BlogsDavid Moran

Coronavírus enlouquece o mundo

Mais ou menos nesta época, há milhares de anos nos tempos bíblicos, Deus castigou o Faraó por não libertar os hebreus da escravidão no Egito e deixá-los sair para Israel. Baixou 10 golpes terríveis sobre os egípcios, até que o Faraó não teve como impedir a fuga do povo judeu. Este povo saiu da escravidão para a liberdade. Imagina que eram 10 golpes sobre o povo egípcio e não inclui o Coronavírus que agora abala o mundo inteiro.

Como sabemos, este terrível vírus que saiu da China e se espalhou praticamente para todos os países do mundo, está nos atormentando e ainda não sabemos suas consequências e até quando perturbará o cotidiano.

Israel tomou imediatamente medidas drásticas e enérgicas para conter a dispersão do vírus, mesmo antes de ter um só caso. Muitos acharam as medidas muito drásticas, mas até o momento parece que deu os resultados desejados.

As autoridades sanitárias acompanham a expansão deste vírus pelo mundo e imediatamente ordenaram barrar turistas que vinham da Itália, Suíça, Espanha, Alemanha e assim por diante. Os israelenses, que passeiam muito pelo mundo podiam voltar para casa. Os estrangeiros em Israel entenderam que é melhor buscar o próximo voo que sai para seus países de destino. Isto inclui operários chineses que trabalham nas obras do Metrô ou em construção e por outro lado seus substitutos não podem entrar no país. As grandes companhias de construção já avisam que não poderão entregar os edifícios prontos para habitação a tempo.

O mesmo ocorre com produtos que são importados da China, como por exemplo desde azulejos e material de construção, passando por material plástico e até carros. Os fabricantes de roupas e estilistas advertiram que a moda de verão e outono está quase perdida. É que agora já enviam os modelos, mas pela crise na China, não poderão ser elaborados e costurados a tempo. Um grande importador de material de construção me explicou o súbito aumento de preço das máscaras cirúrgicas. Diz ele, vendia cada máscara por 12 shekels (equivalente a 15 reais) e recebeu um container de máscaras da China, dias antes da eclosão do Coronavírus. Quando estava tramitando para retirá-lo do porto, o exportador chinês pediu para lhe devolver o container e ele não teve alternativa. Diante da escassez do produto, diante da procura, o preço aumentou e até o triplicou do original.

Quando o Coronavírus começou espalhar-se no norte da Itália, Israel numa medida severa decidiu barrar os italianos de entrar no país. Houve um protesto dos representantes italianos, mas permitir os turistas italianos entrar no país seria a pior alternativa e os barraram. Logo a Alitalia suspendeu seus voos para Israel. Seguiram-na a Lufthansa, Iberia, Swiss e outras. Israel praticamente está em quarentena, como anuncia a manchete do jornal Israel Hayom do dia 11/3.

País em quarentena – Israel Hayom – dia 11/3

A situação piorou, quando o Coronavírus foi se espalhando nos EUA. O governo israelense estava estudando colocar os EUA entre os países confinados. Mas, pelas relações especiais, o Vice Presidente americano, Mike Pence, pediu ao Netanyahu não o fazer isoladamente, mencionando os EUA. A solução achada foi declarar que a entrada de turistas de qualquer país, mesmo que não esteja afetado pelo Coronavírus. Assim, qualquer turista que quiser vir do Brasil, por exemplo, tem que provar às autoridades na entrada, que tem onde ficar em isolamento por duas semanas e só depois, começar a visitar o país. O mesmo ocorre com os israelenses, que entram no país. Independentemente de onde retornam para casa tem que se colocar em quarentena por duas semanas. O Aeroporto Ben Gurion está vazio. Dá dor de ver estas imagens na TV. Fecharam terminais e lojas, dispensando funcionários. As companhias como a El Al, Israir e Arkia estão pedindo ajuda do governo. As duas últimas reduziram seus voos apenas para internos até Eilat. A El Al está suspendendo seus voos.

