Por que os israelenses são tão grossos e mal-educados?
Por Hayim Makabee
É muito comum os Olim (novos imigrantes) brasileiros em Israel acharem que o povo aqui é muito grosso e mal-educado. A maioria dos brasileiros em Israel tem essa impressão com relação a maioria dos israelenses. Eu também tive. Mas, depois de 25 anos em Israel, cheguei a algumas conclusões que são bem diferentes dessa impressão inicial negativa. Vou passar aqui minha opinião, que espero que ajude muitos Olim a se adaptarem em Israel.
O israelense é sincero e fala o que pensa
Ao contrário do brasileiro, o israelense não tem medo de dizer o que pensa. Isto em hebraico se chama “chutzpah”. Mesmo em situações em que ele pode ser prejudicado por mostrar a sua verdadeira opinião, muitas vezes o israelense prefere ser sincero.
Não é tão comum aqui em Israel as pessoas te dizerem coisas em que não acreditam apenas para te agradar. Mais do que isso, um israelense que não gosta de você, não vai tentar se aproximar apenas por interesse. Desculpe minha sinceridade, mas os israelenses não são falsos.
Os israelenses em geral não tem problema de recusar os seus pedidos. Se puderem ajudar vão te ajudar, senão vão dizer que não podem. Em geral, o israelense não vai te prometer fazer alguma coisa que não tem intenção de fazer. Se ele te convidar para a casa dele, vai te dar o endereço.
Em geral, esse comportamento israelense é muito efetivo no local de trabalho:
– Israelenses não assumem tarefas que não tem intenção de executar.
– Em reuniões, israelenses não tem medo de expressar as suas opiniões.
– Um colega de trabalho israelense não vai te dizer que sua ideia é boa se achar que ela é ruim.
– Quando voce der uma palestra, os israelenses vão te enlouquecer fazendo dezenas de perguntas.
– O israelense vai te interromper quando você estiver falando, mas também vai prestar atenção no que você fala.
Resumindo, a falta de educação e grosseria dos israelenses podem ser uma enorme vantagem.
Os protocolos em Israel são diferentes
Muitos Olim reclamam que os israelenses não usam as expressões “com licença”, “obrigado” e “por favor”. Isto é verdade, mas não é um defeito. Simplesmente aqui em Israel os protocolos de comunicação inter-pessoais são diferentes do Brasil. É apenas uma diferença cultural que o Oleh deve assimilar com o tempo.
Existem muitas situações em Israel em que você pode pedir algo sem falar “por favor”. Isto não é falta de educação. É normal em Israel. Por exemplo eu diria simplesmente: “você tem uma caneta?” e não “por favor você tem uma caneta?”.
Da mesma forma, existem muitas situações em que não precisa falar “obrigado”. Uma vez um soldado me perguntou as horas, eu respondi e ele não me agradeceu. O soldado não foi um grosso. Simplesmente seguiu um protocolo de comunicação diferente do brasileiro.
Aqui em Israel quando você é apresentado a alguém não precisa dar dois beijinhos. Também não precisa dar “bom dia” a pessoas estranhas no elevador. Na verdade nem precisa dar “bom dia” a todos os seus colegas de trabalho quando você chega no escritório.
E não interessa se você como Oleh acha isso bom ou ruim. Como se diz em hebraico “ze ma yesh”, esta é a realidade. Não tente agora educar os israelenses. Parte do seu processo de adaptação no país é compreender estas diferenças. Boa sorte!
Eu prefiro mil vezes gente que fala duro e sinceramente, do que gente que chega cheia de sorrisos e palavras macias, mas falsas.
Aceitem o comportamento Israelense, mas nunca percam a simpatia brasileira. Essa e’ muito querida por Israelenses.
Excelente análise comportamental. Parabéns.
“Hayim não se considera um brasileiro vivendo em Israel, mas sim um israelense que nasceu no Brasil.”
Esta é a maior declaração de amor que eu já li de um imigrante ao país que lhe acolheu. Os israelenses são muito especiais mesmo, em todos os aspectos. Como é lindo ver o estádio lotado de judeus (adultos, crianças e idosos) empunhando a bandeira de Israel, vibrando, cantando, aplaudindo cantores e o Exército, na comemoração do Dia da Independência, anualmente ! O país Israel mexe com as minhas entranhas; não sei porquê. Am Israel Chaim !
Cuiriosidade: somos contemporâneos. Eu também sou de 1948 (risos).
Em Israel não gostamos de pessoas falsas, mentiras. Nós lutamos e trabalhamos duro, não temos tempo para tolices, nem paciência para a ignorância. Muitos beijos e promessas fazem entre si pessoas de outros lugares, muito simpáticas e carinhosas também entre si, mas na realidade estão apenas seguindo um protocolo social. Aqui nós preferimos ser verdadeiros amigos, irmãos, se sentimos isso, mas se não há sentimento real, não vamos mentir !! ….. Eles não precisam nos agradecer só porque lhes demos uma informação ou nós os ajudamos, nós consideramos uma obrigação fazê-lo , vamos fazê-lo com ou sem muitos agradecimentos … Eu me sinto mais seguro vivendo com a nossa sinceridade “brutal”, do que com a desonestidade “brutal” deles.
Israelenses sao muito nervosos pelods problemas serios e cronicos que enfrentam continuamente e portanto nao perdem tempo desnecessario com tolices.
Quando Ben Gurion declarou a fundacao do Estado declarou que o Israeli serial educator para serial o sabra, todo picante por fora, docent por Centro e cheo de sementes de sabedoria. Isto para compensar is jovens da espresso nazi por que passaram poco antes.
Difero da opinião do redator acima. Vc. pode ser auténtico, sincero e educado ao memo tempo. Nos encontramos numa sociedade inteligente mas primitiva, consequencia das diferentes ondas migratorias e do crisol de culturas. Falta tempo,muitos anos, para homogeneizar “as culturas” e chegarmos a niveis aceitaveis em termos de civilidade. E nao me mal interpretem: sou Israelense ha seis anos por opcao e nao por falta de alternativa…