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Dois dias de troca de fogo em Gaza

Por David S. Moran

O chefe do Shabak (Serviço de Segurança Geral, antigamente conhecido pela abreviação Shin Beth), Nadav Argaman, mirou as imagens que o drone enviava de Gaza, mais precisamente do edificio onde se encontrava o Baha Abu al-Ata. Ele sabia que a oportunidade chegou e, depois de mais de seis meses de perseguição, esta era a hora de dar a luz verde. No seu Quartel General estavam o Primeiro Ministro, o Comandante do Estado Maior, o Comandante da Força Aérea e outras altas patentes.

O comandante da área norte da organização terrorista Jihad Islâmica, Abu al-Ata, que era rebelde e agia mesmo contrariando a Hamas sabia, há algum tempo, que estava sendo perseguido. Todo dia mudava de casa e jamais repetia o seu cotidiano. Sempre variava seus hábitos, mas sempre se protegia com o “escudo humano”, formado por mulheres e crianças.

Na hora de dar a luz verde para a ação da aviação israelense, tudo foi levado em conta. O revide da Jihad Islâmica e a emergência em que o país entraria. Mas, era algo necessário para fazer, pois o homem foi até qualificado de “bomba relógio” e segundo a Inteligência, estava preparando ações contra Israel, inclusive com penetração para o território israelense. As 4:04h da madrugada de segunda para terça-feira (12), numa “operação cirúrgica”, os aviões da F.A.I lançaram dois mísseis de alta precisão e que causam o mínimo de danos. Entraram pela janela onde Abu al-Ata estava dormndo com sua esposa e os dois morreram. Dois de seus filhos, que estavam perto, não foram atingidos pelas bombas e feriram-se da destruição causada no quarto onde o terrorista dormia. O resto do edifício nada sofreu. Os cínicos dizem que ele estava preparado para ser mártir e receber 72 virgens no céu mas, no final, a esposa foi junto com ele.

A sequência, como foi dito, foi levada em conta e sabia-se que a Jihad Islâmica revidaria lançando foguetes e morteiros. O Comando da Frente Interna notificou a tempo a população, pelo trajeto do foguete. Nas áreas próximas da Faixa de Gaza, onde infelizmente estão mais habituados ao alarme “Cor Vermelha”, os moradores tem 15 segundos para entrar no abrigo. Isto varia para áreas mais afastadas, aumentando até 90 segundos, nas proximidades de Tel Aviv. O alarme ecoa nas áreas que provavelmente serão atingidas e pelos meios de comunicação. Na foto tirada da TV, o alarme pegou as pessoas indo ao trabalho, saem dos carros para abaixar e se proteger.

Mesmo que a Jihad Islâmica tenha lançado em dois dias, 450 projéteis sobre o território israelense, não houve vítimas fatais. Desses, 60% cairam em áreas abertas, campos, e cerca de 90% dos restantes (porcentagem exepcional) foram interceptados peo sistema israelense Domo de Ferro. A população foi obediente e correu, quando devia aos abrigos e isto salva vidas humanas. O curioso é que os gazenses observam os meios de comunicação israelense e tambem se protegem. Israel tentou miniminizar ao máximo o risco de acertar vítimas inocentes. A aviação só atacou terroristas que estavam lançando foguetes e morteiros. Assim, das 34 vítimas fatais em Gaza, 25 eram ativistas da Jihad Islâmica. Os civis que morreram estavam junto a eles. Os alvos de Israel foram terroristas preparando foguetes a serem lançados, arsenais, quarteis generais, fabricas de armamentos e barcos que serviam o braço naval da Jihad Islâmica. Na 3ª a Anistia Internacional “condenou fortemente Israel por ter atacado a sede da Organizacao dos Direitos Humanos, em Gaza”. Só que não levaram em conta que havia outras pessoas que também viram o caso. O único repórter ocidental em Gaza, Trey Yingst, da Fox os conetstou: “estive do outro lado da rua quando ocorreu a explosão, a Jihad Islâmica lançou um missil, que falhou e atingiu o prédio da Agência dos Direitos Humanos”. Após breve troca de menssagens, a Anistia Internacional emitiu um comunicado: “lamentamos profundamente o nosso informe anterior, não foi Israel que atacou o edificio da Agência dos Direitos Humanos”. Não é a primeira vez (e provavelmente não a última) que a Anistia Internacional acusa Israel por coisas que não fez. Até mesmo por temer a Jihad Islâmica e ou a Hamas e é mais fácil acusar Israel.

