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Que país é racista com apartheid?

Por David S. Moran

A Frente em Defesa do Povo Palestino foi recebida (24.4) pela Secretária de Comunicação (SECOM) da Presidência da República. Ela pediu que “o novo governo lidere o reconhecimento na América Latina e Sul Global pela Assembleia Geral e Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de que o regime implementado pelo Estado de Israel é de apartheid contra palestinos, inclusive os denominados árabes-israelenses”.

Este ato deve ser pela interpretação dos palestinos de que o governo Lula é a favor de sua causa. Tanto é que no dia seguinte, Lula deu entrevista na qual mostrou que não entende de como foi a criação do Estado de Israel, que inclusive teve atuação marcante do diplomata brasileiro Osvaldo Aranha (que em muitas cidades tem nomes de ruas em sua homenagem).

Para esclarecer quem é o racista, menciono alguns fatos. Em Israel (o único país com grande maioria de população judia, vivem 21% de árabes. Eles têm presença no parlamento israelense (a Knesset), atualmente com 11 deputados (dos 120), são ativos nas diversas comissões do Parlamento.

Os árabe-israelenses atuam nas mais diversas áreas da vida israelense. Os hospitais de Israel não poderiam operar sem os médicos, enfermeiros e outros profissionais na área da medicina árabes-israelenses. No comércio, nos restaurantes, na indústria, na área da justiça e em qualquer atividade, há árabes-israelenses. Pequena parte deles até se alista nas forças armadas (a maioria, são árabes cristãos). Só para exemplificar sua atuação, o presidente do Banco Leumi, é Dr. Samer Haj Yehie, árabe-israelense.

Por outro lado, os árabes expulsaram de seus países os judeus que lá conviviam há séculos. Isto por imposição dos governos árabes e da Liga árabe. Se em 1947 a estimativa de judeus na Síria era de 30.000, atualmente nada. No Líbano vivam 55 mil (agora nada), o mesmo ocorreu com o Egito de 100 mil, Iraque 150 mil, a Líbia 38 mil e atualmente nenhum. A Tunísia 105 mil, Argélia 140 mil e Iêmen de 63 mil, não ficou nenhum. Em Marrocos viviam 265 mil judeus e nesta monarquia mais liberal, ainda vivem 2.500 judeus.

Como represália à criação do Estado de Israel (1948), mais de 850.000 judeus foram expulsos de seus lares nos países árabes, onde seus antepassados viviam por centenas de anos. Tiveram que deixar seus lares e sem seus pertences. Suas sinagogas foram transformadas em mesquitas. Enquanto os árabes e palestinos souberam introduzir na Organização das Nações Unidas o problema dos refugiados palestinos, Israel não fez o mesmo.

Israel, com ajuda de judeus e de governos trabalhou para que os refugiados judeus dos países árabes e também os sobreviventes do Holocausto sucumbissem de suas tragédias e construíram um país modelo para o mundo. Com êxito em todos os ramos: econômicos, agrícolas, culturais, acadêmicos, alta tecnologia e até esportes. Israel constrói, enquanto os árabes e palestinos se voltam a destruição.

Os árabe-israelenses têm todos os mesmos direitos dos judeus, drusos, cristãos e de qualquer outro cidadão do país. Até os palestinos que vivem sob o governo da Autoridade Palestina, admitem preferir viver sob governo israelense do que sob o governo corrupto da AP. Palestinos da Cisjordânia tem direito a trabalhar em Israel e mesmo milhares da Faixa de Gaza, que não estão envolvidos em atividades terroristas.

Deixemos por um instante o problema palestino e vejamos o que escreve o relatório SOS International. Este relatório trata dos países mais violentos, com “perigo extremo”. Ali constam Paquistão, Líbia, Iraque, Mali, Nigéria, Afeganistão, Somália, Sudão, Síria, Iêmen, Republica Centro Africana e a República Democrática do Congo e agora a Ucrânia. Não surpreende que a maioria destes países são árabes e muçulmanos. O islamismo prega transformar o mundo num mundo islâmico por bem ou pela “jihad”, a guerra santa.

Em Israel, até o crime organizado é controlado por árabes-israelenses. A comunidade árabe tem muitas armas e há poucos anos começou uma luta interna para controlar mais o crime organizado. Quem “paga” por esta luta é a população árabe. Desde o início deste ano, já foram mortas 69 pessoas, seja em represálias de gangues árabes, ou por “honra da família”. Isto representa aumento de 260%, em relação a mesma época do ano passado, quando no ano todo foram assassinados 116 árabes-israelenses. Em 2013, foram 53 mortos. O jornalista árabe-israelense, Jalal Bana escreve: “a violência e a criminalidade na comunidade árabe acontecem pela falta de liderança religiosa, social e econômico, que todos estão associados” (Israel Hayom, 2.5.23).

Em Israel há muitas opiniões, mas em nenhum lugar pregam o ódio aos árabes. No entanto, relatórios da própria ONU, mostram que o mesmo não ocorre nas “madrassas” (escolas muçulmanas) nem mesmo aquelas financiadas pela ONU. Relatório do UN Watch com 100 páginas, revela que professores nas escolas da UNRWA (agência da ONU que trata dos refugiados palestinos), promovem o ódio e violência contra os judeus. Nessas escolas glorificam o terrorismo e encorajam o martírio e demonizam os israelenses e incentivam o antissemitismo (UN Watch, 14.3.2023).

Para resumir. O Estado Judeu, Israel, certamente não é perfeito, mas não têm procedência as exigências dos palestinos. Os árabes e muçulmanos tem 57 países, alguns muito ricos que poderiam ajudar os menos afortunados. Parem de chorar, comecem a trabalhar.

Foto: Wikimedia Commons. Uma família iemenita caminhando pelo deserto até um campo de recepção montado pelo “Joint” perto de Aden.

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