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Terroristas de Bondi filmaram treinamento com armas de fogo

A rede australiana ABC informou que os dois terroristas que realizaram o ataque na praia de Bondi, em Sydney, lançaram quatro dispositivos explosivos em direção à multidão na praia – três bombas caseiras e um dispositivo em forma de bola de tênis -, nenhum dos quais detonou.

A reportagem também observou que os dois haviam treinado previamente e até gravaram um vídeo no qual “justificavam” o ataque.

Segundo documentos judiciais, os atiradores de Bondi, Naveed e Sajid Akram, teriam lançado artefatos explosivos improvisados ​​contra uma multidão durante o ataque terrorista em Bondi.

Imagens de câmeras de segurança também mostram dois homens, que se acredita serem os terroristas, supostamente fazendo um reconhecimento do local.

O terrorista Naveed Akram, de 24 anos, acusado de matar 15 pessoas, realizou “treinamento com armas de fogo” com seu pai em uma área rural e gravou um vídeo sobre a “justificativa” do ataque, de acordo com documentos divulgados por um tribunal de Sydney.

Naveed enfrenta 59 acusações, incluindo 15 acusações de homicídio e uma acusação de ato terrorista em relação ao ataque. Seu pai, Sajid, foi morto a tiros pela polícia.

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Na semana passada, um tribunal emitiu uma ordem judicial provisória de sigilo sobre a declaração policial dos alegados fatos, mas novas ordens emitidas hoje abriram caminho para a divulgação de uma versão editada do documento.

O documento revela alegações de que Naveed Akram e seu pai lançaram quatro dispositivos explosivos improvisados ​​(IEDs) em direção à multidão no Archer Park,  onde um evento judaico estava sendo realizado, quando chegaram ao local.

Segundo a polícia, em 14 de dezembro, pai e filho estacionaram o veículo na Campbell Parade, em Bondi, por volta das 18h50, e colocaram bandeiras do Estado Islâmico nos para-brisas dianteiro e traseiro do carro.

Alega-se que eles então retiraram três armas de fogo do carro, juntamente com três bombas caseiras e uma bomba feita com uma bola de tênis, e se dirigiram para a passarela.

Eles não detonaram, mas a polícia afirmou que os itens foram considerados “viáveis”.

Um outro artefato explosivo improvisado foi encontrado no carro que os homens armados usaram para ir de Campsie, onde haviam alugado uma propriedade, até a praia de Bondi.

Pouco tempo depois, a dupla pegou três armas de fogo e começou a atirar contra os participantes da celebração de Chanucá à beira-mar.

A divulgação dos documentos ocorre no momento em que a polícia afirma que Naveed Akram foi transferido do hospital para um centro de detenção.

Os documentos judiciais afirmam que, no celular de Naveed Akram, os investigadores encontraram “diversos vídeos relevantes” que mostram que a dupla supostamente “aderiu a uma ideologia extremista violenta com motivação religiosa”. A captura de tela dos vídeos estão incluídas nos autos.

Em um vídeo, datado do final de outubro, o acusado e seu pai são vistos “realizando treinamento com armas de fogo em uma área rural, suspeita-se que seja em Nova Gales do Sul”. “O acusado e seu pai são vistos ao longo do vídeo disparando espingardas e se movimentando de maneira tática”.

Outro vídeo mostra os homens sentados em frente a uma imagem da bandeira do Estado Islâmico, portando armas de fogo de longo alcance. Nessas imagens, Naveed Akram aparece “recitando, em árabe, uma passagem do Alcorão”.

O documento afirma: “Após a recitação, tanto o acusado quanto seu pai falam em inglês e fazem uma série de declarações sobre sua motivação para o ‘ataque de Bondi’ e condenam os atos dos ‘sionistas'”. “Neste vídeo, o acusado e seu pai recitam suas visões políticas e religiosas e parecem resumir sua justificativa para o ataque terrorista em Bondi”.

O documento revela ainda que, na noite de 12 de dezembro, dois dias antes do ataque, imagens de câmeras de segurança registraram dois homens, “supostamente o acusado e seu pai”, viajando para as proximidades do Archer Park.

Eles saíram de um veículo e caminharam por uma passarela, que mais tarde se tornou sua posição durante o tiroteio.

“A polícia alega que isso é uma prova de reconhecimento e planejamento de um ato terrorista”, dizem os documentos do tribunal.

Durante a primeira audiência do caso contra Naveed Akram, na semana passada, foi emitida uma ordem judicial provisória de sigilo sobre os supostos fatos apresentados pela polícia. Mas na segunda-feira, o vice-chefe de magistrados Michael Antrum revogou essa ordem e emitiu novas ordens que permitem a divulgação do documento com as partes censuradas. As partes ocultadas são os nomes de pessoas que foram baleadas durante o ataque, mas sobreviveram.

A mudança nas ordens ocorreu após argumentação jurídica esta manhã, durante a qual o advogado Dauid Sibtain apresentou argumentos em nome de um grupo de veículos de comunicação, incluindo a ABC.

Um advogado representando o Comissário de Polícia de Nova Gales do Sul apresentou relatórios de um psiquiatra da própria polícia, mas houve consenso sobre a divulgação da declaração com as informações alegadas, em sua versão editada.

O vice-chefe de magistrados Antrum observou que o material em análise incluía referências ao risco de retraumatização das vítimas caso as informações fossem divulgadas, bem como ao surgimento de transtorno de estresse pós-traumático.

Também foi mencionada a necessidade de anonimato por parte de algumas vítimas para auxiliar na sua recuperação e o potencial agravamento dos sintomas caso as informações sejam divulgadas sem consentimento.

No entanto, as novas ordens contêm uma chamada “exceção”, o que significa que, se as vítimas lesadas desejarem contar suas histórias publicamente, elas têm o direito de fazê-lo sem que suas identidades permaneçam ocultas.

O caso será discutido novamente em tribunal em fevereiro, quando as ordens de sigilo serão revistas.

Fonte: Revista Bras.il a partir de ABC
Foto: Tribunal Local de Nova Gales do Sul

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