Um saudita que trocou ódio por apoio à paz
Por David S. Moran
Depois de 07/10/2023, atos antissemitas aumentaram muito no mundo, apesar de que quem assassinou, violentou e roubou em Israel e sequestrou 251 israelenses foram terroristas da organização terrorista Hamas. Israel, após o primeiro choque, revidou e está tentando liquidar as organizações radicais na Faixa de Gaza.
Muitos se voltaram contra Israel e é difícil, nos dias atuais, defender as atitudes de Israel em um mundo que não conhece e não quer conhecer o que realmente ocorre nesta região. Neste cenário, entra Loay Alshareef, blogueiro saudita que vive nos Emirados Árabe Unidos, de 42 anos. Ele visitou Israel, desde 7 de outubro, três vezes e, evidentemente, sofre ataques verbais de árabes mas segue com sua verdade.
Trago aqui trechos de uma entrevista feita com ele durante visita a Israel, publicada no Israel Hayom (25/04). O blogueiro saudita explica para as centenas de milhares de pessoas que o acompanham, em árabe e em inglês, a “grande mentira” que os ativistas antissionistas e as organizações terroristas encabeçadas pela Hamas introduzem, que é a propaganda e o ódio a Israel.
Ele mesmo, até os 20 anos, era radical antijudeu, anti-israelense e anti tudo que é ligado a maioria não muçulmana, especialmente os judeus e cristãos, fruto da doutrinação nas escolas do mundo árabe e muçulmano, que é radical. A mudança ocorreu quando viajou à França, aos 27 anos de idade. A escola lhe colocou numa família francesa, que casualmente era judia. “Com ela aprendi o hebraico e muito sobre o judaísmo. Isto mudou meus pensamentos completamente. Não deixei o Islã, não deixei minha fé, mas despertei e larguei o ódio pelos judeus”. “Pessoas odeiam judeus e Israel por desconhecimento, já que nunca estiveram em Israel e não conhecem judeus”. “Esta é a razão porque pessoas têm medo do que não conhecem, eles acham que os judeus são colonialistas e conquistadores estrangeiros em sua antiga pátria. Israel moderna tem 77 anos, mas existe há 3.000 anos”.
Ele visitou Jerusalém e Massada e diz: “Massada é a prova de como os judeus sobreviveram revidando aos que os queriam exterminar”. “Os judeus nunca queriam se expandir e conquistar outras terras, eles lutaram por este país cujas fronteiras são conhecidas”.
“Meus amigos israelenses, eu escolhi um lado, o lado do mundo civilizado, cultural e não o lado do extremismo e do terror representado pelo Hamas. Vocês têm um amigo muçulmano que acredita na paz entre árabes e israelenses”. Loay Alshareef continua: “por minha atitude, perdi muitos amigos, mas ganhei outros. Não tenho remorsos. Digo aos meus seguidores no blog, o Oriente Médio pertence aos árabes e também aos israelenses para construir e prosperar. Junto, nós conseguiremos”.
“Hamas é o braço militar da Irmandade Muçulmana radical. Há diferença entre o islã espiritual que reza cinco vezes ao dia e o Islã radical que acredita nas armas. O Hamas iniciou uma guerra apocalíptica em que milhões morrem em ambos os lados e o Imã desaparecido retorna. O movimento da Irmandade Muçulmana é a mãe dos problemas da Europa”, conclui.
“O Hamas iniciou esta guerra, porque acredita realmente que pode varrer Israel do mapa. O Hamas acredita na morte de judeus para que os do Hamas vão ao paraíso. Esta é uma guerra que Israel não pediu, não queria e não a iniciou”, reitera Alshareef. “Eu apoio o término desta guerra com vitória completa de Israel e derrota do Hamas”.
“Vejo os que protestam nos Estados Unidos, ou em Londres só quando se trata de Israel. Ninguém protesta contra o Boko Haram, organização terrorista radical que mata cristãos na Nigéria, ou contra as atrocidades cometidas pelo exército sudanês levado pela Irmandade Muçulmana”.
Sobre o meio de comunicação do Catar, a Al Jazeera, Loay Alshareef diz que é um conglomerado de propaganda que apoia o Hamas. “Não vejo na mídia árabe alguém que relata as crianças e os idosos que foram sequestrados e assassinados, ou as jovens e mulheres que foram estupradas violentamente no Festival Nova, só por serem judeus”.
Sobre os Houthis ele os conhece bem, dos tempos em que atiraram misseis contra os poços petrolíferos da Arábia Saudita. Ele diz: “Os Houthis são uma organização terrorista suicida, proxy do Irã. Eles gritam “morte a América, morte a Israel, morte aos judeus. Não aos sionistas, aos judeus. Aqueles que dizem, ‘eu sou contra os sionistas, não contra os judeus’, são grandes mentirosos”. Isto diz um árabe, saudita, muçulmano que conhece bem os árabes.
“Eu não sou contra os palestinos”, ele continua, “eu sou contra o Hamas e a Jihad Islâmica, porque sei que eles são monstros. Há palestinos que se manifestaram contra o Hamas”.
Ele vê no governo Trump uma oportunidade de levar a frente uma paz na região, trazer a Arábia Saudita aos Acordos de Abraão e conclui em hebraico: “Espero que este sonho se concretize, se Deus quiser, paz entre todos os povos do Oriente Médio, Inshaalah”.
O hino de Israel é Hatikva, a Esperança e jamais temos que perder a esperança e com amigos como o Loay Alshareef e Douglas Murray, entre outros, prosperaremos.
Foto: Tik Tok