Conferência na ONU discutirá criação de estado palestino
A Arábia Saudita e a França promoverão uma conferência internacional de 17 a 20 de junho na sede das Nações Unidas em Nova York, para definir um roteiro para a criação de um Estado palestino com cronogramas específicos, ignorando as preocupações de segurança de Israel e não exigindo o reconhecimento de Israel.
Nas declarações pró-palestinas do presidente francês Emmanuel Macron, a conferência de Nova York, em junho, representa uma iniciativa diplomática sem precedentes, indo além de meras declarações de reconhecimento para estabelecer objetivos concretos com planos de implementação, incluindo sanções contra partes que possam obstruir o processo.
A conferência contará com mesas redondas e sessões formais lideradas por representantes franceses e sauditas sob os auspícios da ONU, com o propósito explícito de elaborar um plano para implementar o Estado palestino.
No convite aos estados-membros da ONU, os organizadores declararam que “a conferência pretende servir como um ponto sem retorno, abrindo caminho para o fim da ocupação e promovendo uma solução permanente baseada na solução de dois Estados”.
Quase 150 países reconhecem a Autoridade Palestina, sediada em Ramallah, como o Estado da Palestina, que tem status de observador nas Nações Unidas, mas não é um membro pleno, pois o Conselho de Segurança da ONU não aprovou sua admissão.
O Secretário-Geral da ONU fará um discurso ao lado de representantes de vários países. Os procedimentos culminarão em um documento de ação prática que estabelecerá compromissos vinculativos e cronogramas definitivos. Essa abordagem marca um afastamento significativo dos esforços diplomáticos anteriores, que aguardavam o engajamento bilateral israelense-palestino, já que a França e a Arábia Saudita agora estão avançando em sua agenda independentemente da participação de Israel.
LEIA TAMBÉM
- 16/05/2025 – ONU recusa papel na ajuda humanitária em Gaza
- 15/05/2025 – Morre mulher ferida em ataque terrorista
- 15/05/2025 – Mulher ferida em ataque terrorista estava em trabalho de parto
O convite atribui a culpa pela violência e pelos ataques de 7 de outubro a “ambos os lados”, afirmando que “desde 7 de outubro, houve imenso sofrimento de civis de ambos os lados, incluindo os reféns e suas famílias, e a população civil de Gaza. Enquanto isso, as atividades de assentamento colocam em risco a solução de dois Estados, o único caminho para uma paz justa”.
A iniciativa franco-saudita pede sanções da ONU contra as partes que agirem de forma contrária ao documento final da conferência, na tentativa de forçar Israel a um processo diplomático sem sua concordância. “É evidente que a responsabilidade primária pela resolução do conflito ainda cabe às partes, mas os eventos dos últimos anos comprovam que, sem forte determinação e envolvimento internacional para garantir o progresso rumo ao fim do conflito, ele se agravará e a paz retrocederá”, prossegue o documento.
A solução proposta exige um processo “rápido, limitado no tempo e irreversível”, “culminando em um Estado palestino independente e soberano, ao lado de Israel”. Nesse contexto, Israel seria obrigado a fazer concessões sem receber compromissos de reconhecimento dos palestinos, já que os organizadores sustentam que tal reconhecimento só pode ocorrer após a criação de um Estado.
O convite conclui enfatizando que “o objetivo final da conferência será concretizar o consenso internacional, marcar um ponto sem retorno e lançar as bases para o caminho a seguir, criando o ambiente necessário para uma solução justa e sustentável para a questão da Palestina e o conflito. O propósito desta conferência internacional não será ‘reviver’ ou ‘relançar’ um processo interminável, mas implementar, de uma vez por todas, a solução de dois Estados”.
Israel não é identificado como parte necessária dessa solução imposta, e não há compromissos de paz dos palestinos estipulados como pré-requisitos.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Israel Hayom
Foto: Wikimedia Commons