Opinião

Lições do Holocausto: o cinema como alerta contra o ódio

Por Henrique Alves da Rocha. Coronel da reserva remunerada da PM Sergipe. Instagram @coronelrochase

Uma geração que se emocionou com “A Lista de Schindler”, “A Vida é Bela”, “O Pianista” e “O Menino do Pijama” Listrado não pode permitir o antissemitismo

Há filmes que não são apenas histórias. São cicatrizes projetadas na tela, lembranças que o mundo insiste em não deixar morrer. Quem assistiu a essas obras sabe que não se tratava apenas de ficção e que cada lágrima derramada diante delas era também um tributo às milhões de vidas ceifadas pelo ódio.

Em A Lista de Schindler, a redenção de um homem mostrou que mesmo em meio às trevas mais densas, uma única chama pode salvar milhares da escuridão.

Em A Vida é Bela, um pai transformou a dor em fantasia para que o filho acreditasse que ainda havia jogo e esperança, mesmo quando a morte cercava todos os passos.

Em O Pianista, as teclas do piano se tornaram respiração, último vínculo com a humanidade em uma Varsóvia destruída pelo ódio e fanatismo.

E em O Menino do Pijama Listrado, a pureza de duas crianças revelou que só o coração inocente é capaz de enxergar o outro sem barreiras, até que o ódio dos adultos lhes roubasse até esse direito.

Essas histórias, tão dolorosas e belas, são mais que memória, são advertência. Elas nos dizem, em silêncio, que a indiferença é a semente do mal e que o esquecimento é sua cúmplice.

Por isso, a geração que se emocionou diante dessas telas não pode permitir que o antissemitismo volte a crescer. Não se trata apenas de proteger um povo, mas de proteger a própria humanidade contra a repetição de sua maior vergonha.

Essas histórias emocionaram milhões porque revelam o preço da intolerância. Quem se comoveu com elas não pode hoje aceitar o retorno do antissemitismo. A memória do Holocausto não é apenas passado, é um alerta permanente.

Permitir o ódio é trair cada lágrima, cada música, cada gesto de amor que essas histórias eternizaram. E esquecer seria cometer o mesmo erro e a humanidade não pode se permitir esse esquecimento.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Bras.il.

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