Netanyahu aprovou acordos de empresas de defesa com Catar
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou acordos de defesa multimilionários entre as principais empresas de defesa de Israel e o Catar, de acordo com uma reportagem de terça-feira do veículo de notícias Walla.
A matéria, sem fonte, foi publicada dias após a divulgação de documentos que teriam sido apreendidos por Israel em Gaza, que supostamente mostram a intensa colaboração do Catar com o grupo terrorista palestino Hamas ao longo de vários anos.
Foi a mais recente revelação de uma aparente cooperação de alto nível entre Israel e o Catar, que não tem laços diplomáticos com Israel e financiou o Hamas, além de hospedar seus líderes políticos.
A Elbit, a Rafael Advanced Defense Systems e a estatal Israel Aerospace Industries teriam recebido autorização para grandes negócios com o rico país do Golfo. As vendas incluíram armas, munições, tecnologia cibernética e armas avançadas, disse a reportagem.
De acordo com o Walla, a Elbit fechou acordos com o Catar no valor de mais de US$ 100 milhões; a Rafael assinou contratos no valor de dezenas de milhões de dólares; e executivos da IAI visitaram Doha mais de 20 vezes e realizaram uma reunião de um dia inteiro com uma delegação catariana de alto nível na sede da empresa em Israel.
Os acordos teriam recebido sinal verde de Netanyahu, do Ministério da Defesa e FDI. O Walla não especificou exatamente quais itens estavam incluídos nos acordos.
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O Gabinete do Primeiro Ministro não respondeu ao pedido de comentário do The Times of Israel sobre a reportagem.
“A atividade da Elbit Systems no mercado internacional está sujeita às diretrizes e restrições do Ministério da Defesa de Israel e, consequentemente, a empresa opera sob essas diretrizes”, disse Elbit.
“A Rafael não fornece informações sobre parceiros comerciais”, informou a empresa ao Walla. “A Rafael operou e opera de acordo com os mais rigorosos padrões internacionais, no que diz respeito à conformidade de seus parceiros comerciais e em conformidade com a Lei de Controle e Licenciamento de Exportação”.
No início desta semana, o Canal 12 informou que documentos retirados de Gaza durante a guerra revelaram que, em maio de 2021, imediatamente após a conclusão de um conflito de 11 dias entre Israel e o Hamas, o então líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse ao líder do grupo terrorista em Gaza, Yahya Sinwar, que o emir do Catar, Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, havia “concordado em fornecer apoio financeiro discreto” para os esforços de “resistência” do grupo.
Além do dinheiro de Doha, autoridades de inteligência do Catar teriam se encontrado com um representante do Hamas em algum momento – a reportagem não forneceu uma data – para discutir a supervisão de unidades especiais de treinamento para combatentes do Hamas em bases militares no Catar e na Turquia, e para a integração de palestinos sírios que fugiram para o Líbano em meio à guerra civil síria nos batalhões libaneses do Hamas.
De acordo com o Canal 12, os documentos mostraram que os pagamentos, que foram transferidos com a bênção de Israel, foram significativos o suficiente para que, em dezembro de 2019, Haniyeh dissesse ao ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Hamad Al Thani, que o dinheiro do estado do Golfo para Gaza era a “principal artéria do Hamas”.
O Escritório Internacional de Mídia do Catar emitiu uma declaração chamando os documentos de “fabricados” e afirmando que a reportagem do Canal 12 foi outra “tentativa de semear tensão e divisão entre o Catar e os Estados Unidos em um estágio crucial de nossos esforços para mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Refael Systems