Por que jornalistas de Gaza não são confiáveis?
A cobertura jornalística da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza tem sido tema de intensa discussão. Um artigo de opinião, escrito por Itamar Marcus, diretor do Palestinian Media Watch, publicado no The Jerusalem Post desta segunda-feira, levanta sérias questões sobre a confiabilidade das informações que emergem da região.
O texto argumenta que a narrativa unificada e frequentemente anti-Israel apresentada pela mídia não é um fenômeno acidental, mas sim o resultado da coerção do Hamas sobre os jornalistas.
O artigo descreve a situação como um cenário onde “todos os jornalistas estão relatando as mesmas mentiras e propaganda do Hamas, de modo que só há uma história saindo de Gaza”. Essa uniformidade é atribuída a uma combinação de vieses e, mais crucialmente, à intimidação. O texto aponta que a mídia internacional tem seguido “a estratégia de propaganda do Hamas, frequentemente exibindo imagens completamente fictícias”, o que tem gerado um impacto “terrível” na imagem de Israel.
Uma das principais explicações oferecidas para esse fenômeno é a revelação de Nasser Abu Bakr, presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos. Em uma entrevista à TV oficial da Autoridade Palestina, ele confirmou a existência de ataques contra jornalistas, declarando: “De fato, há ataques contra jornalistas. Estamos monitorando e registrando ataques diários do Hamas e do ‘Batalhão Flecha’. É um grupo conhecido, pertencente ao Hamas, que ataca jornalistas, prende jornalistas, até em hospitais e instituições”.
Essa declaração é central para a tese do artigo, que conclui que “a sobrevivência vem em primeiro lugar, a verdade, em segundo”. Jornalistas que trabalham em Gaza, sejam eles para a mídia palestina ou para veículos de comunicação estrangeiros, estão cientes de que se desviarem da “versão do Hamas dos eventos,” suas vidas e sua liberdade podem estar em risco. O artigo ressalta que “os jornalistas contratados por esses veículos de comunicação são moradores de Gaza, e suas identidades são conhecidas pelo Hamas”, tornando-os vulneráveis.
Além disso, o artigo aborda o papel da Autoridade Palestina (AP) nesse contexto. Após criticar as táticas do Hamas, Abu Bakr acrescentou: “Não quero especificar detalhes. Devido à nossa preocupação com a situação nacional palestina, não falamos muito sobre isso”. Essa admissão sugere que a AP tem interesse em manter silêncio sobre a coerção exercida pelo Hamas sobre os jornalistas. O artigo argumenta que “o Hamas cria a mensagem; a AP colhe a recompensa diplomática”, e que a demonização de Israel serve aos “interesses palestinos”.
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O artigo conclui que “as vozes que você ouve e os artigos que você lê são produzidos por aqueles que obedecem aos ditames de uma organização terrorista”, sugerindo que cada história que emerge de Gaza deve ser lida com cautela, ciente de que os jornalistas locais estão operando sob uma pressão imensa e sob risco de vida.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Jerusalem Post
Foto: Mídias sociais