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Número de mortos em Sydney sobe para 15

A polícia de Sydney informou que 15 pessoas morreram no ataque terrorista, na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, durante uma festividade judaica de chanucá.

Os terroristas, pai e filho, foram identificados como Sajid e Naveed Akram, de 50 e 24.

Suas identidades e histórias foram divulgadas enquanto a Austrália, sua comunidade judaica e o mundo judaico em geral continuam a discutir as consequências do ataque, que foi um dos tiroteios mais sangrentos da história da Austrália e o massacre antissemita mais mortal fora de Israel desde 7 de outubro de 2023.

Quarenta e duas pessoas foram levadas para hospitais próximos e 27 permanecem internadas – cinco em estado crítico e as demais em estado grave, porém estável. Dois são policiais que atenderam à ocorrência.

Entre as vítimas estão Matilda, uma menina de 10 anos, estudante de uma escola russa, o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, pai de cinco filhos, que atuava como rabino assistente no Chabad de Bondi, Alexander Kleytman, um sobrevivente do Holocausto, Dan Elkayam, jogador de futebol francês que atua nas principais ligas de Sydney, Reuven Morrison, empresário que emigrou da antiga União Soviética. Os outros mortos ainda não tiveram suas identidades divulgadas.

Líderes locais prometeram uma resposta enérgica, e a Austrália estaria investigando se o ataque teve apoio do Irã.

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Segundo a emissora australiana ABC, acredita-se que ambos os atiradores tenham jurado lealdade ao grupo terrorista Estado Islâmico. Um oficial da Equipe Conjunta de Combate ao Terrorismo do país disse à emissora que uma bandeira do Estado Islâmico foi encontrada no carro deles, próximo ao local do ataque.

Sajid, que segundo as autoridades possuía legalmente pelo menos seis armas de fogo, apesar das leis de armas extremamente rigorosas da Austrália, foi morto a tiros pela polícia no local do ataque e Naveed foi ferido e está hospitalizado sob custódia policial.

As armas foram recuperadas e a casa deles foi alvo de buscas, assim como um imóvel alugado pelo Airbnb onde estavam hospedados antes do ataque.

A publicação também informou que Naveed havia sido investigado pela ASIO, a agência de inteligência interna do país, em 2019, por seus laços estreitos com uma célula do Estado Islâmico. Segundo o oficial, Naveed era próximo de membros da célula, incluindo Isaac El Matari, um terrorista do Estado Islâmico preso naquele ano que se identificou como o líder do grupo na Austrália. Matari está cumprindo uma pena de sete anos de prisão.

“Um desses indivíduos era conhecido por nós, mas não como uma ameaça imediata, então precisamos investigar o que aconteceu”, disse o diretor-geral da ASIO, Mike Burgess, no domingo.

Outras ligações com o terrorismo estão sendo investigadas. O ataque ocorreu cerca de um mês depois de o Mossad ter notificado a inteligência australiana sobre uma “infraestrutura terrorista” apoiada pelo Irã no país, que planejava realizar ataques contra alvos judeus, informou o Canal 12.

Segundo a emissora, quase toda a infraestrutura foi desmantelada pelas autoridades australianas após receberem o alerta israelense, e a inteligência australiana está investigando se os autores do ataque de hoje faziam parte da operação iraniana.

Em outubro, o Mossad divulgou detalhes sobre uma rede terrorista transnacional dirigida pela Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, responsável por uma série de ataques recentes contra locais judaicos em países ocidentais, incluindo a Austrália.

Segundo a agência de espionagem israelense, o comandante sênior da Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica, Sardar Ammar, chefia a rede, que intensificou seus esforços para atacar alvos judaicos e israelenses em todo o mundo desde o ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.

Em agosto, a Austrália responsabilizou o Irã por dois ataques incendiários ocorridos em 2024: um na sinagoga Adass Israel, em Melbourne, e outro em um restaurante casher, em Sydney. Canberra também expulsou o embaixador iraniano e anunciou que incluiria a Guarda Revolucionária Islâmica na lista de organizações terroristas. Essa foi a primeira vez que a Austrália expulsou um embaixador desde a Segunda Guerra Mundial.

Entretanto, após o massacre, o Conselho de Segurança Nacional alertou que “a experiência passada demonstra que existe preocupação com ações imitativas por parte de apoiadores do terrorismo que possam se inspirar no ocorrido”.

O alerta de viagem recomenda aos israelenses no exterior que evitem aglomerações sem segurança, incluindo sinagogas, centros Chabad e festas de chanucá. O festival em Sydney que foi alvo do alerta foi organizado pelo Chabad.

Questionado sobre as críticas do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albansese, recusou-se a comentar, afirmando que “este é um momento de união nacional, um momento para os australianos se unirem, e é exatamente isso que faremos”.

Questionado se havia falhado com os judeus australianos, o primeiro-ministro disse que “meu governo continuará ao lado dos judeus australianos e continuará a erradicar o antissemitismo em todas as suas formas”.

O governo também foi alvo de críticas da líder da oposição australiana, Sussan Ley, que denunciou uma “falha” em garantir a segurança dos judeus após o ataque.

“Testemunhamos uma clara falta de liderança em garantir a segurança dos judeus australianos”, disse ela, segundo relatos da imprensa local. “Temos um governo que vê o antissemitismo como um problema a ser administrado, e não como um mal que precisa ser erradicado”.

A líder do Partido Liberal da Austrália acrescentou: “Tudo precisa mudar a partir de hoje na forma como os governos respondem”, pedindo ao governo que adote integralmente as recomendações de um relatório governamental sobre antissemitismo.

Enquanto os judeus australianos vivenciam o primeiro dia após o massacre, líderes comunitários encorajam a comunidade a perseverar.

Em um discurso emocionado proferido durante as orações da manhã de segunda-feira, o sogro do rabino assassinado pediu à congregação que desse continuidade ao trabalho daqueles que foram assassinados.

“Por algum motivo, eles morreram al kiddush hashem”, pela santificação do nome de Deus, disse o rabino Yehoram Ulman, cofundador do Chabad de Bondi, que organizou o evento que foi alvo do ataque.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e Sky News
Fotos: Policia de Nova Gales do Sul

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