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A guerra Espadas de Ferro terminou!!??

Por David S. Moran

Que semana foi esta, repleta de acontecimentos importantes. No domingo (19/01), a organização terrorista Hamas entregou à Cruz Vermelha, que transferiu às Forças de Defesa, três sequestradas (dos 98) e não houve nenhum olho que não se encheu de umidade, para não dizer lágrimas, pela emoção de vê-las retornando após 471 dias no cativeiro, a maior parte do tempo nos túneis, sem ver a luz do dia. O Hamas joga cinicamente com os nervos dos israelenses e atrasou a entrega da lista de quem voltaria. As reféns não tinham ideia de sua volta até um dia antes de serem entregues a Israel. O próximo retorno de quatro reféns é aguardada para amanhã, sábado (25/01).

As três (foto), Emily Damari, Romi Gonen e Doron Steinbrecher se encontraram com suas mães e, pelo que se reportou, estão em relativamente boas condições.

No mesmo dia, o Tsahal (FDI) informou que numa operação de forças especiais da Shabak (Serviço de Segurança Geral), Serviço de Inteligência e Comando Marítimo conseguiram resgatar o corpo do Primeiro-Sargento Shaul Oron, que foi morto num combate em Sajaiya, em 20 de julho de 2014. Desde então, as FDI estavam tentando localizar o seu paradeiro e trazê-lo para ser enterrado decentemente em Israel. Neste combate caíram outros seis companheiros de Oron. Ele foi ferido e faleceu quatro dias depois. O corpo do tenente Hadar Goldin ainda não foi encontrado, apesar dos enormes esforços feitos nestes anos.

Na segunda-feira (20/01) foi iniciada a segunda gestão do antigo-novo presidente dos EUA, Donald Trump. Ele foi uma das alavancas para que Israel e Hamas chegassem a um cessar fogo e troca, numa primeira fase de 33 reféns israelenses em mãos do Hamas em troca de mais de 1.000 terroristas condenados em prisões israelenses.

A presidência de Donald Trump traz grandes esperanças em Israel e a esperança que trabalhe firme para costurar uma paz com a Arábia Saudita, que seria um grande passo para Israel atuar no mundo árabe e para o Trump que quer receber o Prêmio Nobel da Paz. Trump reiterou que “America Fisrt”. Ele não vê nada pela frente a não ser o Trump e seu ego.

O absurdo no acordo de cessar fogo com a Hamas é que tem ministros que o qualificam como “desgraça e vergonha” e o ministro Ben Gvir até se gabou de que conseguiu abortar este acordo algumas vezes. Como disse o próprio presidente Biden, este mesmo acordo já foi apresentado em maio de 2024 e não implantado, com os reféns sofrendo e alguns morrendo neste período. Sem dúvida é um acordo difícil. No judaísmo a vida é santificada e até recitam “quem salvou uma alma, é como se salvasse o mundo todo”. No islã eles reverenciam a morte (72 virgens etc).

Nesta guerra morreram 838 soldados e cerca de 15 mil feridos em vários graus. Estas perdas são muito grandes e ao exército faltam pelo menos 15 mil soldados. Mesmo assim, para preservar seu governo, Netanyahu teme apresentar um projeto de lei que obrigue os ultraortodoxos (haredim) a se alistarem como os demais cidadãos. Há varia sugestões, entre elas não prender os “refusnikis” e sim, o de não lhes conceder carta de habilitação, impedi-los de sair do país e de suspender todas as regalias que têm, como o benefício de criança, que sobe com a quantidade de filhos que têm, suspender verbas de yeshivot que não os incentivam a se alistar, etc. Este fato é um grande empecilho. Há reservistas que no dia a dia trabalham, e servem nas FDI por mais de 200 e 300 dias, enquanto outros nem se alistam. Até o dia 3 de março devem votar o projeto de lei do alistamento que Netanyahu tanto teme. Se decidirem a favor do alistamento, os partidos ultraortodoxos ameaçam renunciar e o governo pode cair.

Na terça-feira (21/01) o Tenente-general Herzi Halevi comandante das Forças de Defesa de Israel (Tsahal) anunciou que está se demitindo e fixou a data de 6 de março, depois da entrega dos inquéritos sobre o trágico dia de 7 de outubro de 2023. Em seguida, o Comandante da Zona Sul do Exército, o General Yaron Finkelman, anunciou a sua demissão. Eles assumem a responsabilidade pelo fracasso na defesa em 7/10. Halevi já tinha decidido renunciar no dia 11/10, mas devido aos combates adiou. O então ministro da Defesa Yoav Gallant lhe deu total apoio e com a demissão desse e a entrada do ministro Israel Katz, subjugado ao Netanyahu, eles fizeram de tudo mostrando-lhe a porta para sair. Com o cessar-fogo ele tomou a decisão que outras altas patentes do exército tomarão e que também os políticos encabeçados pelo primeiro ministro Benjamin Netanyahu deveriam tomar e fogem dela como o diabo da cruz.

Os próximos desafios de Israel. Depois de eliminar o líder da Hizballah, Hassan Nasrallah, e da queda do presidente sírio, Bashar al Assad, que se refugia na Rússia, Israel tenta manter forças na área sul do país das cidreiras para proteger o norte de Israel. As tropas israelenses não conseguem explodir toda a munição do Hezbollah, antes da data de saída prevista. O exército libanês que devia entrar no lugar dos terroristas do Hezbollah, não veio ainda e as forças da ONU (UNDOF) pela covardia demonstrada, ninguém confia.

Outra área que está se levantando é a da Judeia e Samaria, em que as tropas israelenses contêm os terroristas e, nestes dias, penetraram no campo de refugiados de Jenin. As tropas já estão se preparando para possíveis distúrbios no mês de Ramadã, que começa em fins de fevereiro.

A libertação de mais de mil terroristas das prisões israelenses, podem tornar-se uma faca de dois gumes. Apesar da tomada de medidas e a expulsão de parte deles ao exterior, os outros podem incentivar manifestações anti-israelenses com o fanatismo religioso.

Foto: GPO (X)

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