Documentos revelam como o Irã armou o Hamas
Horas após o assassinato de Saeed Izadi (foto), comandante do Corpo Palestino na Força Quds e chamado de “arquiteto iraniano de 7 de outubro”, foi revelado o seu envolvimento no armamento e financiamento do Hamas ao longo do tempo.
As FDI revelaram sua correspondência com Muhammad Sinwar e outras autoridades, que foram encontrados no túnel onde Sinwar foi morto.
O documento descreve de maneira precisa, da boca dos líderes do Hamas, as razões para o lançamento de um ataque a Israel em 7 de outubro, o clima dentro do Hamas antes do ataque, as relações entre o Hamas sunita e o Hezbollah xiita, o Irã, os outros membros do “Anel de Fogo”, e o plano completo do Hamas, que acreditava que o ataque em 7 de outubro realmente levaria à destruição do Estado de Israel.
O documento detalha, em várias páginas, os motivos que levaram Muhammad Deif, Yahya Sinwar e Marwan Issa a lançar um ataque contra Israel em 7 de outubro. Os três listam os motivos um a um em detalhes. Os protestos, a ruptura interna e as manifestações em Israel não estão entre esses motivos.
Uma carta pessoal especial, longa e detalhada, foi escrita pelos três líderes do Hamas, Muhammad Deif, Yahya Sinwar e Marwan Issa, ao líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e a Saeed Izadi, comandante do “Corpo Palestino” da Força Quds da Guarda Revolucionária.
A carta foi apreendida em um bunker usado por Yahya Sinwar e pela liderança militar do Hamas, entre uma grande quantidade de material do gênero, incluindo correspondências, documentos, planos e cartas de lideranças do Hamas para entidades estrangeiras e entre si. Estima-se que a carta tenha sido enviada por Deif, Sinwar e Issa na manhã de 7 de outubro, ao mesmo tempo em que os terroristas de Nukba iniciaram seu ataque, ou logo após seu início.
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Um dos documentos inclui uma conversa entre Muhammad Sinwar e Saeed Izadi detalhando o plano “Tofan 1”, no qual Izadi promoveu a transferência de armas para o Hamas no valor aproximado de US$ 21 milhões. Ele também planejava promover o plano “Tofan 2”, que transferiria armas para o Hamas no valor aproximado de US$ 25 milhões.
Três meses antes do ataque de 7 de outubro, Izadi organizou uma reunião em Teerã entre líderes do Hamas, o líder supremo Ali Khamenei, o então presidente Ebrahim Raisi e o comandante da Guarda Revolucionária Hossein Salami, recentemente eliminado, que disse: “Vemos sinais e a possibilidade de remover Israel do mapa”. A delegação do Hamas concluiu: “Estamos prontos e estaremos na vanguarda do confronto esperado”.
Dois meses antes do ataque do Hamas, Izadi se encontrou com o vice de Sinwar, Khalil al-Hayya, que o atualizou sobre os detalhes do plano e pediu ajuda: “Ataquem locais sensíveis em Israel assim que invadirmos o perímetro de Gaza”. Izadi respondeu: “O Irã e o Hezbollah apoiam a ideia, mas precisam de mais tempo para se preparar”.
Uma análise da longa carta oferece um panorama interno, íntimo e único da mentalidade do Hamas, sua crença messiânico-religiosa na destruição de Israel, os motivos que levaram o Hamas a cometer o erro fatal de atacar Israel sem coordenação com os outros parceiros da “resistência”, e também todos os muitos motivos listados na carta pelos quais o Hamas decidiu entrar em guerra com Israel.
Os líderes do Hamas também pediram profundas desculpas a Nasrallah por não o informarem com antecedência sobre o ataque e imploraram para que ele se juntasse à guerra. Eles até detalharam como viam a adesão do Hezbollah e a continuação da campanha até que Israel fosse destruído.
A carta é, essencialmente, a “ordem do dia” do Hamas, com atualizações e acréscimos, para o dia do início da campanha para destruir Israel. Foi enviada a Nasrallah e Saeed Izadi. Três jihadistas sunitas (Daif, Sinwar e Issa) relatam a dois jihadistas xiitas (Nasrallah e Izadi) o início da operação conjunta para destruir a “entidade sionista”, em detalhes.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Maariv e N12
Foto: FDI