“Israel precisa de uma liderança corajosa”, diz Zamir
O comandante das FDI, tenente-general Eyal Zamir, afirmou na quarta-feira que Israel precisa de uma liderança “corajosa e transformadora” que não “se esquive” da responsabilidade.
As declarações, interpretadas como uma crítica velada ao governo, surgem em meio a uma disputa pública com o ministro da Defesa, Israel Katz, sobre as promoções seletivas de oficiais superiores das FDl.
Elas foram feitas durante uma cerimônia que comemorou o 52º aniversário da morte do primeiro-ministro de Israel, David Ben Gurion, na Midreshet Ben Gurion, ao lado de Sde Boker, no sul de Israel.
“Hoje, está claro para nós, sem qualquer dúvida… O que precisamos é de uma liderança corajosa, determinada e transformadora. Uma liderança que reconheça o fracasso e ouse impulsionar a mudança”, disse Zamir.
“Não uma liderança que assusta e sufoca, mas uma liderança que inspira, uma liderança que motiva. Não uma liderança que se esquiva, mas uma que encara a verdade de frente e traça um novo rumo”, continuou ele. “A responsabilidade de comando é reconstruir. Essa é a essência da liderança”.
Katz e Zamir trocaram farpas publicamente, na segunda-feira, depois que Katz ordenou uma nova investigação da revisão externa feita pelos militares sobre as investigações internas anteriores acerca das falhas relacionadas ao ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
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Em resposta, Zamir acusou Katz de interferência política e de prejudicar a prontidão das Forças Armadas ao congelar as promoções de oficiais superiores, que precisam ser aprovadas pelo ministro da Defesa, por 30 dias.
Katz vem, há meses, travando uma campanha crescente contra Zamir em relação a nomeações para altos cargos nas FDI, promovendo seletivamente oficiais e negando nomeações a outros com quem aparentemente não concorda.
Na terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reuniu-se separadamente com os dois numa tentativa de reduzir a escalada do conflito, depois de Katz se ter recusado a encontrar-se com Zamir.
Apesar da tensão, os dois compareceram a uma reunião, na noite de quarta-feira, sobre o orçamento de segurança, no quartel-general das Forças de Defesa de Israel, em Tel Aviv.
O Canal 12 noticiou que Katz não pretende responder publicamente às palavras de Zamir na cerimônia, mas a emissora afirmou que, caso a disputa não seja resolvida nos próximos dias, os dois deverão se encontrar pessoalmente.
Desde que surgiram as notícias sobre as reuniões separadas na terça-feira, circularam rumores de que Netanyahu estaria considerando demitir Katz. O gabinete do primeiro-ministro negou prontamente todas essas alegações.
Contrariando rumores, Katz afirmou que permanecerá no cargo até as eleições. Na quarta-feira, em discurso na Knesset, Katz disse, dirigindo-se à parlamentar da oposição Yulia Malinovsky: “Cada vez que nos encontrarmos, aqui ou em qualquer outro lugar, será eu como ministro da Defesa e você como parlamentar da oposição. Essa será a situação pelo menos até as próximas eleições”.
Katz e Netanyahu nomearam Zamir para o cargo de chefe do Estado-Maior das FDI em fevereiro. Ele assumiu o cargo em março, após a renúncia do ex-chefe militar Herzi Halevi devido às falhas relacionadas ao ataque do Hamas.
Ao mesmo tempo em que critica os militares por não assumirem a responsabilidade suficiente pelo desastre, o governo resiste à pressão para criar uma comissão estatal de inquérito – o mecanismo mais poderoso e independente para investigar falhas. Em vez disso, o governo estabeleceu sua própria investigação.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: FDI

