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Artistas e políticos pedem que Lula rompa relações com Israel

Artistas e políticos brasileiros assinaram, nesta quarta-feira, 28 de maio, um abaixo-assinado enviado a Lula para que ele rompa os vínculos diplomáticos com Israel.

O documento assinado por Chico Buarque, Chico Diaz, Manuela D’Ávila, Giovanna Nader, Gregório Duvivier, Vladimir Safatle, Emir Sader e Paulo Sérgio Pinheiro, afirma que é necessário tomar medidas para acabar com o “genocídio” que acontece em Gaza e assim por fim na violência contra os palestinos.

A carta também afirma que “o bloqueio desumano e cruel que ameaça a vida de 2,3 milhões de pessoas em Gaza, em especial 14 mil bebês que se encontram em risco iminente de morte” é uma das justificativas para as medidas contra o governo israelense.

Assinaram a carta também Erika Hilton (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Guilherme Boulos (PSOL-SP), Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Luiza Erundina de Sousa (PSOL-SP) além da Central Única dos Trabalhadores, Associação Islâmica de São Paulo, Federação Árabe Palestina do Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Associação Juízes e Juízas para a Democracia Nacional e Árabes e Judeus pela Paz.

Além do rompimento de relações diplomáticas, o documento pede que Lula aplique um embargo na venda de petróleo para Israel e decrete o fim do tratado comercial entre o Brasil e o governo de Benjamin Netanyahu.

“Sem embargo, o Brasil segue exportando petróleo e negociando compra e venda de equipamentos militares com o Estado israelense e suas empresas”, diz o documento, que define “indispensável” que o Brasil “se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel, através de embargo militar bilateral e embargo energético, e revogue o tratado de livre comércio em vigor”.

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Os signatários da carta argumentam que existe no momento “um regime de ocupação e apartheid israelense” e um “genocídio em Gaza”, alertando ainda para o aumento da violência na região.

“Estamos convencidos uma vez mais que é hora de nosso país dar o exemplo de cumprimento do direito internacional, especialmente no contexto de sua presidência do grupo de trabalho sobre Direito Internacional na conferência das Nações Unidas de junho próximo para a criação do Estado palestino e independente“, pede a carta.

Segundo a carta, ao adotar essa postura, o governo brasileiro seria um “exemplo a outros governos provocando uma onda necessária para que se encerre essa carnificina e para que os direitos inalienáveis do povo palestino sejam respeitados e garantidos em sua totalidade”.

O grupo evidenciou a postura “firme” do presidente brasileiro em solidariedade ao povo palestino, inclusive apresentando uma proposta para o cessar fogo imediato em Gaza.

No domingo, 25 de maio, o presidente Lula voltou a fazer ofensivas contra Israel, alegando que as medidas de Benjamin Netanyahu foram motivadas por vingança ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) publicou uma nota oficial, manifestando  profunda preocupação diante da carta encaminhada ao presidente da República. Segundo a Fisesp, os signatários da carta ignoram de maneira alarmante o contexto que levou à situação atual.

“É inadmissível que, passados exatos 600 dias do maior massacre de judeus desde o Holocausto, os signatários da carta sequer mencionem os atos brutais cometidos pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023. Neste ataque covarde e deliberado contra civis israelenses, mais de 1.200 pessoas foram assassinadas, incluindo mulheres, crianças e idosos, centenas foram feridas e mais de 240 sequestradas. Até hoje, 58 reféns seguem em cativeiro em Gaza, submetidos a condições desumanas e constantes transparentes dos direitos humanos mais básicos”.

“O silêncio quanto a esses fatos configura, no mínimo, uma coincidência intencional da realidade, ou, no pior dos casos, uma cumplicidade moral com o terrorismo”.

“Reiteramos que Israel tem o direito inalienável de existir em paz e de se defender de ameaças existenciais, especialmente quando essas ameaças partem de organizações que, publicamente, negam o direito à vida do povo judeu e pregam sua aniquilação. O Estado de Israel é uma democracia plural, comprometida com os direitos dos seus cidadãos, judeus, árabes, cristãos, drusos e outros e com os valores que fundamentam o Ocidente democrático”.

“O Brasil sempre teve um papel de destaque na diplomacia internacional e deve zelar por uma posição equilibrada e responsável, e não se curvar à pressão de grupos que, sob o pretexto de direitos humanos, promovem uma narrativa ideológica que ignora os fatos mais elementares do conflito”.

“A Fisesp se solidariza com todas as vítimas da violência, sejam israelenses ou palestinos, e reitera seu compromisso com a paz, a fidelidade, que só poderá ser alcançada com o fim do terrorismo, o desarmamento do Hamas e o reconhecimento mútuo entre os povos”.

“A história exigirá responsabilidade de todos aqueles que, neste momento, escolherem ignorar a dor de cabeça para atender interesses ideológicos” completa a nota da Federação Israelita do Estado de São Paulo

Fonte: Revista Bras.il a partir de Veja e Poder 360
Fotos: Wikimedia Commons

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