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Protestos deste sábado exigirão acordo de reféns

Milhares de israelenses devem participar de protestos pró-acordo e antigoverno, em todo o país, na noite deste sábado, depois que as negociações de cessar fogo e libertação de reféns estagnaram.

Pelo segundo fim de semana consecutivo, o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos começará seu principal comício semanal na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, de onde os participantes marcharão até a filial da Embaixada dos EUA para protestar.

A primeira parte do comício contará com discursos de Or Levy, que foi libertado do cativeiro do Hamas em fevereiro no último acordo de trégua e reféns, Ella Haimi, esposa do prisioneiro morto Tal Haimi e Omer Biran, reservista das FDI cujo irmão, o Capitão Reei Biran, foi morto em um aparente acidente, em Gaza, no início deste mês.

A segunda parte do comício, fora da missão dos EUA, contará com discursos do sobrevivente do cativeiro Yair Horn, que foi libertado uma semana depois de Levy, como parte do mesmo acordo, e cujo irmão mais novo, Eitan, ainda está em cativeiro, de Yael Adar, mãe do refém morto Tamir Adar e de Yotam Cohen, irmão do soldado em cativeiro Nimrod Cohen.

O Fórum exigirá, no comício semanal, “um acordo abrangente que traga todos os reféns para casa e acabe com a guerra”, de acordo com um comunicado à imprensa.

As famílias dos reféns atacaram o acordo parcial sobre a mesa mais recente, que libertaria 10 reféns vivos e os corpos de 18 reféns mortos em troca de um número ainda não determinado de prisioneiros de segurança palestinos durante uma trégua de 60 dias.

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O Fórum também expressou temores das famílias, depois que o último acordo limitado pareceu fracassar, com Israel e os EUA retirando suas delegações de Doha e o presidente dos EUA, Donald Trump, dizendo que os líderes do Hamas não tinham interesse em chegar a um acordo e precisariam “ser caçados”.

“O Hamas não queria realmente fazer um acordo. Acho que eles querem morrer”, disse Trump a repórteres em frente à Casa Branca na sexta-feira.

“Agora que há relatos de que o acordo fracassou, imploramos a vocês: façam tudo, lutem e nos apoiem até que cada um deles esteja em casa. Não podemos voltar à vida normal até que eles voltem”, disse o Fórum.

Além do comício em Tel Aviv, o Fórum das Famílias realizará comícios menores em Jerusalém, Kiryat Gat, no cruzamento de Shaar HaNegev no Negev e em outros locais.

Enquanto isso, ativistas antigovernamentais proeminentes realizarão um grande protesto em Ness Ziona, onde uma multidão atacou, na semana passada, o parlamentar árabe Ayman Odeh gritando “morte aos árabes”.

Em um anúncio do comício de Ness Ziona, os organizadores acusaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir e o presidente da Knesset, Amir Ohana, de não condenarem os agressores de Odeh, que foram saudados por pelo menos um membro da coalizão.

“Esta noite, estamos todos em Ness Ziona”, escreveram os organizadores. “Vamos oferecer uma resistência não violenta, determinada e moral aos manifestantes de Ben Gvir”.

Na sexta-feira, uma grande manifestação antiguerra na cidade de Sakhnin, no norte do país, chamou a atenção para o que a imprensa está chamando de crise humanitária em Gaza, com o ex-parlamentar Mohammad Barakeh, que lidera o Alto Comitê de Acompanhamento, uma organização que reúne a comunidade árabe, dizendo que a manifestação estava “aqui para enviar uma mensagem clara contra o genocídio, a limpeza étnica e a fome”. Ele também comparou os agressores de Odeh a grupos nazistas e de supremacia branca.

Segundo o Haaretz, a manifestação em Sakhnin contou com a presença de mais de 10.000 pessoas sob forte presença policial. Não houve registro de prisões.

As negociações para encerrar a guerra pareceram chegar a um impasse, na quinta-feira, quando os EUA e Israel convocaram seus negociadores após receberem o que o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, descreveu como uma resposta “egoísta” do Hamas ao acordo parcial de cessar-fogo com libertação de reféns em discussão.

O Hamas disse, na sexta-feira, que as negociações seriam retomadas na semana que vem, mas uma fonte envolvida no esforço de mediação e um diplomata árabe negaram.

Grupos terroristas na Faixa de Gaza mantêm 50 reféns, incluindo 49 dos 251 sequestrados por terroristas liderados pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023. Entre eles, estão os corpos de pelo menos 28 mortos confirmados pelas FDI. Acredita-se que 20 estejam vivos e há sérias preocupações com o bem-estar de outros dois, disseram autoridades israelenses.

O grupo terrorista libertou 105 civis durante uma trégua de uma semana no final de novembro de 2023, e quatro reféns foram libertados antes disso, nas primeiras semanas da guerra. Em troca, Israel libertou cerca de 2.000 terroristas palestinos, prisioneiros de segurança e suspeitos de terrorismo em Gaza, detidos durante a guerra.

Oito reféns foram resgatados vivos do cativeiro pelas tropas, e os corpos de 49 também foram recuperados, incluindo três mortos por engano pelos militares israelenses quando tentavam escapar de seus captores, e o corpo de um soldado que foi morto em 2014.

Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: Yossipik (Wikimedia Commons)

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