A grande diferença é que, enquanto Israel age com pinceta, para acertar ativistas terroristas, as organizações terroristas em Gaza e em qualquer parte do mundo, atiram em civis, sem nenhum remorso ou receio.Tanto é que devido aos foguetes e morteiros atirados de toda a Faixa de Gaza, a metade de Israel, principalmente a parte sul estava quase que totalmente paralisada. Não havia aulas, que só voltaram na 5ª feira (14), o comércio praticamente esteve fechado e havia instrução de fechar qualquer lugar que tivesse mais de 100 pessoas. Assim, casamentos foram cancelados ou transferidos e também festas de Bar Mitzva, entre outras. A solidariedade israelense foi demonstrada com a ida de cantores e personalidades da TV aos abrigos, onde crianças estavam apavoradas. Por exemplo a cantora vencedora da Eurovisão, Neta Barzilai, foi de surpresa a um casamento em Beer Sheva, que originalmente seria em Sderot e foi transferido.

Desde o início dos combates, Israel emitiu menssagens de que não quer aumentar a tensão e intensificar o fogo. A Jihad Islâmica que foi pega de surpresa com a morte do terrorista sênior Abu Ata, quis vingar e ver mortes no lado israelense. Intensificou o lançamento de foguetes até as cercanias de Tel Aviv, mas viu que devido as baterias anti mísseis e a obediência do povo israelense, não conseguia sua intenção. Alguns israelenses tiveram ataques de ansiedade e uma menina de 8 anos sofreu ataque cardíaco e está internada em estado grave. Alguns mísseis causaram danos materiais em algumas casas atingidas, fábricas e galpões agícolas.

Israel que sempre responsabiliza a Hamas por tudo que ocorre em Gaza, desta vez lhe transmitiu que a deixa fora deste ciclo de violência se ela permanecer afastada. Nenhum alvo da Hamas foi objeto de ataque israelense. Por sua vez, a Hamas deu apoio verbal a Jihad e ficou nisso. Não interveio militarmente. Tanto o rebelde Abu a-Ata como a Jihad Islâmica estão travados na garganta da Hamas. Na realidade contentou-se que Israel fez o serviço por ela e tirou al-Ata do caminho. O Egito e o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nicolai Meladvenov entraram em ação para chegar a um cessar fogo. Este foi alcançado, no Egito, as 5:30h da manhã da quinta feira (14). Apesar disso, a Jihad Islâmica lançou uma rajada de cinco foguetes, seis horas depois. Três cairam em áreas abertas e dois foram interceptados.

Outro ataque, que ninguem assumiu a responsabilidade, ocorreu 10 minutos depois do atentado contra o terrorista sênior em Gaza. Foi contra o seu comandante direto, vice líder da Jihad Islâmica, Jihad Akram al-Ajuri, em Damasco. Neste atentado o alvo foi ferido junto com outras nove pessoas e seu filho e um dos guarda-costas foram mortos. Irã imediatamente acusou Israel dizendo: “o atentado contra al-Ata e a tentativa de matar alto comandante, em Damasco, são atos terroristas e crimes contra a humanidade”.

Veja só quem faz estas declarações. O Irã que desafia o mundo todo na sua corrida atrás de arma nuclear. O irã sabe que com estes atentados, Israel sinaliza a seus líderes para se afastarem da área.

As margens das notícias que preocupavam os israelenses, eles estavam também preocupados com outro assunto. Será que as seleções da Argentina com Messi e do Uruguai, com Suárez chegarão a Terra Santa para jogar o tão esperado amistoso, na segunda-feira que vem, em Tel Aviv. Agora já se sabe que está confirmado. Terminou mais uma rodada, mas não a cena final.

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