque contra judeus desde o Holocausto. Eles massacraram 1.200 pessoas inocentes, incluindo mais de 40 americanos e estrangeiros de dezenas de países aqui representados”.

Netanyahu também elogiou o presidente Donald Trump, seu principal aliado em sua abordagem política e militar na região e afirmou que as mudanças no Oriente Médio criaram novas oportunidades.

Netanyahu fez referência as operações de Israel contra o Irã e seus representantes no Oriente Médio. “No ano passado, massacramos os Houthis, inclusive ontem. Esmagamos o grosso da máquina terrorista do Hamas. Paralisamos o Hezbollah, eliminando a maioria de seus líderes e grande parte de seu arsenal de armas”, disse Netanyahu.

Embora discursasse para uma assembleia geral com poucos participantes, Netanyahu recebeu fortes aplausos ao mencionar a operação israelense que explodiu centenas de pagers carregados por membros do Hezbollah no Líbano.

As famílias dos reféns israelenses se manifestaram contra os planos do governo israelense de transmitir o discurso de Netanyahu na Assembleia Geral da ONU para os moradores de Gaza hoje, usando alto-falantes ao longo da faixa.

Anat Angrest, mãe do refém Matan Angrest, disse em uma publicação nas redes sociais: “Netanyahu, meu Matan e outros reféns podem ouvir vocês hoje. Qualquer frase que não seja ‘Vim aos EUA para assinar um acordo que os trará de volta para casa’ equivale a abuso psicológico para eles”. “Não quebre a esperança deles, se ainda houver alguma”, disse Angrest.

Lishay Lavi, esposa de Omri Miran, escreveu no X: “Em vez de falar com os habitantes de Gaza, gostaria de falar com aqueles que estão desesperados por uma voz de esperança, os reféns e os soldados.”

“Se os alto-falantes já tiverem sido instalados, eu ficaria feliz em enviar minha própria gravação para Omri, para que eu possa dizer a ele e a todos os reféns e soldados, em alto e bom som, que o povo de Israel está lutando por eles e que a esmagadora maioria quer um acordo que os traga de volta”, acrescentou Lavi.

Netanyahu se encontrará na segunda-feira com o presidente dos EUA, Donald Trump, que prometeu bloquear qualquer tentativa de Israel de anexar a Judeia e Samaria, uma mensagem que vem na esteira de um plano de paz proposto pelos EUA, discutido recentemente com líderes árabes.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post, CNN e AP
Foto: Captura de tela (APT)

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