BlogsDavid Moran

Gaza inicia combates contra Israel

Na hora em que escrevo, já se passaram 30 horas desde o início dos ataques das organizações terroristas Hamas e Jihad Islâmico e a retaliação de Israel. O inicio foi ainda na 6ª feira (3), quando um franco atirador palestino alvejou e feriu um oficial e uma soldada israelense que estavam observando as manifestações de 6.000 palestinos contra a cerca da fronteira com Israel. Em retaliação, a aviação israelense contra-atacou alvejando dois alvos. Hamas e Jihad Islâmico ameaçaram contra-atacar, mas a noite passou e nada aconteceu.

As 10h da manhã de sábado, as duas organizações palestinas iniciaram um ataque de foguetes contra aldeias e cidades israelenses próximas da fronteira sul. Desde então, inclusive a noite, há trocas de ataques entre os dois lados. Como disse minha neta, que mora com a família num kibutz, a alguns quilômetros de Gaza: “não dormimos toda a noite, os ‘bums’ seguiam um após o outro”. Evidentemente, eles dormiram no quarto blindado. Hamas e Jihad Islâmico já lançaram 450 foguetes, causando a morte de quatro israelenses e destruição material. Israel atingiu 270 alvos mais precisos, para não atingir civis. Destruiu os edifícios da Inteligência Militar e da Segurança Geral, ambos no bairro de Rimal, em Gaza. Destruiu uma fábrica de foguetes subterrânea e um túnel recentemente cavado a 20 metros de profundidade, inclusive penetrando em Israel. Estava sob vigilância.

O Hamas atingiu casas, escola e por ser sábado, estava vazia, jardim de infância e o Instituto Ontológico do Hospital Barzilai, em Ashkelon. Os alvos dos terroristas são civis. O EDI, com razão, não quer atingir civis, mas Hamas e Jihas Islâmico se escondem para se proteger atrás de civis. A foto acima mostra claramente o lançamento de foguete de Gaza, de redondeza civil.

Porque agora? Os terroristas escolhem e ditam as datas e o tamanho das chamas. Por incrível que pareça, como disse numa entrevista o General (Reserva) Dr. Yom Tov Samia, que há poucos anos foi o comandante da zona Sul, do EDI: “Como é possível que Israel de 9 milhões de habitantes, com boa economia, modernismo de primeira linha, esteja a mercê de 40 mil terroristas. Há 11 anos que não temos diretrizes de como lhes tratar. É hora de acabar com esta chantagem e há meios de fazê-lo.”

Hamas e Jihad Islâmico sabem que Israel sempre se preocupa com os civis de ambos os ladose, por isso, não quer escalada nos combates. Há alguns anos que Israel perdeu capacidade de dissuasão. Netanyahu promete retaliação e quando não há, numa segunda vez, Hamas não tem medo. Sempre há um motivo para não agir. Uma vez são as eleições que se aproximam, outra vez é Pessach. Agora, depois do Dia do Holocausto e do Heroísmo, Israel está se preparando para o Dia da Recordação dos caídos nas guerras, nesta 4ª feira (9), 71º Aniversário da Independência de Israel e da Competição Europeia de Musica – a Eurovisão – dos dias 14 a 18 de maio. Nestes dias, multidões se concentram e o Yom Ha’atzmaut é muito festivo e a vontade da Jihad e da Hamas é estragar a festa. Assim o é com respeito a Eurovisão, onde participarão 41 países europeus e a Austrália, que atrairá dezenas de milhares de turistas e será o espetáculo de maior audiência do mundo, cerca de 250 milhões de telespectadores.

Na foto ao lado, meninos jogando futebol em Rehovot. Quando soa o alarme eles deitam.

Definição de terrorismo

Segundo a ONU, são atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral, que o ato seja chocante o suficiente para aterrorizar o resto da sociedade movimentando a imprensa, as redes sociais e os órgãos governamentais. É vitrine para grupos terroristas se promoverem, mostrarem a força e desafiarem seus inimigos. Geralmente são bastante radicais.

É isto que os terroristas palestinos fazem. O tempo todo ameaçam. Quando lançam foguetes e há retaliação, ameaçam emancipar o raio de sua ação. Agora, já ameaçam lançar foguetes em direção a Tel Aviv, Aeroporto Internacional de Tel Aviv, o local da Eurovisão e até o reator atômico em Dimona. Em Israel se diz que Deus protege o país, mas o exército O ajuda. Israel fabrica e usa o Domo de Ferro que detecta o lançamento do foguete e sua trajetória e lança um outro em sua direção explodindo o no ar.

Não se pode atender as demandas de terroristas. Pelas dificuldades da população presa nas garras do governo da Hamas, quando a situação econômica se deteriorou, Israel permitiu que um enviado de Qatar trouxesse em suas malas 15 milhões de dólares, mensalmente, em espécie, para serem entregues ao Hamas. O apetite cresceu e agora o Hamas já exige que sejam 20 a 30 milhões. Ao mesmo tempo, o governo de Israel decidiu abater das verbas que passa à Autoridade Palestina, dos impostos cobrados, cerca de 40 milhões de shekalim, que a A.P. passava a familiares de terroristas mortos ou encarcerados na prisão. Abbas recusa receber os pagamentos e a situação na Cisjordânia está piorando.

Há anomalias neste trato, pois de um lado dá apoio, mesmo que indireto ao governo Hamas e enfraquece o governo de Abbas. Netanyahu, que ganhou as eleições mas enfrenta problemas pessoais de suspeitas de corrupção, não reuniu o Gabinete de Segurança, há dois meses, mesmo que em março, tenham sido lançados foguetes contra um povoado ao norte de Tel Aviv. Pela intensificação da luta no sul do país, hoje o Gabinete foi reunido.

Todos esses acontecimentos ocorrem enquanto representantes da Hamas e da Jihad Islâmico já se encontravam em Cairo, desde antes da presente violência, tentando intermediar entre os gazenses e os israelenses. O Egito poderia aliviar um pouco a pressão dos palestinos de Gaza. Não só porque esta região lhe pertenceu, mas por ter fronteira com Gaza e poderia permitir-lhes sair e entrar. Não o faz por temer o terrorismo da Hamas, que é filial da Irmandade Muçulmana e ajudou ativistas do Estado Islâmico, na Península de Sinai. Há indicação de que o Egito cederá no Plano do Século, uma faixa terrestre que vai de Rafah até El Arish.

Conclusão

Combater terrorismo é muito difícil, mas é possível. O poderio de Israel lhe permitiria entrar na Faixa de Gaza eliminar os terroristas e reconquistá-la. Custaria muitas vidas dos dois lados. Só que Israel não quer voltar controlar esta “mursa” de dois milhões de pessoas em Gaza.

Pela presente luta, Hamas conseguiu o inverso do que deseja. Israel fechou as portas por onde passa material de primeira necessidade, a área de pesca foi reduzida a 5 km.

O Sul do país está paralisado. Escolas fechadas, muitos pais não foram trabalhar para cuidar dos filhos, trens no sul não funcionam. Por outro lado, a Bolsa de Tel Aviv opera em alta, ontem as praias de Rishon Le’Tzion para o norte estavam repletas de banhistas, já que o tempo também foi maravilhoso.

Todos no norte, centro e principalmente no sul do país esperamos que esta troca de fogo termine o mais rapidamente possível, para que não se alastre e entremos num conflito maior.

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