O ataque mortal e as falhas na segurança
As brechas na cerca de segurança, por onde milhares de imigrantes ilegais entram em Israel, todos os dias, são bem conhecidas. Na última segunda-feira, uma infiltração com auxílio de cordas foi documentada ao vivo pelas câmeras da Ynet na região de Jerusalém. Um dia depois, o controlador do Estado emitiu um relatório contundente alertando que as falhas “devem tirar o sono da liderança”. Agora, esse alerta se concretizou.
Um terrorista palestino que, entrou em Israel há cerca de uma semana pela mesma brecha, realizou um ataque terrorista prolongado e mortal, na noite de sexta-feira, que durou quase 50 minutos, na região do Vale de Beit Shean, resultando na morte de duas pessoas e vários feridos
Samson Mordechai, de 68 anos, foi atropelado e morto em sua cidade natal, Beit Shean, quando voltava da sinagoga. Aviv Maor, do Kibutz Ein Harod, de 18 anos, foi esfaqueada até a morte perto de Tel Yosef.
Um rapaz de 16 anos ficou levemente ferido em Beit Shean após ser atropelado pelo terrorista, e um homem de 37 anos sofreu ferimentos moderados ao ser atingido na entrada de Afula. Nesse local, um civil finalmente pôs fim ao massacre ao atirar no terrorista, que foi ferido e levado para o hospital em estado estável.
A seguir, a sequência de eventos, desde a entrada do terrorista em Israel até sua neutralização.
O terrorista Ahmad Abu al-Roub, de 34 anos, de Qabatiya, no norte da Samaria, entrou em Israel, cerca de uma semana antes por uma brecha na região de Jerusalém, longe do Vale de Beit Shean.
LEIA TAMBÉM
- 26/12/2025 – Discurso antissemita aumenta após massacre de Bondi
- 25/12/2025 – Papa lamenta sofrimento em Gaza na missa de Natal
- 25/12/2025 – Estudo indica que o Natal era apreciado por judeus europeus
Abu al-Roub era conhecido por entrar ilegalmente no país repetidamente e já havia sido preso diversas vezes. Em 2022, cumpriu pena de prisão por entrada ilegal. Em fevereiro, foi novamente preso pela polícia do Distrito Costeiro após ser flagrado com um motorista. Uma faca foi encontrada no veículo. Ele ficou detido por pelo menos dois dias e a polícia pretendia apresentar uma acusação formal, mas, por razões ainda não esclarecidas, foi liberado.
O terrorista, que trabalhava no Kibutz Mesillot, no Vale de Beit Shean, para um empreiteiro árabe-israelense de Arraba, roubou o veículo de seu empregador e dirigiu-se para Beit Shean, onde o ataque começou.
Por volta das 12h18, o Magen David Adom recebeu um chamado informando que um jovem de 16 anos havia sido atropelado, em Beit Shean. Segundo moradores, o terrorista saiu do veículo com uma faca e tentou esfaquear o adolescente, que conseguiu escapar. O terrorista retornou à caminhonete e fugiu.
Por volta das 12h24, o MDA recebeu outra chamada relatando um homem inconsciente, em Beit She’an, a cerca de 500 metros do primeiro local. Os paramédicos constataram o óbito de Shimshon Mordechai no local. Ele estava voltando da sinagoga. Um morador disse que o terrorista o atropelou e o arrastou por cerca de 50 metros antes de fugir.
Às 12h31, chegou a notícia de uma jovem esfaqueada na Rodovia 71, perto de Tel Yosef. A vítima era Aviv Maor, de 18 anos. Segundo depoimentos, o terrorista bateu no veículo em que ela estava, saiu de sua caminhonete e a perseguiu até uma vala de drenagem, onde a esfaqueou várias vezes até matá-la.
Às 12h45 um quarto relato foi recebido. Yaakov Gerber, um professor de 37 anos de Hadera, foi atropelado pelo veículo do terrorista enquanto caminhava na calçada, na entrada de Afula. Ele sofreu um traumatismo craniano e foi hospitalizado no Centro Médico Rambam. No local, o veículo do terrorista colidiu contra um poste de luz. Nesse momento, um civil interveio, confrontou o terrorista e atirou nele.
Por volta das 16h, as forças de segurança invadiram a casa do terrorista em Qabatiya e prenderam seu pai. Os preparativos para a demolição da casa estão em andamento. O empregador do terrorista também foi preso e levado para o Shin Bet para interrogatório.
Para além da investigação, o ataque reacendeu sérias questões sobre as falhas antigas relacionadas com as conhecidas brechas na cerca de segurança. Um dia depois de o Ynet ter documentado a violação em Jerusalém, o controlador do Estado publicou um relatório alertando para graves deficiências e para o risco de infiltração em massa semelhante à de 7 de outubro, mas a partir da frente oriental.
O Controlador do Estado, Matanyahu Englman, afirmou que as falhas são profundamente preocupantes e responsabilizam a alta cúpula política e de segurança. O relatório constatou que apenas 61% da cerca ao redor de Jerusalém está fortificada, deixando quilômetros sem barreiras.
Desde o início da guerra em Gaza, Israel suspendeu a entrada da maioria dos trabalhadores palestinos, mas as travessias ilegais aumentaram consideravelmente. Redes de contrabando prosperam, com intermediários cobrando de NIS 300 a 600 por pessoa. Um oficial de segurança disse ao Ynet que muitos ataques recentes foram realizados por imigrantes ilegais, observando que as infiltrações semanais em Jerusalém dobraram, passando de cerca de 3.000 para 6.000.
Nesta sábado, o terrorista, autor do atentado, Ahmed Abu al-Rov, foi libertado do Centro Médico Emek, em Afula. Ele foi detido e está sendo investigado.
Ontem, uma manifestação em frente ao hospital exigia que o terrorista não recebesse tratamento médico. Os ativistas eram afiliados ao grupo de extrema-direita “La Familia”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Ynet e The Jerusalem Post
Fotos: Polícia de Israel e cortesia das famílias

