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A força do feminino em Israel

Por Mary Kirschbaum

Iniciando este texto que muito me comove, gostaria de informá-los que esta guerra em Israel, denominada Operação Espadas de Ferro, também está sendo chamada de “A Guerra das Mulheres”.

Esta é a primeira guerra em Israel onde as mulheres, soldadas israelenses, participam ativamente em todos os campos de batalha. As “Tatzpitanit”, ou observadoras, que na sua maioria são mulheres, ocupando o cargo nas FDI de observar e prevenir tentativas de penetração no Estado de Israel, não foram ouvidas, fatidicamente, antes do início desta guerra trágica que nos assola.

Estas soldadas teriam avisado ao governo, que algo muito “estranho” estava se passando na faixa de Gaza, que talvez algo muito “grave” poderia acontecer mas, pelo simples fato de serem “mulheres”, foram ignoradas.

Muitas soldadas desarmadas, foram sequestradas e massacradas no início da guerra, em Nahal Oz, base do exército, na fronteira com Gaza.

Mas, também, no fatídico dia 7/10/23, a única unidade tanquista feminina do mundo, a CARACAL, que está dentro do batalhão de Infantaria israelense, teria impedido um massacre de enormes proporções, assim como aconteceu nos outros lugares, ao sul de Israel.

Temos mulheres na aeronáutica, pilotas, navegadoras, no comando Geral.

A presença das mulheres soldadas em unidades de combate, especialmente em tanques e aviões, tem sido um debate preocupante há anos no país, com muitas oposições e argumentações.

Há poucos dias, o chefe do Estado-Maior, General, Herzi Halevi, chamou para reunião as mulheres tripulantes de tanques, que lutaram na fronteira de Gaza em 7 de outubro e disse-lhes que suas ações tinham silenciado aqueles que duvidavam da capacidade das mulheres, para participar em unidades de combate.

Temos assim uma força feminina aqui muito poderosa.

No início deste ano, tivemos o longa-metragem “Golda: A mulher de Uma Nação”, visto nos cinemas, no mundo todo. Golda Meir foi a primeira mulher a ocupar o posto de primeira-ministra de Israel. Ela participou ativamente, na “Guerra de Yom Kipur”, em 1973, tendo que decidir, e tomar decisões de alto risco, durante o conflito.

Golda Meir, chamada de “Dama de Ferro”, foi a primeira mulher a chefiar Israel.

Sua presença foi importantíssima também, ao negociar com os britânicos para a partição da Palestina e teria sido signatária da Declaração de Independência de Israel, em 1948.

Gostaria de dizer para vocês que, além de mulher, sou apaixonada pelo tema do feminismo e dos direitos iguais entre homens e mulheres.

Atuo ativamente em Israel, assim como psicóloga e psicanalista, ministrando palestras sobre alguns assuntos e, pela terceira vez aqui em Israel, vou apresentar a palestra “Simone de Beauvoir e o feminismo”.

Sinto que ainda temos muito “trabalho” pela frente, nesta luta incessante, nesta sociedade patriarcal a qual pertencemos, nós mulheres, para mostrar o quanto somos capazes de exercer tudo aquilo que quisermos exercer.

Citando então esta filósofa, defensora dos direitos das mulheres, Simone de Beauvoir:

“É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta”.

“Achar-se situada à margem do mundo não é posição favorável para quem quer recriá-lo”.

“Não basta ter um corpo de mulher para ser uma mulher de verdade”.

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. Esta seria uma das suas citações mais célebres.

Entendemos então de tudo isso: estamos neste mundo e somos fortes e participativas. E devemos ser quem e o que quisermos ser.

Me despeço deste texto com um SALVE para as soldadas de Israel!!!

Obrigada por me lerem…

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