BBC divulga notícias fabricadas pelo Hamas
A organização sem fins lucrativos sediada nos EUA, HonestReporting, fez uma análise das notícias falsas divulgadas pelo Hamas e que a BBC e outros veículos de comunicação divulgam como verdade.
Em apenas dois dias, a BBC, juntamente com várias outras mídias, noticiou dois supostos massacres de civis palestinos em postos de ajuda humanitária em Gaza. Ambas as histórias se espalharam rapidamente e continuam a se espalhar. Ambas são falsas. E “ambas refletem um processo jornalístico profundamente falho que prioriza o sensacionalismo em detrimento da precisão e dá mais peso à propaganda terrorista do que a fatos verificados”.
Em 27 de maio, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma iniciativa apoiada pelos EUA e criada para garantir que a ajuda chegue aos civis e não ao Hamas, começou a operar em Gaza. Em 2 de junho, a GHF informou ter entregue quase 5,9 milhões de refeições em mais de 87.000 caixas de alimentos em pontos de distribuição no sul e no centro de Gaza. Anunciou também planos de expandir suas operações para o norte da Faixa de Gaza.
O primeiro dia completo de operações foi desordenado. O Hamas teria tentado bloquear o acesso, e grandes multidões invadiram o local. Tiros de advertência foram disparados para o ar para retomar o controle. Não houve relatos de feridos ou mortos. Desde então, a GHF afirma que a distribuição de ajuda ocorreu sem incidentes graves.
Em apenas quatro dias, a Fundação Humanitária de Gaza entregou mais de 2 milhões de refeições sem vítimas, feridos ou roubos.
No entanto, a BBC, juntamente com outros grandes meios de comunicação, relatou ao mundo que “tanques israelenses” abriram fogo contra uma multidão de palestinos em um posto de assistência humanitária, matando 26 pessoas. A alegação foi apresentada sem confirmação, com base apenas em fontes anônimas: “moradores e médicos” e um “jornalista palestino local”. Os detalhes, de acordo com o próprio editor de Oriente Médio da BBC, Sebastian Usher, incluíam corpos levados por burros e “milhares” de civis reunidos perto do centro de assistência humanitária apoiado pelos EUA em Rafah.
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Essa manchete permaneceu ativa durante boa parte do dia. A alegação de 26 mortos posteriormente se tornou 31, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas. E apesar de um firme desmentido do GHF afirmando inequivocamente que os relatos de mortes e feridos eram “falsos e fabricados” e alertando que as mentiras estavam sendo “ativamente fomentadas pelo Hamas”, a BBC não se retratou da história.
Em outro falso relatório de massacre, baseado em fontes anônimas, a BBC divulgou que pelo menos 27 palestinos foram mortos e cerca de 200 ficaram feridos após forças israelenses abrirem fogo próximo a um ponto de distribuição de alimentos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A BBC foi criticada por autoridades dos EUA por supostamente aceitar informações do Hamas como verdadeiras em sua cobertura do conflito em Gaza.
“A BBC reivindica imparcialidade e se posiciona como referência global em jornalismo. Mas suas decisões editoriais ao longo desta guerra expuseram um padrão consistente de falhas. Ela demonstrou disposição para publicar alegações não verificadas de fontes ligadas a grupos terroristas, com pouca cautela e ainda menos responsabilização”.
As FDI emitiram um comunicado declarando que não tinham conhecimento de quaisquer feridos causados por fogo israelense, mas que analisariam o assunto. “Em vez de tratar o assunto com cautela, a BBC publicou mais uma atualização especulando sobre a responsabilidade israelense, com base nas operações realizadas naquela mesma manhã em Khan Younis, que a BBC não informou que fica a cerca de 8 km de Rafah, onde se localiza o local de ajuda humanitária”.
Mais tarde naquele dia, após uma forte resistência e mais esclarecimentos tanto das FDI quanto da GHF, a BBC alterou sua manchete, sem nenhuma retratação ou pedido de desculpas.
