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Finalmente um acordo

Por David S. Moran

Oxalá acordássemos assim todo dia. Oxalá isto tivesse ocorrido há meses. Fomos despertados na manhã de quinta-feira (09/10) com a feliz notícia de que as partes envolvidas chegaram a uma solução para finalizar a guerra entre a organização terrorista Hamas e Israel.

A guerra já está ocorrendo há justamente dois anos, iniciada pela invasão dos terroristas do Hamas ao território israelense e a brutal matança que promoveram. O revide de Israel foi violento e grande parte da Faixa de Gaza foi arrasada pelas Forças de Defesa de Israel.

O preço foi alto demais. No dia da invasão do Hamas, 1.200 pessoas foram assassinadas e 251 foram sequestradas. Com os combates em andamento, mais de 900 soldados israelenses foram mortos e milhares feridos. Para um país que valoriza a vida, o preço é altíssimo. O lado palestino também sofreu perda de vidas e muitos feridos, mas eles lutam pelo jihad, a guerra santa que valoriza a morte. Os terroristas do Hamas, e isto foi comprovado, esconderam-se atrás de civis, usando-os como escudos humanos. Usaram hospitais como quartéis-generais e debaixo dos mesmos escavaram a rede de túneis de centenas de quilômetros. Este ato covarde custou a vida de muitos civis e serviu ao Hamas como propaganda contra Israel.

Mas, agora derrotado, quase sem forças e encurralado pelos seus patrões, Catar e Turquia, e auxiliados pelo Egito e pelos Estados Unidos, do determinado governo Trump, o Hamas parece que cedeu e um acordo foi assinado na madrugada da quarta para quinta-feira.

Em Israel explodiu a festa da alegria, dos familiares dos sequestrados vivos e mortos e de toda a população solidaria com eles. Adicionando a isto a esperança do término desta guerra e o retorno à normalidade e o progresso do país.

Evidentemente, há muitas pessoas incrédulas e só farão a festa quando a promessa do retorno dos reféns for cumprida. Até o presidente Trump está planejando vir a Israel, no domingo, quando isto ocorrer. A esta altura já se saberá se foi ou não agraciado com o Nobel da Paz, que tanto almeja. Vale a pena ressaltar que esta é a primeira fase do acordo. Na fase final é que vão tratar de detalhes e aí vão ter que flexibilizar.

Três Divisões do Exército de Defesa de Israel (Tsahal), já estão se retirando de suas posições e se estabelecerão ao longo da linha amarela, conforme acerado entre as partes. Segundo o Tsahal, ele está cumprindo as instruções da ala política.

As manchetes dos maiores jornais internacionais saíram com os dizeres de que “um acordo foi acertado entre Hamas e Israel” sob a grande pressão do presidente americano, Donald Trump.

Em Israel, até horas depois do anúncio de que chegaram a um acordo, nada oficial foi informado, pois o governo tem que se reunir para aprovar o acordo. Sabe-se que os líderes de dois partidos da extrema direita, que estão na coalizão serão contra o acordo: são eles Ben Gvir e Smotrich, mas pelo visto eles não renunciarão a seus cargos de ministros da Segurança Interna e do Tesouro, respectivamente. Mas, já há rumores de que as eleições serão antecipadas e os políticos se movimentarão de acordo.

A primeira fase do acordo fala na libertação dos reféns vivos em 72 horas (até no máximo domingo) e os reféns mortos, em uma semana, libertação de 250 presos palestinos com prisão perpetua e 1.700 outros, mais recentemente presos. O Tsahal se retirará até a linha amarela e a abertura de caminhões para a ajuda humanitária. Como disse o intermediário do Catar, Majed al Ansari: “Satanás está nos detalhes”, insinuando que há itens que ainda serão disputados: 1) a linha de retirada das tropas israelenses. 2) os nomes dos presos que serão libertados, principalmente os de prisão perpetua. 3) o término da guerra. Será que Israel não mais os atacará, ou perseguirá aqueles que tentam levantar a cabeça do terror.

Na quinta feira (09/10) o tempo estava nublado em Israel e até o céu chorou de alegria, com a vinda de abençoadas chuvas, insinuando que tem que parar a guerra e que o inverno está na porta. Um desafio para a sociedade israelense é atar a ruptura que ocorreu nela: entre os simpatizantes do governo e os opositores do Netanyahu. O governo terá que constituir uma Comissão Nacional de Inquérito e informar como é que Israel foi tão surpreendida e sofreu a maior matança desde o Holocausto. A eclosão desta onda de antissemitismo pelo mundo não ocorreu de repente. Países como Catar e outros financiaram grupos até lhes dar a ordem de entrar em ação. O mundo ocidental caiu como uma fruta madura a estas ações. Governos ocidentais criticaram Israel pelas suas ações, reconheceram um estado palestino, que não existe e Israel caiu num isolamento, que não tem nenhuma lógica. Muitos sabem que Israel lutou por eles, mas não o admitem só para ganhar o “oba, oba” de jovens, talvez dinheiro do Catar e se manter no poder.

Agora, resta rezar e esperar que tudo dê certo. Que esta enfática guerra, a mais longa que Israel travou- chegue ao fim e que o mundo livre volte a normalidade, dando chance ao progresso que Israel dá a si e ao mundo todo. Mesmo trabalhando só meio período, devido a festa de Sucot, a Bolsa de Valores de Tel Aviv subiu nesta quinta: TLV 35- 2.3%, TLV 90-4.6% e o índice da construção-10%.

Foto: Wikimedia Commons

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