ONU recusa papel na ajuda humanitária em Gaza
As Nações Unidas anunciaram, na quinta-feira, sua recusa em participar de uma operação humanitária apoiada pelos EUA em Gaza, citando questões fundamentais relacionadas à imparcialidade, neutralidade e independência, informou a Reuters.
“Este plano de distribuição em particular não está de acordo com nossos princípios básicos, incluindo os de imparcialidade, neutralidade e independência, e não participaremos disso”, disse Farhan Haq, porta-voz adjunto da ONU, aos repórteres.
Os comentários foram feitos um dia após a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA, anunciar que iniciaria operações em Gaza até o final de maio. A iniciativa recebeu críticas significativas, com o chefe de ajuda humanitária da ONU, Tom Fletcher, supostamente descrevendo-a como uma “folha de parreira para mais violência e deslocamento” de moradores de Gaza.
De acordo com uma fonte familiarizada com o plano, a fundação pretende fazer parceria com empresas privadas de segurança e logística dos EUA para transportar ajuda para Gaza para distribuição por grupos humanitários.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em entrevista em Antalia, Turquia, reconheceu as críticas. Ele afirmou a abertura de Washington a planos alternativos para entregar ajuda a civis “sem que o Hamas possa roubá-la”.
“Não somos imunes nem insensíveis ao sofrimento do povo de Gaza, e sei que há oportunidades aqui para prestar-lhes ajuda”, comentou Rubio após uma conversa com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no início do dia. Ele acrescentou: “Há críticas a esse plano. Estamos abertos a uma alternativa, se alguém tiver uma melhor”.
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O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários reiterou, na quinta-feira, que a ONU “tem um plano operacional sólido e baseado em princípios para fornecer ajuda humanitária e serviços vitais em grande escala e imediatamente em toda a Faixa de Gaza”.
A decisão de lançar o GHF foi tomada após a paralisação nas entregas de ajuda a Gaza, decorrente principalmente do fato de que a organização terrorista Hamas estava recebendo a ajuda destinada a civis em Gaza, como o próprio presidente Donald Trump destacou.
Em um aparente esforço para tratar de algumas das preocupações, o GHF solicitou a Israel que expandisse o número inicial de “locais seguros de distribuição de ajuda” do sul para o norte de Gaza em 30 dias. Também instou Israel a permitir que a ONU e outras organizações retomem as entregas de ajuda imediatamente até que a base esteja totalmente estabelecida.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, quando questionado sobre esses pedidos, declarou aos repórteres: “Não estou familiarizado com esses pedidos, talvez quando eles forem a Jerusalém, mas direi que apreciamos o esforço dos Estados Unidos”.
Sobre o papel de Israel, Danon esclareceu: “Não financiaremos esses esforços. Nós os facilitaremos. Nós os capacitaremos. Não seremos nós que daremos a ajuda… Ela será administrada pelo próprio fundo, liderado pelos EUA”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel National News
Foto: FDI