Netanyahu nomeia diretor da ISA, violando decisão do Supremo
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou na noite desta quinta-feira, sua decisão de nomear o Major-General David Zini como o próximo diretor da Agência de Segurança Israelense (ISA), o antigo Shin Bet, apesar da decisão da Suprema Corte.
Zini, que usa uma kipá de malha e é pai de 11 filhos, serviu em diversos comandos e posições operacionais das FDI. Foi combatente na Unidade de Reconhecimento do Estado-Maior, comandante do 51º Batalhão da Brigada Golani das FDI, comandante da Unidade Egoz, comandante da Brigada Alexandroni, fundador da Brigada de Comando e comandante do Comando de Treinamento e do Corpo de Estado-Maior.
Em março de 2023, Zini preparou um relatório para o Chefe da Divisão de Gaza sobre a avaliação da implantação da divisão em um evento surpresa complexo, com ênfase em ataques surpresa e marcação de pontos fracos. Nas conclusões do relatório, Zini escreveu que em quase todo o setor seria possível realizar ataques surpresa contra as forças israelenses.
A procuradora-geral, Gali Baharav-Miara, declarou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agiu “em violação às instruções legais” ao anunciar a nomeação de um novo chefe do Shin Bet e que há “graves preocupações de que ele tenha agido sob conflito de interesses e que o processo de nomeação seja falho”.
O Tribunal Superior decidiu ontem, por maioria, que Netanyahu teve um conflito de interesses quando demitiu o chefe do Shin Bet, Ronen Bar. Baharav-Miara imediatamente o informou que não poderia nomear um novo funcionário nas circunstâncias atuais.
Por sua vez, o ministro da Justiça, Yariv Levin, comemorou a decisão de Netanyahu de desafiar a procuradora, descrevendo-a como uma “decisão corajosa, necessária e crucial” que “finalmente restaura a ordem democrática adequada”.
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Enquanto isso, o Movimento por um Governo de Qualidade em Israel disse que o anúncio de Netanyahu foi “descarado e desafiador”.
“Este é um desrespeito sem precedentes às decisões do Tribunal Superior e às instruções da Procuradora do Estado, e uma continuação da tendência perigosa de minar o Estado de Direito em busca de interesses pessoais mesquinhos”, disse ele.
A organização, uma das principais demandantes contra a decisão de demitir Bar, prometeu apresentar uma nova petição ao Tribunal Superior nos próximos dias “contra esta nomeação inválida”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Aurora e Iton Gadol
Foto: Wikimedia Commons