Haredim estabelecem condições para retorno ao governo
Os partidos ortodoxos, que deixaram a coalizão, ontem, descontentes com a proposta de alistamento militar de estudantes de yeshivá, estabeleceram uma série de exigências para retornar.
De acordo com informações reveladas pela TV Kan, os partidos ortodoxos exigiram o cancelamento de dezenas de milhares de ordens de alistamento já enviadas a estudantes de yeshivá e a restauração dos orçamentos alocados para escolas religiosas.
Além disso, insistem que as sanções contra os desertores sejam direcionadas apenas a indivíduos, como a proibição de carteira de motorista ou de saída do país, e não às próprias instituições religiosas. Essa estratégia visa proteger o sistema educacional ortodoxo, ao mesmo tempo em que mantém pressão pessoal sobre aqueles que se recusam a servir.
Os partidos religiosos atacaram o deputado Yuli Edelstein (foto), presidente do Comitê de Relações Exteriores e Defesa da Knesset, acusando-o de ter renegado os acordos firmados na noite do ataque iraniano, quando a proposta de dissolução da Knesset foi adiada.
Segundo eles, o projeto de lei em discussão atualmente exigiria que os alunos de yeshivá fizessem check-in diariamente por impressão digital, “como qualquer candidato a emprego”, o que, segundo eles, seria uma humilhação inaceitável para essas instituições respeitadas.
As consequências já estão sendo sentidas, com o cancelamento das reuniões do Comitê de Trabalho e Assuntos Sociais, presidido pelo parlamentar do Judaísmo Unido da Torá, Israel Eichler. Embora Eichler ainda não tenha renunciado oficialmente, seu partido deixou formalmente a coalizão.
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Os ministros do Degel HaTorah, uma das alas do partido, apresentaram suas cartas de renúncia na noite de segunda-feira, com efeito em 48 horas, enquanto outra ala, Agudat Israel, fez o mesmo por ordem de seu conselho rabínico.
A procuradora-geral Gali Baharav-Miara emitiu uma declaração, criticando o governo por não reforçar as medidas contra os desertores, “prejudicando seriamente a igualdade e os direitos daqueles que servem”.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, convocado com urgência à Knesset após seu depoimento no tribunal, está tentando salvar sua coalizão. Ele prometeu que Edelstein apresentaria uma nova versão do projeto de lei, já na terça-feira.
Nem o Shas, o partido ortodoxo sefardita, nem o Judaísmo Unido da Torá, ashkenazi, estão ameaçando dissolver a Knesset e desencadear eleições antecipadas, deixando espaço de manobra para negociações.
Fonte: Revista Bras.il a partir de i24NEWS
Foto: Captura de tela (Canal Knesset)