Desculpe por relatar algo pessoal, mas só para exemplificar a situação. Há meio ano comprei passagens para voar a São Paulo, festejar com a minha mãe o seu 100º aniversário. Já estava com as malas prontas, apesar das advertências dos meus filhos. Analisando com a minha esposa a situação, decidimos na quinta (12) cancelar o voo do dia 15 com a LATAM. A razão, é que mesmo viajando, talvez não tivéssemos como voltar. Em duas semanas companhias que têm redução de passageiros cancelam seus voos. Quando voltássemos, teríamos que estar em quarentena outras duas semanas e não estaríamos com a família no Seder, a Ceia da Páscoa. Os trens do Aeroporto estão suspensos e só dá para pegar taxistas protegidos com máscaras cirúrgicas. Felizmente, minha mãe entendeu e nos deu razão. Mesmo companhias de seguro, suspenderam a venda de Seguro de Saúde.

Se há poucos dias, as disputas esportivas poderiam ter até 5.000 torcedores e os teatros e concertos continuavam atuando, a partir de quarta-feira (11) o governo baixou a portaria de que só pode haver aglomeração de até 100 pessoas. Isto inclui casamentos, sinagogas ou qualquer lugar público.

Até treinamentos militares que estavam previstos para serem realizados em Israel e no exterior foram suspensos. O Conselho de Segurança Nacional aconselhou a suspensão das aulas para mais de 2,5 milhões, desde crianças até colegiais, de hoje até depois do feriado de Pessach (até 19 de abril), como medida de prevenção. Isto significa paralisação de milhões de pais que tem que cuidar dos filhos.

Anteontem (11) o Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom anunciou que pela dispersão do novo Coronavírus (COVID-19) em 115 países, isto é pandemia. Isto significa que não é local ou regional, mas existe em diversos continentes. A epidemia é local.

O mundo todo está em polvorosa. A Itália está sem pessoas nas ruas, todos confinados, o mesmo ocorre em Israel: ruas , supermercados, teatros, lojas estão vazios. Há o medo de que megaeventos como a Olimpíada, Eurovision, partidas de futebol e outros sejam suspensos. As consequências econômicas já estão à vista, queda total nas bolsas de valores.

Ninguém está imune ao Coronavírus. Há informes que 12 líderes do governo iraniano contraíram a doença e morreram. Também o líder da Hizballah, Hassan Nassrallah o teria contraído. O presidente Trump que parece não ter levado a sério esta pandemia, agora a levará, pois tem que estar confinado depois que o presidente Jair Bolsonaro foi testado positivo ao Coronavírus. Os dois se encontraram há poucos dias.

As boas noticias a respeito são conforme escrevi há duas semanas. O Instituto de Pesquisas Migal de Kiriat Shmona, norte de Israel, junto com o Instituto de Veterinária já tiveram sucesso em vacina anti Coronavírus em aves (IBV). Agora estão apressando obter autorização para fazer testes em humanos e torcemos para que tenham grande êxito, para a humanidade toda se acalmar e ser mais saudável.

O segundo fato é que devido ao Coronavírus, esta praga está nas manchetes e o conflito com os palestinos no escanteio. Para resolver esta maldição nesta região, a Autoridade Palestina e o Ministério da Saúde de Israel estão em plena coordenação e Israel passa à A.P. aparelhos e conselhos de como combater o mal. De certa forma isto também acontece com a Hamas em Gaza. Assim se vê que todos precisam de todos, pois vírus não conhece fronteiras e tem que haver coordenação de todos para erradicar este mal da região. Israel adotou as medidas mais rigorosas do mundo para ter o menor índice de doentes de Coronavírus (107 no momento) e ajuda os vizinhos árabes, mas, enquanto escrevo estas palavras, há alarmes de “cor vermelha” na região em volta da Faixa de Gaza. Infelizmente o escorpião não aprende a lição e diz que este é o seu DNA.

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