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Israel desarmará o Hamas se tropas estrangeiras não o fizerem

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu, na quinta-feira, que o Hamas será desarmado e a Faixa de Gaza desmilitarizada, afirmando que, se a comunidade internacional não o fizer, Israel o fará.

Netanyahu fez os comentários, apesar dos esforços dos EUA para formar uma força que esteja disposta a levar adiante a missão de desarmamento e que seja aceitável para Israel, que continua insistindo em excluir a Turquia, que está ansiosa para participar.

Israel “ainda tem muito trabalho a fazer” em Gaza, disse Netanyahu, falando em uma cerimônia de formatura de cadetes das FDI na escola de oficiais Bahad 1, no sul de Israel.

“No fim das contas, o Hamas será desarmado e Gaza será desmilitarizada”, prometeu ele. “Se tropas estrangeiras fizerem isso, ótimo. Se não fizerem, nós faremos.”

Violações do cessar-fogo mediado pelos EUA, que interrompeu a guerra em Gaza, serão respondidas com “ataques poderosos”, disse ele sobre a trégua, que ameaçou se desfazer mas foi mantida sob forte pressão de Washington. Uma segunda etapa do plano dos EUA, que trata do futuro a longo prazo de Gaza, prevê o desarmamento do Hamas e a desmilitarização do território, sob a supervisão de uma força militar internacional.

Suas declarações ocorreram em meio às contínuas violações do cessar-fogo vigente pelo Hamas e à resposta de Israel na terça-feira, quando realizou ataques em toda a Faixa de Gaza após uma célula de terroristas palestinos ter matado um soldado reservista na região de Rafah.

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Além disso, Israel acusa o Hamas de protelar a devolução dos restos mortais dos reféns que mantém em cativeiro e que se comprometeu a entregar em virtude do cessar-fogo. O grupo terrorista entregou mais dois corpos na quinta-feira, já identificados pelas autoridades israelenses.

“Se o Hamas continuar a violar explicitamente o cessar-fogo, sofrerá ataques poderosos como os que sofreu há dois dias e ontem”, ameaçou Netanyahu. “Nós decidimos e agimos sempre que necessário para eliminar ameaças imediatas às nossas forças”.

“Nós decidimos e agimos”, enfatizou ele, em meio a críticas de que as restrições impostas pelos EUA resultaram em respostas insuficientes aos ataques mortais do Hamas contra tropas das FDI.

O chefe do Estado-Maior das FDI, Eyal Zamir, também alertou que os militares estão prontos para retornar ao combate em qualquer frente e usarão “uma força muito maior” do que a utilizada nos últimos dois anos de guerra.

“Não teremos paciência com nenhuma ameaça que surgir. Acreditaremos em um inimigo que declarar sua intenção de nos atingir e o destruiremos”, disse Zamir na cerimônia.

“Não haverá tolerância quando a segurança dos cidadãos israelenses estiver ameaçada. Este é um princípio que pretendo defender. Estamos atuando em todas as frentes, mesmo agora, com alto nível de prontidão para uma campanha tão ampla quanto necessária. Em algumas frentes, agiremos com muito mais força do que nos últimos dois anos”, disse Zamir.

O ministro da Defesa, Israel Katz, disse na cerimônia que “muitos desafios ainda estão por vir” até que os objetivos da guerra sejam alcançados.

“Espera-se que os intensos combates na Faixa de Gaza cheguem ao fim, mas muitos desafios ainda estão por vir em várias frentes, e não cessaremos de agir até que os superemos”, disse ele.

“Não vamos parar até alcançarmos os objetivos gerais que definimos: a desmilitarização de Gaza e o desmantelamento do arsenal do Hamas, juntamente com a destruição completa dos túneis terroristas”, disse Katz.

Katz afirmou que Israel “insistirá na implementação integral do acordo e não parará até que tragamos de volta para casa, para o sepultamento em Israel, todos os reféns caídos restantes, incluindo comandantes e soldados”.

Embora a primeira fase do plano ainda não tenha sido concluída, os EUA têm avançado nos esforços para criar uma força internacional que supervisione o desarmamento do Hamas.

Um dos principais pontos de discordância gira em torno da participação das forças turcas.

A Turquia, membro da OTAN e um dos críticos mais veementes da campanha israelense em Gaza, juntou-se às negociações de cessar-fogo como mediadora, após um envolvimento quase sempre indireto. A ampliação de seu papel ocorreu após um encontro, no mês passado, entre os presidentes Erdogan e Trump na Casa Branca. Ancara espera participar da missão internacional de paz que está sendo organizada, uma iniciativa que, segundo relatos, interessa aos Estados Unidos.

Israel deixou claro que se opõe a qualquer envolvimento da Turquia e de Erdogan, que repetidamente comparou Israel à Alemanha nazista ao longo da guerra, acusou-o repetidamente de genocídio e aceitou o grupo terrorista Hamas como “lutadores pela liberdade”.

Erdogan continuou seus ataques a Israel na quinta-feira, criticando a Alemanha pelo que chamou de ignorância em relação ao “genocídio”, à fome e aos ataques israelenses na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, em uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão Friedrich Merz, em Ancara.

Erdogan afirmou que Israel possui armas nucleares e outras armas que estaria utilizando e com as quais ameaçaria Gaza, acrescentando que o grupo terrorista palestino Hamas – do qual ele é apoiador de longa data – não possui nenhuma delas. Ele disse que Israel atacou Gaza novamente nos últimos dias, apesar do cessar-fogo no enclave, sem mencionar que os ataques ocorreram após o atentado terrorista que matou um soldado das FDI.

“A Alemanha não vê isso?”, questionou Erdogan, acrescentando que é dever humanitário da Turquia, da Alemanha e de outros países acabar com o que ele alega serem fome e massacres em Gaza.

Os comentários surgiram em um momento em que o governo Trump pressiona pela inclusão da Turquia na força de segurança multinacional a ser implantada na Faixa de Gaza pós-guerra, apesar das objeções israelenses.

Um funcionário americano declarou ao site de notícias Axios: “Os turcos foram muito prestativos para a concretização do acordo sobre Gaza, e as críticas de Netanyahu à Turquia têm sido muito contraproducentes”. “Estamos cientes das preocupações israelenses e estamos trabalhando para criar algo que possa alcançar a estabilidade e que seja aceitável para ambos os lados”, acrescentou ele.

Destacando a oposição à participação turca, as autoridades afirmaram que uma equipe turca de resposta a desastres ainda aguardava na fronteira de Gaza a aprovação israelense para entrar no território palestino e auxiliar nas operações de busca e resgate.

A equipe de 81 membros da AFAD (Agência de Gestão de Desastres e Emergências) partiu para a fronteira de Gaza há pouco mais de uma semana com ferramentas especializadas de busca e resgate, incluindo dispositivos de detecção de sinais vitais e cães de busca treinados, disse uma fonte do Ministério da Defesa turco nesta quinta-feira.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: U.S. Government (rawpixel)

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