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A semana turbulenta no Oriente Médio

Por David S. Moran

Israel está passando uma fase muito difícil e triste. Primeiramente, devido a esta prolongada guerra contra a organização terrorista Hamas. Guerra mais justa, depois que o Hamas invadiu Israel e em um dia executou um massacre de 1.200 civis. A reação de Israel foi violenta, mas com o exército mais humano possível. Avisa a população para se retirar das áreas de combate, para que não envolvidos não sejam atingidos. O Hamas busca refúgio atrás dos civis e não os deixa sair, para mostrar ao mundo, fazendo uso da mídia, a “crueldade” das tropas israelenses.

Os fundos dados pelo Catar a entidades, universidades, políticos, formadores de opinião pública, etc, repentinamente, surtiram o efeito desejado pelos radicais do Catar e fizeram abrir ataques, não tão somente contra israelenses, mas também contra judeus, ressurgindo o antissemitismo.

Israel luta por sua sobrevivência e teve que combater o Hezbollah, no Líbano e conseguiu, e combater a Síria e o seu líder Bashar al Assad – dinastia de mais de 50 anos -, que caiu. Em seu lugar veio Ahmed al Sharaa (Mohamad al Julani), antigo líder rebelde jihadista, que trocou as armas pelo terno e gravata. Através dos americanos está em negociação com Israel e os dois países estão a ponto de assinar um tratado de segurança.

O líder do Eixo do Mal, o Irã que ameaçava o Estado Judeu (e posteriormente o Ocidente) com arma nuclear e financiava e fornecia material bélico ao Hamas, Hezbollah, Houtis e todos que lutavam contra Israel, sofreu um revés. Israel, num ataque que vai ser estudado nas academias militares, por muito tempo, conseguiu bombardear os principais lugares de fabricação de armas nucleares, contou com ajuda americana em Fordow e eliminou boa parte da cúpula militar.

Quem continua o pingue-pongue de troca de ataques são os Houthis do longínquo Iêmen, a mais de 2.000km, de Israel. Eles lançam misseis e drones explosivos, que Israel abate, ou que caem no vasto deserto da Arábia. Israel contra-ataca, geralmente nos seus principais portos para cortar o fornecimento de material bélico iraniano.

Devido ao ataque israelense no Catar, este país mal visto por muitos países árabes, conseguiu reunir esta semana uma cúpula de países árabes e muçulmanos. Infelizmente, o ataque que tinha por intenção matar os líderes do Hamas que estavam em Catar, conseguiu unir os países árabes e muçulmanos, que se reuniram em Doha. Evidentemente, todos os países criticaram a ação israelense, mas não foram tomadas medidas concretas. Não nos esqueçamos de que há exatamente cinco anos foram assinados os acordos de Abraão, que regularizaram as relações entre Israel, os Emirados e Bahrein e pavimentaram o caminho para um acordo com a Arábia Saudita, que neste momento parece que deu volta atrás.

Os acordos com o Egito (1977) e Jordânia (1994) continuam de pé, mas com advertências. Na quinta-feira (18/09), um terrorista jordaniano, motorista de caminhão da Ajuda Humanitária para Gaza abriu fogo, na Ponte Allenby e matou dois israelenses. Há mais de um ano não havia incidentes na fronteira israelense-jordaniana.

Depois de debates entre o comando militar e o governo, as FDI iniciaram esta semana ofensiva terrestre na cidade de Gaza. As forças seguem lentamente, para evitar baixas suas e preservar ao máximo os gazenses. Cerca de 400.000 deles evacuaram para o sul, mas algumas centenas de milhares ainda permanecem na cidade.

Israel sofre bastante as consequências desta longa guerra. Mas, nem mesmo as manifestações diárias contra o governo mexeram um nervo na face do Netanyahu e os 48 sequestrados ainda continuam no cativeiro e o status de Israel no mundo cai.

O mundo dá as costas a Israel e Netanyahu, em um discurso esta semana (15/09) disse, para variar, uma verdade em hebraico, admitindo que leva Israel ao isolamento e que devido as sanções, Israel vai ter mercado fechado, isto é isolacionista. Evidentemente que a bolsa de Tel Aviv caiu em consequência. No dia seguinte, Netanyahu tentou remediar. Israel importa muitos produtos e é carente de matéria prima. Ao mesmo tempo, tem grande exportação e é o segundo maior fornecedor de material bélico a Europa (só perde aos EUA) desde computação até misseis.

Parece que o dignitário israelense só tem uma coisa em mente, manter-se no poder e com os parceiros da extrema direita e dos haredim, que baixam o nível da vida israelense, seja porque muitos deles não trabalham, não estudam estudos modernos, não cumprem as tarefas da nação como servir nas Forças de Defesa de Israel. É triste.

Enquanto o mundo se volta contra Israel, na semana que vem, a Assembleia Geral da ONU estará reunida. Em sessão antecipada, foi aprovada a resolução apresentada pela França e Arábia Saudita da implementação da solução de dois estados. Aprovação de 142 países a favor, 10 contra e 12 abstenções. Na reunião da semana que vem, provavelmente, muitos países reconhecerão o estado palestino, que nem tem fronteiras fixas e nem economia autônoma.

Foto: Gabinete do Primeiro-Ministro

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