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O impasse sobre os terroristas nos túneis de Rafah

O principal assessor do presidente Donald Trump, Jared Kushner, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu têm se esforçado para encontrar uma solução para o impasse em relação aos 100 a 200 terroristas do Hamas entrincheirados nos túneis de Rafah, no lado israelense da Linha Amarela.

Uma autoridade israelense disse ao The Times of Israel, na noite de terça-feira, que “não há uma solução consensual em relação aos terroristas em Rafah”.

Segundo uma reportagem do Canal 12, Israel apresentou um plano no qual concordaria em permitir a saída dos membros do Hamas, desde que entregassem suas armas e se comprometessem a não retornar ao terrorismo.

O plano previa que os agentes se desarmassem “de acordo com as instruções de Trump”, disse a emissora de TV, com Israel concordando em não atacá-los quando saíssem dos túneis.

A emissora pública Kan, no entanto, informou que, embora Kushner tenha pressionado Netanyahu para permitir que os membros do Hamas passassem desarmados para o lado ocidental de Gaza, Israel se recusou a concordar com tal proposta.

Segundo a Kan, Kushner enfatizou a Netanyahu a extrema importância que Trump dava para resolver essa questão e permitir que o plano de paz geral avance, e que Washington não aceitaria um resultado em que Israel matasse os combatentes do Hamas.

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Entretanto, o site de notícias Ynet, citando um membro do gabinete de segurança, afirmou que Netanyahu e Kushner chegaram a um acordo que prevê o exílio dos terroristas entrincheirados para um outro país.

No entanto, o plano não está avançando porque nenhum país concordou em recebê-los, segundo o site. Uma autoridade israelense, porém, negou que exista qualquer acordo para exilar os combatentes do Hamas.

Durante semanas, o gabinete de Netanyahu afirmou que não concederia salvo-conduto aos combatentes do Hamas entrincheirados. Autoridades americanas teriam dito a Israel que o impasse não deveria ofuscar o desafio maior de lidar com os cerca de 20.000 terroristas armados ainda ativos em áreas controladas pelo Hamas.

A Turquia estaria desempenhando um papel central de mediação nas negociações coordenadas por Washington. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, reuniu-se na segunda-feira em Washington com o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, para discutir o cessar-fogo em Gaza e os próximos passos para garantir a estabilidade na região.

Diversos relatos nos últimos dias indicaram que o retorno, no domingo, dos restos mortais de Hadar Goldin – um soldado israelense morto em 2014 e cujo corpo permaneceu em Gaza por 11 anos – estava ligado às negociações sobre a evacuação dos terroristas do Hamas encurralados, embora não tenha havido nenhum pronunciamento oficial sobre o assunto.

Entretanto, o site de notícias Politico publicou na terça-feira uma série de documentos que circularam no centro de monitoramento do cessar-fogo em Gaza liderado pelos EUA, e que, segundo o site, revelam dúvidas em Washington sobre a capacidade de manter o cessar-fogo.

Uma apresentação de slides obtida pelo Politico inclui um ponto de interrogação entre as fases um e dois do cessar-fogo, o que, segundo o site, evidencia a incerteza dos EUA sobre as perspectivas de estabelecer uma Força Internacional de Estabilização e desarmar o Hamas.

Um porta-voz do Departamento de Estado, no entanto, negou as alegações da reportagem, afirmando que ela “demonstra uma completa ignorância do funcionamento do esforço de paz em Gaza. Todos querem fazer parte do esforço histórico de paz do presidente Trump no Oriente Médio”.

“Desde o momento em que o presidente Trump anunciou seu Plano de 20 Pontos, houve uma avalanche de ideias, sugestões e propostas de dezenas de países e ONGs sobre uma série de questões”, afirmou o porta-voz. “Não poderíamos comentar o conteúdo das milhares de ideias e propostas que podem ou não ter sido analisadas. O governo Trump continuará a defender o cessar-fogo e a implementar efetivamente o Plano de 20 Pontos do Presidente Trump”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Haim  Zach (GPO)

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