Prêmio Emmy tem mensagens pró-Hamas e pró-Israel
O evento do tapete vermelho, de domingo, para o 77º Emmy Awards em Los Angeles teve celebridades, atores e cineastas fazendo manifestações pró-Palestina, por meio de palavras ou de suas roupas.
No tapete vermelho, também estiveram as atrizes Amy Lou Wood e a atriz judia Hannah Einbinder (foto, à esquerda) usando broches da organização Artists4Ceasefire. Na cerimônia de premiação, Einbinder, ao ganhar um Emmy por seu programa Hacks, terminou seu discurso criticando a agência de imigração dos EUA e dizendo “Palestina livre” ao sair do palco.
O ator Javier Bardem (foto, à direita) usou um um keffiyeh palestino e fez longos comentários sobre a guerra em Gaza. Em declarações ao The Hollywood Reporter, Bardem destacou a alegação da Associação de Estudiosos do Genocídio de que a guerra é um genocídio, pedindo um “bloqueio comercial e diplomático e sanções a Israel”, acrescentando “Palestina livre”.
Bardem apregoou um compromisso assinado com mais de 4.000 cineastas de não trabalhar com nenhuma instituição israelense que não tenha repudiado a guerra, rejeitando uma declaração da Paramount que criticou a iniciativa. “Não atacamos indivíduos por sua identidade”, afirma ele, embora o compromisso exija apenas a rejeição da guerra por parte dos israelenses. “Nosso alvo são as empresas cinematográficas e instituições cúmplices que estão envolvidas em encobrir ou justificar o genocídio de Israel em Gaza e seu regime de apartheid”.
Bardem, indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante, prometeu “nunca trabalhar” com empresas “que não condenem o genocídio em Gaza”, acrescentando que, se por isso ele conseguir menos papéis, seria “absolutamente irrelevante em comparação com o que está acontecendo lá”.
O ator espanhol mencionou a prova de ciclismo La Vuelta, em seu país, que foi cancelada, elogiando os manifestantes anti-Israel que bloquearam o percurso.
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Na semana passada, mais de 4.000 trabalhadores da indústria do entretenimento, incluindo grandes diretores de cinema, atores e escritores, assinaram um compromisso de “não exibir filmes, aparecer ou trabalhar de qualquer forma com instituições cinematográficas israelenses que estejam implicadas em genocídio e apartheid contra o povo palestino”.
Bardem, Wood e Einbinder estavam entre os signatários da declaração, que também contou com Olivia Colman, Ayo Edebiri, Mark Ruffalo, Joaquin Phoenix, Riz Ahmed, Eric Andre, Elliot Page, Lily Gladstone, Bowen Yang, Tilda Swinton, Ebon Moss-Bachrach, Cynthia Nixon, Rooney Mara, Andrew Garfield, Gael Garcia Bernal, Melissa Barrera, Ilana Glazer, Wallace Shawn e Emma Stone.
Em resposta, o estúdio cinematográfico Paramount condenou a promessa, dizendo: “Não concordamos com os esforços recentes de boicote aos cineastas israelenses. Silenciar artistas criativos com base em sua nacionalidade não promove um melhor entendimento nem avança a causa da paz”.
Entre os poucos que se manifestaram pró-Israel estava a influenciadora judia-americana Emily Austin, que apareceu com um broche de fita amarela, representando a situação dos 48 reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, e um colar com uma Estrela de Davi.
“Enquanto alguns buscam boicotar Israel e alimentar o antissemitismo, eu escolho destacar o que mais importa: nossos reféns, para quem o tempo está se esgotando”, disse Austin aos repórteres. “Este tapete vermelho pode ser destinado a celebrar o entretenimento e a televisão, mas, para mim, é um palco para lembrar ao mundo a história deles”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel e The Jerusalem Post
Foto: Redes sociais e captura de tela (Paramount)