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O anti-israelismo é antissemitismo

Por David S. Moran

Isto estava presente em células adormecidas e de repente surgiu em consequência da reposta de Israel à invasão do seu território pela Hamas em 7 de outubro. Ninguém esperaria que o assassinato de 1.200 israelenses que estiveram num festival de música, ou nos seus lares nos kibutzim próximos a fronteira e o sequestro de 240 pessoas, passariam sem resposta.

No primeiro momento o “mundo” teve pena de Israel e se solidarizou com o Estado Judeu. Com o passar do tempo, aconteceu o ressurgimento intensivo de manifestações anti-Israel, antissionismo, que na realidade é um antissemitismo. A saber, que nem todos os judeus pensam e agem da mesma maneira. Há judeus seculares e religiosos. Entre esses há os ultraortodoxos, os ortodoxos, conservativos e liberais. Os sionistas e os antissionistas. Mas, todos são tratados pelos antissemitas como um todo.

Nos Estados Unidos, o maior aliado de Israel, repentinamente eclodiram como pipocas, nas mais renomadas universidades, grupos violentos e barulhentos, usando “kefia” e entoando slogans anti-israelenses. Mas não ficaram nisso. Eles não permitiram a estudantes judeus entrar nas universidades. Nem de professores judeus que lecionam na Universidade, como foi o caso do Prof. Shai Davidai, que leciona na Universidade Columbia, só por defender a causa israelense.

São grupos e entidades pagos pelo Catar e outros extremistas e seus militantes muitas vezes nem sabem onde é Israel, ou qual é o problema do Oriente Médio. A Columbia permitiu que os “estudantes” construíssem um campo de tendas (todas iguais, pagas por alguém). Eles impediam a entrada de judeus (em plena Nova York) e a Universidade suspendeu aulas presenciais e as passou a virtuais pelo zoom.

Da Universidade Columbia os protestos anti-israelenses expandiram-se a Harvard, a Yale (cujo símbolo é escrito em letras hebraicas, Urim ve tumim (Luz e Verdade), MIT, UCLA e outros. Os reitores temem enfrentar as arruaças dos estudantes pela paralização de financiamento de países árabes. Entre os bagunceiros, a grande maioria é árabe e ou muçulmana que nem ao certo são universitários. Se ordenassem a polícia para deter os manifestantes e suspender seus vistos de estadia nos Estados Unidos, tudo poderia se acalmar.

Se as manifestações são anti-israelenses porque estudantes e professores judeus são atacados? Como dito antes, nem todos são sionistas. A verdade é que as manifestações são também antissemitas, ou melhor dito antijudaicas. Os árabes são considerados semitas também.

Será que os estudantes que fazem as demonstrações anti-israelenses sabem que na Faixa de Gaza e mesmo no território da Autoridade Palestina, a mulher é relegada a um segundo plano e não é valorizada, que os homossexuais são perseguidos até a morte?

As Universidades que cedem ao tumulto e as provocações pró-palestinas, árabes e ou muçulmanas, deveriam se perguntar qual foi a contribuição dos judeus e ou israelenses na cultura, no cinema, medicina, tecnologia, etc. na sociedade americana em particular e para a Humanidade em geral e qual foi a de palestinos, árabes e ou muçulmanos.

Não quero que o/a leitor/a pense que sou islamofóbico, mas para todo lugar para onde emigraram muçulmanos, na Europa ou em outros continentes, o medo dos habitantes nativos aumenta. Geralmente, a população árabe e/ou muçulmana não faz esforço para se integrar ao novo mundo. Se isola e quer que os outros se assimilem a eles. Nos Estados Unidos há os que dizem abertamente que “caia os EUA, aqui formaremos um estado islâmico”.

Os judeus que sofreram perseguições e saíram/fugiram dos seus países nativos, procuraram novas comunidades e se integraram nos novos países. Levantaram a cabeça, se esforçaram e chegaram ao sucesso relativo, seja nos Estados Unidos, Brasil, Argentina ou qualquer outro país. Assim o foi em Israel, quando os judeus se levantaram e fizeram do deserto um país fértil com invenções e sucesso em todos os campos, fazendo inveja aos vizinhos países árabes.

Israel é o baluarte do Ocidente, do mundo moderno, das invenções e do progresso e é isso que atemoriza os vizinhos. A luta não é a terra. Os países árabes tem muita terra, Israel tem apenas 21.000 km², os árabes não se interessam pelos palestinos. A luta é religiosa disfarçada em ser pró-palestina. Os ignorantes no Ocidente, não conhecem a realidade local e pensam que lutam pelos que estão sendo perseguidos, pelos oprimidos. Até uma atriz como a Susan Sarandon disse que não houve queima de crianças em forno, ou estupro de jovens e idosas pelo Hamas, mesmo que haja registro destes fatos.

