Israel permitirá mercadorias de comerciantes locais em Gaza
O COGAT, órgão do Ministério da Defesa responsável pelos assuntos civis na Samaria e Judeia e na Faixa de Gaza, anunciou ontem que permitirá que comerciantes locais de Gaza tragam mercadorias para a Faixa para “aumentar o volume de ajuda” que chega à região, de acordo com um comunicado.
“Um número limitado de comerciantes recebeu aprovação do setor de defesa, sujeito a critérios específicos e rigorosa verificação de segurança”, anunciou o COGAT, atribuindo a decisão ao Gabinete de Segurança, que inclui membros do governo e outros órgãos relevantes envolvidos na gestão da operação militar contra o grupo terrorista islâmico Hamas em Gaza.
Esta é a primeira vez que Israel permite que comerciantes de Gaza tragam mercadorias para Gaza desde que as FDI romperam o cessar-fogo, em 18 de março. O COGAT afirmou que esta medida visa reduzir “a dependência da coleta de ajuda pela ONU e organizações internacionais”, que acusa de não irem até o lado de Gaza da fronteira com Israel para coletar e distribuir o conteúdo dos caminhões com destino a Gaza.
As agências da ONU e essas organizações, por sua vez, denunciam os riscos que suas equipes enfrentam (atravessando zonas de combate) para coletar ajuda, bem como os longos tempos de espera que enfrentam nessas áreas até receberem sinal verde das Forças Armadas para que seus comboios avancem. “Os produtos aprovados incluem alimentos básicos, comida para bebês, frutas e vegetais e itens de higiene”, anunciou o COGAT.
As FDI garantiram que esses produtos serão pagos “exclusivamente por meio de transferências bancárias, sob um mecanismo de monitoramento e controle”, mas não especificaram se os preços de compra e venda dos produtos serão limitados.
Na maioria dos casos, a ajuda não chega aos armazéns de suas respectivas organizações porque civis e gangues armadas atacam os caminhões, o que faz com que a maioria dos produtos básicos que entram no enclave acabem no mercado a preços exorbitantes.
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Em meio a tudo isso, o dinheiro em espécie em Gaza é muito limitado após a destruição de bancos e caixas eletrônicos, então alguns comerciantes “vendem” dinheiro em troca de uma taxa que, segundo fontes no enclave, gira em torno de 55%.
Isso significa que, se um cidadão de Gaza quiser sacar NIS 675 em dinheiro em Gaza, terá que pagar NIS 1.500 ao cambista por meio de transferência bancária.
“As FDI por meio do COGAT e em cooperação com agências de segurança, continuarão a implementar mecanismos de monitoramento e supervisão para a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, enquanto tomam todas as medidas possíveis para impedir o envolvimento da organização terrorista Hamas nos processos de entrada e distribuição”, acrescentou o comunicado militar.
Em resposta a um recurso interposto à Suprema Corte por organizações de direitos humanos, em novembro de 2024, o COGAT declarou que “há indícios comprovados de que a organização terrorista Hamas está se aproveitando do influxo de mercadorias para seu desenvolvimento econômico e militar”. Portanto, em 8 de outubro de 2024, decidiu não permitir a entrada contínua de mercadorias na Faixa de Gaza por meio do setor privado, medida que já foi revertida.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Aurora
Foto: COGAT