Mediadores propõem acordo para retirar terroristas de Rafah

7 de novembro de 2025 Marcia Sasson

Estão em curso esforços para retirar o último grupo de terroristas do Hamas encurralados na área de Rafah, em Gaza, controlada por Israel, por meio de uma proposta que prevê a entrega de suas armas em troca de salvo-conduto para outras partes do enclave, de acordo com autoridades familiarizadas com as negociações.

Mediadores egípcios apresentaram o plano como forma de preservar o cessar-fogo de um mês, iniciado em 10 de outubro. Segundo a proposta, os terroristas entregariam suas armas às autoridades egípcias e revelariam a localização dos túneis restantes, que seriam então destruídos. Tanto Israel quanto o Hamas ainda não aceitaram formalmente os termos, embora as discussões continuem, disseram fontes.

A região de Rafah, capturada pelas FDI na fase final da guerra, continua sendo uma das áreas mais instáveis do cessar-fogo. Dois ataques contra tropas israelenses na semana passada mataram três soldados e provocaram fogo de retaliação que deixou dezenas de palestinos mortos. Autoridades acreditam que cerca de 200 agentes do Hamas permanecem escondidos, alguns dos quais podem nem saber que o cessar-fogo ainda está em vigor.

O enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, descreveu a situação como um “caso teste” para o processo mais amplo de desarmamento do Hamas. Em um discurso numa conferência empresarial na Flórida, ele afirmou que o resultado em Rafah “mostraria se esses 200 combatentes levantariam as mãos, sairiam e entregariam suas armas”, acrescentando que o acordo poderia demonstrar como um modelo de desmilitarização poderia funcionar em Gaza.

O atual cessar-fogo constitui a primeira etapa do plano do presidente Donald Trump para pôr fim à guerra em Gaza. O acordo já resultou na libertação dos últimos 20 reféns sobreviventes dos ataques de 7 de outubro, em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos, além da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza Ocidental.

A próxima etapa da proposta de Trump prevê que o Hamas entregue o controle total de Gaza, dissolva suas unidades armadas e permita que uma administração palestina tecnocrata, apoiada por supervisão internacional e forças de segurança, governe a região.