O Ocidente tem que se cuidar. Israel serve como campo de testes, depois viriam outras nações cristãs da Europa, que já estão sendo invadidas por islamistas, EUA e outros países. Deus nos livre se acontecer novamente como relatou o pastor alemão, antinazista Martin Niemoller: “Primeiro vieram buscar os judeus, mas eu não disse nada, porque não era judeu. Depois vieram buscar os comunistas, mas eu não me importei, pois não era comunista. Depois levaram os sindicalistas, os homossexuais, os negros, os ciganos e eu não disse nada porque não era de nenhuma dessas categorias. Por fim, vieram buscar-me e ninguém me defendeu, porque já não sobrava ninguém”.

“Um shmum”, a ONU não é de nada

Abba Eban foi um político estadista israelense, conhecido pela sua inteligência. Entre 1950 e 1959, foi Embaixador nos EUA e ao mesmo tempo na ONU. De 1966 a 1974 foi Ministro do Exterior de Israel. Vendo como a ONU tratava Israel, ele disse a frase acima, dando a entender que não considerem a ONU. Tinha e tem razão.

A ONU é um lugar onde só valem interesses entre países e não a moral que a deveria reger. Se o Irã foi escolhido para presidir o Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos (11/23) e em 4/21 foi membro da Comissão que cuida dos Direitos da Mulher e nós sabemos que valores o Irã dá aos direitos humanos e ou da mulher. O Irã que assusta o mundo com seu projeto nuclear, foi escolhido para encabeçar a Comissão de Desarmamento Nuclear. Esta mesma organização que deu a presidência da Comissão dos Direitos da Mulher a Arábia Saudita.

O filosofo francês, Bernard Henri Levy escreveu recentemente um artigo intitulado: “A ONU em estado de morte clinica”. Neste artigo, ele relata que a ONU nada fez e colaborou ao crime cometido entre 1992 e 1996, durante o cerco a Sarajevo e a limpeza étnica que a Sérvia executou em Kosovo, em 1999. A ONU nada fez quando um milhão de tutsis morreram em Ruanda. Continua Bernard Henri Levy, a ONU tratou do balanço lucro e perdas na história de milhões de pessoas mortas no Timor Leste, em Darfur, na Somália e nos conflitos em Angola, Burundi, Sri Lanka, Sudão, etc. Esta é a ONU que coloca a China no Conselho dos Direitos Humanos, sucedendo outros “paraísos da democracia” como o Paquistão, Uzbequistão e Cuba. A ONU que há dois anos não consegue fazer nada para parar a violenta guerra na Ucrânia. A ONU que permitiu a Sara Douglas, vice presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, fotografar-se ao lado da bandeira palestina e tuitar 153 vezes contra Israel, quando a Hamas invadiu Israel. A ONU que não penalizou os funcionários da UNRWA que descreveram o ataque da Hamas “maravilhoso”, “linda e inesquecível manhã”, a “caminho da vitória”.

A ONU que não condena os crimes cometidos pela organização terrorista Hamas e se vale de seus relatórios para dizer que Israel está fazendo os palestinos passarem fome, enquanto Israel facilita a entrada de caminhões com ajuda humanitária.

Conclui o autor: “a ONU é uma linda ideia, mas falhou e foi à falência. Ele dá igual valor a países como a Coreia do Norte, a Síria e os países Bálticos ou Nórdicos. Só há duas alternativas. Constituir uma nova organização, aprendendo dos fatos ridículos da atual ou fazer um parlamento Internacional dos Povos Livres”. Até aqui, o resumo do que escreveu Bernard Henri-Levy.

O absurdo da ONU é grande. O Secretário-Geral da ONU, o socialista português António Guterres ignorou o relatório apresentado ao Conselho de Segurança (23) sobre os elementos suspeitos de cometer violências sexuais, os crimes que o Hamas cometeu contra israelenses. Essas violências foram apresentadas no relatório da representante do Secretário-Geral para Violência Social, Pramila Patten, mas Guterres preferiu não mencionar.

Sem dúvida, a ONU já está ultrapassada. Ela é extremamente política e não parcial que vê o mundo como ele é. O dinheiro fala alto e consegue privilégios para os que o tem. Está na hora de formar uma nova organização que se importe verdadeiramente com os que sofrem.

Foto: Elvert Barnes (Flickr)

One thought on “O anti-israelismo é antissemitismo

  • Julinho Aisen

    Kol hakavod caro David! Análise extremamente lúcida e didática!

    Resposta

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