Preços de voos para Israel começam a cair
Após dois anos de guerra, poucos voos e um número reduzido de companhias operando no país, o cessar-fogo com o Hamas começa a trazer de volta a concorrência ao espaço aéreo israelense.
A retomada gradual de rotas internacionais já está refletindo nos preços das passagens, que haviam disparado durante o conflito, devido à escassez de opções e ao domínio das companhias locais.
“Se a calmaria continuar, mais companhias aéreas retornarão e os preços seguirão em queda”, afirmou Tali Noy, diretora da agência de viagens ISSTA.
A Air Canada foi a primeira a retomar seus voos diários entre Toronto e Tel Aviv após o acordo de cessar-fogo. Em breve, Iberia, British Airways e Eurowings também voltarão a operar no país. A United Airlines e a Delta reabriram as rotas diretas de Nova York e planejam ampliar suas frequências. Segundo as agências de viagens, os bilhetes para os Estados Unidos estão até 20% mais baratos em comparação com o último inverno.
As companhias aéreas israelenses, que registraram lucros recordes, durante o período de guerra, pela falta de concorrência, também começaram a rever suas tarifas. Na El Al, por exemplo, uma passagem de ida e volta entre Tel Aviv e Nova York para novembro custa cerca de US$ 1.100, menos da metade do valor cobrado em agosto, quando superava US$ 2.500. Em rotas europeias, empresas de baixo custo como a Wizz Air estão oferecendo bilhetes por menos de US$ 200, intensificando a pressão sobre as operadoras locais.
O movimento crescente no Aeroporto Ben Gurion confirma essa recuperação. Em setembro, o terminal registrou quase dois milhões de passageiros, um aumento de 33% em relação ao mesmo mês do ano passado. O número sinaliza uma retomada sustentada tanto do turismo quanto das viagens de negócios.
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Apesar do avanço, a volta completa das companhias de baixo custo ainda deve levar algum tempo. Empresas de países com relações diplomáticas tensas com Israel, como Turquia, Marrocos, Jordânia e Egito, tendem a demorar mais para retomar suas operações. Já a Emirates, dos Emirados Árabes Unidos, que atualmente voa para Tel Aviv apenas por meio de sua subsidiária flyDubai, pode anunciar em breve o retorno direto de suas atividades, embora até o momento não tenha feito contato oficial com as autoridades israelenses.
As companhias estrangeiras reconhecem o potencial lucrativo do mercado israelense. Caso o cessar-fogo se mantenha, especialistas esperam um aumento expressivo na demanda, semelhante ao que ocorreu após a pandemia de Covid-19, quando os israelenses voltaram a viajar em massa.
Ainda assim, há quem preveja que algumas empresas possam manter tarifas elevadas, aproveitando-se do fato de que o público local já está habituado a pagar preços mais altos.
Fonte: Revista Bras.il a partir de Aurora e Globes
Foto: Wikimedia Commons