A BBC então designou sua unidade de verificação de fatos, a BBC Verify, para investigar. A equipe concluiu que não podia confirmar o ocorrido, citando “relatórios conflitantes” das FDI, do Ministério da Saúde do Hamas e da Fundação Humanitária de Gaza.
“Para esclarecer, a BBC Verify alegou que não conseguiu determinar se deveria confiar no exército israelense, em uma organização de ajuda apoiada pelos EUA que opera de forma transparente no local ou em um grupo terrorista com um histórico documentado de fabricar números de baixas e organizar ataques”.
Um dos poucos conteúdos que a BBC Verify conseguiu desmascarar foi um vídeo que supostamente mostrava as consequências do suposto massacre, um vídeo que a própria BBC já havia apresentado em sua própria reportagem. “Na verdade, a BBC acabou checando sua própria falsidade, mas deixou a acusação original em vigor”.
Apenas 48 horas depois, em 3 de junho, a BBC relatou novamente outro suposto massacre no mesmo local de ajuda em Rafah, Mais uma vez, as FDI declararam não ter conhecimento de nenhum incidente, exceto por um grupo de suspeitos que se aproximou das tropas a aproximadamente 500 metros do local, o que provocou disparos de advertência. E, mais uma vez, a GHF confirmou: “A distribuição foi realizada com segurança e sem incidentes”.
Acrescentou que qualquer incidente sob investigação ocorreu bem fora da área de distribuição segura e pediu aos civis que permanecessem dentro do corredor seguro designado.
“Mesmo assim, o editor internacional da BBC, Jeremy Bowen, insistiu que havia ‘testemunhas falando sobre uma grande quantidade de tiroteios’, como se isso tivesse o mesmo peso que as declarações de operadores em terra e militares obrigados a seguir protocolos legais”.
“Ao apresentar a propaganda do Hamas como fato e divulgar falsas alegações de massacres israelenses sob o pretexto de notícias de última hora, a BBC não está informando o público. Está alimentando o ódio e aprofundando as divisões”, continua o relatório do HonestReporting.
“Essas manchetes não enganam apenas. Elas inflamam. Contribuem para uma atmosfera na qual vidas judias são desvalorizadas, ‘sionistas’ são abertamente visados e o ódio anti-Israel encontra expressão violenta no mundo real”.
“Outros grandes veículos de comunicação, incluindo CNN, NBC e The New York Times, cometeram erros igualmente imprudentes nas últimas semanas. Eles também têm responsabilidade. Mas a BBC, com sua influência global e sua atividade financiada publicamente para manter a neutralidade, não tem desculpas”.
“O que documentamos aqui não é um lapso isolado. É um padrão consistente. Manchete após manchete. Calúnia após calúnia. Uma cascata de mentiras com consequências mortais. Estas não são apenas falhas jornalísticas. Essas são as mentiras que matam”.
Outra conclusão da Honest Reporting, divulgada pelo The Telegraph na terça-feira: após analisar a atualização de baixas do Hamas de março de 2025, verificou-se que o Hamas removeu os nomes de milhares de palestinos que ele havia alegado terem sido mortos durante a guerra. Mais da metade dessas pessoas que não estão mais incluídas na nova lista do Hamas são crianças!
A análise da organização Honest Reporting indica que 1.080 crianças que foram identificadas e listadas como mortas segundo o Hamas nas últimas listas, desapareceram da lista publicada esse mês.
O Hamas havia afirmado que 70% das vítimas eram mulheres e crianças, uma afirmação que não está mais refletida em suas listas atualizadas recentemente, de acordo com a pesquisa.
Aproximadamente 72% das mortes entre 13 e 55 anos são homens, a categoria demográfica se alinha aos combatentes do Hamas.
Fonte: Revista Bras.il a partir de HonestReporting
Foto: HonestReporting