Relatório diz que Israel não atingiu seus objetivos em Gaza
Um documento confidencial das FDI que circulou entre os militares concluiu que a Operação “Carruagens de Gideão”, nome da grande ofensiva lançada contra o Hamas em maio e encerrada no mês passado, não atingiu seus principais objetivos.
O documento, parcialmente publicado pelo Canal 12, afirma claramente que a operação não obteve sucesso em nenhum de seus objetivos: derrubar o Hamas e libertar os reféns. O documento foi distribuído na semana passada pelo Centro de Informações Operacionais das forças terrestres das FDI e já foi visto por várias brigadas, segundo a emissora.
Oficiais que analisaram o documento teriam expressado preocupação de que ele fosse um mau presságio para o ataque planejado pelas FDI na Cidade de Gaza em outubro, e duvidaram que o exército tivesse tirado as lições necessárias antes da ofensiva planejada.
Embora o chefe do Estado-Maior das FDI, Tenente-General Eyal Zamir, e outros oficiais superiores tenham elogiado publicamente a operação, a avaliação interna afirma categoricamente que “Israel cometeu todos os erros possíveis” ao longo da campanha, de acordo com o relatório.
Ele acusa o exército de agir “contrariamente à sua própria doutrina militar” ao fornecer recursos ao inimigo por meio de ajuda humanitária, não impor pressão de tempo, administrar mal os recursos e, por fim, esgotar suas próprias forças, ao mesmo tempo em que corrói o apoio internacional.
De acordo com o documento, o Hamas desfruta de todas as condições necessárias para sobreviver e reivindicar sucesso, incluindo recursos, território seguro e um método adequado de luta.
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Ele cita a confiança de Israel na “lógica de dissuasão em vez da vitória decisiva” ao tentar continuar lutando com o objetivo de um eventual cessar-fogo e acordo de libertação de reféns com o Hamas, algo que o grupo terrorista conseguiu explorar durante os últimos meses.
O documento critica ainda a “incompetência” no planejamento e distribuição de ajuda , o que, segundo ele, permitiu ao grupo terrorista montar com sucesso uma campanha global acusando Israel de intencionalmente matar de fome a população de Gaza.
Segundo o relatório, as FDI manobraram repetidamente nas mesmas áreas em ritmo lento, priorizando evitar baixas em detrimento do sucesso da missão. O relatório também cita o desgaste, a sobrecarga de efetivo, a fadiga do equipamento e a preparação inadequada para a guerrilha como principais razões para o fracasso.
Ao mesmo tempo, o relatório observa que muitos dentro das forças armadas atribuem à operação a redução das exigências do Hamas nas negociações de reféns, com a pressão adicional aumentando o número de reféns que o grupo está disposto a libertar em um acordo.
As FDI negaram as alegações contidas no documento, insistindo que o exército atingiu as metas estabelecidas na operação e continua trabalhando para atingir os objetivos gerais da guerra.
Os militares acrescentaram que o documento vazado foi “distribuído sem permissão ou autorização das autoridades competentes. A questão está sendo investigada”.
Fonte: Revista Bras.il a partir de The Times of Israel
Foto: FDI
