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Catar convoca cúpula árabe para discutir resposta a Israel

O Catar sediará uma cúpula árabe-islâmica de emergência em Doha, no domingo e na segunda-feira, para discutir o ataque israelense à capital do país, que teve como alvo líderes do Hamas, de acordo com um convite recebido na quinta-feira pela agência de notícias do Catar.

O ataque aéreo israelense na terça-feira teve como alvo uma reunião dos principais líderes do Hamas, que estariam reunidos nos escritórios políticos do grupo em Doha.

Segundo o Hamas, nenhum dos principais membros da liderança alvos do ataque foi morto, e Israel estaria cada vez mais pessimista sobre o sucesso do ataque.

O Catar reagiu com fúria ao ataque em seu território, chamando-o de “covarde” e “bárbaro”.

O primeiro-ministro Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani prometeu responder e disse que o país está consultando seus aliados regionais para apresentar uma resposta unificada, considerando, segundo informações, ações legais e uma série de outras medidas contra Israel. Al-Thani também afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu “precisa ser levado à justiça”.

O primeiro-ministro do Catar disse acreditar que o ataque israelense “matou qualquer esperança” para os reféns e que Doha está “reavaliando tudo” em relação aos seus esforços de mediação, potencialmente colocando um prego no caixão dos esforços de meses para chegar a um acordo para libertar os reféns mantidos por grupos terroristas em Gaza e acabar com a guerra de quase dois anos.

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Apenas um dia antes do ataque, al-Thani se reuniu com a delegação do Hamas em Doha e os pressionou a aceitar a recente proposta de cessar-fogo dos EUA, que Israel afirmou ter aprovado. Na manhã do ataque, al-Thani se reuniu com famílias de israelenses detidos em Gaza e disse que eles “contam” com os esforços do Catar e não têm “outra esperança”.

O Ministério do Interior disse em um comunicado no X, que as orações fúnebres pelas vítimas do ataque israelense foram realizadas na tarde desta quinta-feira, na Mesquita Sheikh Mohammed bin Abdul Wahhab, e o enterro no Cemitério Mesaimeer.

Não está claro quem exatamente foi enterrado. O Hamas insiste que nenhum membro de sua liderança foi morto no ataque, mas que cinco membros de escalão inferior foram mortos, incluindo o filho de Khalil al-Hayya, líder do Hamas em Gaza e seu principal negociador, além de três guarda-costas e o chefe do gabinete de al-Hayya. Segundo o Catar, os ataques mataram pelo menos seis pessoas.

Apesar do pessimismo em Israel sobre o sucesso do ataque, o jornal saudita Asharq Al-Awsat relatou que dois altos funcionários do Hamas, membros do gabinete político da organização, ficaram feridos no ataque à sede do grupo em Doha.

Além da ira do Catar, o ataque também parece ter prejudicado as relações entre Netanyahu e o presidente dos EUA, Donald Trump.

De acordo com vários relatos na mídia dos EUA, Trump ficou furioso com a decisão de Netanyahu de lançar o ataque em Doha. Os dois teriam tido um telefonema acalorado na terça-feira, durante o qual Trump repreendeu Netanyahu e exigiu que ele não atacasse o Catar novamente.

Uma reportagem no site de notícias Axios, disse que Trump exigiu que Israel não atacasse o Catar novamente. “É inaceitável. Exijo que você não repita isso”, disse Trump a Netanyahu na ligação, segundo as fontes.

Segundo o jornal, Netanyahu respondeu que tinha uma breve oportunidade para lançar os ataques e aproveitou a oportunidade. Uma segunda ligação entre os dois, mais tarde na terça-feira, foi cordial, com Trump perguntando a Netanyahu se o ataque havia sido bem-sucedido, informou o jornal, acrescentando que o premiê disse não saber.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Gabinete do Governo do Catar

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