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Netanyahu rejeita plano de “cidade humanitária”

O chefe do Estado-Maior das FDI, Tenente-General Eyal Zamir, apresentou um plano de um ano para construir uma cidade humanitária no sul de Gaza, que foi rejeitado categoricamente pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que exigiu uma solução muito mais rápida.

O governo israelense anunciou um plano, na semana passada, para realocar toda a população de Gaza para uma nova zona na cidade de Rafah.

De acordo com o ministro da Defesa, Israel Katz, os moradores palestinos de Gaza seriam mantidos na nova zona e, de lá, poderiam emigrar de Gaza para outros países.

O plano controverso provocou indignação global, com a ONU e grupos de direitos humanos condenando-o, pois equivale à transferência forçada de palestinos.

Líderes da oposição israelense também criticaram o plano, cujo custo estimado é de US$ 4 bilhões. Além do seu alto orçamento, a oposição disse que a proposta equivaleria a internar palestinos em um “campo de concentração”.

Os militares israelenses também se opuseram ao plano, pois prejudicaria os esforços para chegar a um cessar-fogo em Gaza e a um acordo de troca de reféns por prisioneiros palestinos.

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De acordo com o Canal 12 de Israel, durante a reunião de gabinete na noite de domingo,  Zamir entrou em conflito com Netanyahu e seu ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, sobre o plano, alertando que a proposta poderia prejudicar os principais objetivos do exército em Gaza.

O exército israelense argumenta que a construção da cidade proposta para concentrar os palestinos levaria vários meses, possivelmente até um ano.

Os militares também estão preocupados que o grupo terrorista Hamas interprete o plano como uma decisão israelense de buscar um acordo parcial e retomar a guerra após qualquer cessar-fogo.

A cidade humanitária em Rafah foi anunciada pelo Ministro da Defesa, Israel Katz, em 7 de julho. O projeto previa um enorme complexo de tendas na região de Rafah, entre a Rota Filadélfia e o eixo Morag, no sul de Gaza. Projetada para acomodar a realocação de civis e distribuir ajuda humanitária, a área deveria operar fora do controle da organização terrorista Hamas e em conjunto com os esforços para promover a emigração de Gaza.

Segundo Katz, a primeira fase previa a realocação de aproximadamente 600.000 palestinos para o local, com a expectativa de que toda a população de Gaza seja transferida para lá. O complexo incluiria infraestrutura, tendas e estruturas permanentes.

A entrada na área estaria sujeita a procedimentos de triagem e a circulação seria estritamente unidirecional, ou seja, as pessoas não poderiam sair depois de entrar. O objetivo principal é separar o Hamas da população civil e facilitar a emigração palestina para outros países.

Embora Netanyahu tenha instruído Zamir a acelerar a iniciativa, o chefe de gabinete alertou sobre o risco de perder o controle da situação se houvesse pressa.

O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert criticou duramente a cidade proposta em uma entrevista ao The Guardian, descrevendo-a como equivalente a um campo de concentração. “É um campo de concentração. Sinto muito”, disse Olmert, em resposta ao plano de Katz. Ele argumentou que a transferência forçada de palestinos para a nova zona equivaleria a uma limpeza étnica. “Se os palestinos forem expulsos para a nova cidade humanitária, pode-se dizer que isso faz parte de uma campanha de limpeza étnica”, disse ele. “Essa seria a interpretação inevitável de qualquer tentativa de criar um campo para centenas de milhares de pessoas”.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel, Israel Hayom e Anadolu Ajansı
Foto: Wikimedia Commons

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